Capítulos (1 de 6) 01 Mar, 2019

Valognes Fitzherbert

Sirbene toma uma xícara de café bem forte, preparada por Arabel, para se recompor e decide ir ao encontro de Atrey. Chegando na fazenda ele é informado, pela mesma emprega que emprestou algumas roupas para Lakiria, de que o senhor Atrey está pastoreando as ovelhas em um campo ao norte, o lugar é longe, muito longe, porém tem uma bela vista da outra montanha dando até para ver a pequena vila de mineiros.

Sirbene finalmente chega ao campo e avista Atrey segurando um graveto, sentado em uma grande pedra roxa com manchas brancas perto de uma árvore, a ovelhas comem a grama verde em volta do local.

- O que você tem para me dizer?

- Oh você finalmente chegou, pensei até que não vinha mais, sente-se você deve estar cansado da caminhada.

- Não obrigado, tenho presa, quero ver como Lakiria está se saindo no novo emprego.

Atrey bate com o graveto duas vez no chão - Entendo, quer checar se a princesa ainda está aqui.

Sirbene segura o espanto ao ouvir o nome ‘‘princesa’’ e responde com um sorriso - ... Hahaha ela é mesmo bela como uma princesa.

- Não tente esconder, eu sei que ela não é sua esposa.

- Do que está falando é claro que ela é minha esposa, por que isso agora?

Atrey levante-se da pedra – Durante a viagem eu fiz de conta que tudo aquilo que você me contava era verdade, mas agora que você se recuperou e Lakiria está a salvo, nós podemos finalmente conversa de verdade.

- Eu não sei-

- Quando eu cheguei em Mistares para comprar o feno, o assunto que tomava conta do mercado era o sequestro da princesa de Viridi durante uma competição de aeronaves, a princesa se parece e muito com a sua esposa.

Sirbene fica sério, ele lentamente escorrega a mão esquerda para as costas, afim de pegar o seu bastão quebrável, Atrey continua em pé perto da pedra, segurando o graveto na mão.

‘’- Ele é velho não deve ser muito ágil, devo conseguir nocauteá-lo sem problemas, porém não devo me esquecer que ele já foi um cavaleiro, então ele sabe um ou dois golpes de espada, mas o que ele pode fazer com um simples graveto?’’

- Garoto não se sinta ameaçado, eu não tenho intenção alguma de tirar Lakiria de você, eu apenas quero entender o motivo pelo qual ela se importa como você.

Sirbene estava quase pegando o bastão, mas ao ouvir Atrey ele resolve não agir.

- ... É uma aposta – Disse Sirbene. – Eu desejo me vingar de Victor Vitorius, pela morte do meu povo, e Lakiria quer me impedir de fazer isso, retirando todo rancor do meu coração.

Atrey cai sentando na pedra.

- Hahaha então é isso, o que você pretende fazer? O prazo que você deu para Victor acaba amanhã, se você não chegar em Viridi amanhã de manhã significa que perdeu à aposta?

- Não, eu terei outra chance para me vingar, por enquanto permanecerei aqui em Albanix, preciso estar totalmente recuperado para enfrentar os bandidos novamente.

- Escute Sirbene.

- A muito tempo atrás, quando meu cabelo ainda era loiro, eu pertencia a um grupo de guerreiros apelidados de ‘’ Os Cabeças de balde’’ O nosso propósito era duelar e que vença o melhor, hum! Como eu era tolo. O sentimento de saber que minha vida podia ser tirada a qualquer momento, inebriava minha mente ... eu nunca me dei ao trabalhar de olhar além da minha espada.

- O campo de batalha me ensino várias lições que só pude entender quando passei a olhar a guerra sobre os mesmo olhos das vítimas, só então percebi o quão sem sentido era aquilo que estava fazendo.

- Você já matou alguém antes Sirbene?

- Sim.

Atrey se surpreende – Nossa, eu não esperava essa resposta, mas por qual motivo você matou? Para se proteger? Para proteger alguém? Ou por pura diversão?

Antes que Sirbene pode-se responder, Atrey completa dizendo.

- Não importa qual foi o motivo, saiba que está errado do mesmo jeito, toda vida tem um peso, a gente não nota isso quando está brandeando uma espada, esse peso só é sentido quando você olha nos olhos das pessoas que amavam o cara que você matou.

- Eu tenho certeza que você já deve ter ouvindo vários discursos motivadores, porém lembrem das palavras desse velho aqui. Quando não se é capaz de ver além do ódio você pode ferir as pessoas à sua volta, não siga por esse caminho tortuoso Sirbene, você ainda pode voltar atrás, nunca é tarde demais para escolher outro caminho.

Sirbene dá as costas para Atrey.

- Obrigado pelo conselho .... Lembrarei de cada palavra – E logo em seguida ele parte.

A taverna de Laura é a mais visitada de toda Albanix, esse mérito deve-se a comida maravilhosa, preparada pela própria dona, a banda NJNH que se apresenta toda noite, ou ao fato de só a ver uma taverna na cidade.

Sirbene puxa a maçaneta da porta de madeira escura e entra no estabelecimento, de manhã o movimento na taverna é fraco, uma dupla de homens sentando na mesa à esquerda, um senhor vestindo um casaco azul sentando no banco perto do balcão sendo servido pelo barman, um casal jovem sentando numa mesa à direita perto da janela, esses são os clientes. Sirbene não dá muita atenção para eles e vai até o balcão, ele pergunta para o barman onde está Lakiria, o homem aponta com o dedão para a porta na esquerda que leva para a cozinha.

Nesse momento, Lakiria sai da porta segurando um bandeja de madeira, com um avental branco e um pano para cobrir o cabelo, ela leva dois bifes mal passados com arroz, para o casal.

‘’- Uma princesa trabalhando numa taverna no meio do nada, hã! Estou em um conto de fadas?’’

- Lakiria eu preciso falar com você.

- Haa agora não da Sirbene, eu estou ocupada.

- É importe – Retrucou.

- Não posso conversa durante o trabalho.

- Ei garçonete – Disse um dos homens, sentado na mesa à esquerda.

- Já estou indo.

- Olha, sente-se e espere o meu turno acabar, ok.

Sirbene mesmo a contragosto, atende o pedido de Lakiria e resolve esperar sentado na mesa perto da entrada. Passa-se algum tempo, a porta da taverna é aberta novamente dessa vez por um homem jovem, um pouco mais alto que Sirbene.

Ele anda devagar, com um sorriso no rosto, o homem puxa uma cadeira e senta-se de frente para Sirbene.

- Cara a sua vida tá uma merda hein! A velha Corneilles te enchendo o saco, o chamando de incapaz. Encontrou-se com Ohm e recuso a sua ajuda, hmpf! Blasfêmia, e por último levo um sermão chato pra cacete de Atrey, mas o mais importante é que você ainda não desistiu de sua vingança, certo?

Sirbene está estarrecido, ele não consegue acreditar no que acaba de ouvir, um homem qualquer falando tão intimamente sobre os seus problemas, como se fossem amigos de longa data. Por um breve momento ele chega a se questionar se ainda estava em uma ilusão. Quando ele finalmente recobra a lucidez, ele tenta pergunta algo ao o homem, porém ele intervêm levantando a palma da mão.

- Baseado na sua personalidade, provavelmente você irar pergunta ‘’Quem é você?’’ Ou ‘’O que você quer?’’

É notável a frustração e o espanto no rosto de Sirbene.

- Calma... calma Sirbene, você deve estar muito assustado, então falarei o meu nome, assim a gente vai ficar mais próximo.

- Eu me chamo Valognes Fitzherbert: O arauto de Ohm.

Nesse momento, a mente de Sirbene deu um estalo.

‘’- Então aquilo foi real?!’’

- Sim, o encontro com Ohm, aquela gostosa, realmente aconteceu e você teve a audácia de recusa a ajuda dela, seu desgraçado.

- Eu já disse que não quero ajuda dela, então por que você está aqui?

- Não é bem assim, Ohm tentou uma abordagem amigável, mas foi recusada. Por isso ela me mandou, vou direto ao ponto. Você é uma peça fundamental para os planos dela, isso me deixa imensamente triste, pois somos iguais, com exceção de que eu só mais forte, inteligente e bonito.

- Mas, ela prevê você como campeão – Valognes treme de raiva ao dizer isso.

Sirbene tenta assimilar tudo o que ouviu.

- ... Muito bem, diga a essa coisa... Que eu não tenho intenção alguma de virar seu escravo.

Valognes bate com o punho fechado na mesa de madeira.

- Ei tenha mais respeito ou eu vou ser obrigado a matar você – Valognes nota os olhares curiosos, eles os encara de volta e pergunta, com ferocidade na voz ‘’ Perderam algo?’’ Rapidamente os curiosos somem.

Valognes começa a bater levemente o dedão entre as sobrancelhas – Isso me ajuda a relaxar ... Você não tem escolha Sirbene, esse é o desejo de Ohm e eu irei torna-lo realidade, nem que para isso eu precise raptar a princesa.

Sirbene fica furioso ao ouvir a ameaça.

- Desgraçado.

- Pode me elogiar o quanto quiser, você vai virar o campeão de Ohm por bem ou por mal.

– Mas antes, tem algo que você precisa fazer, lembra-se do que Ohm disse sobre a ver um pedaço dela sobe a posse do rei? Pois então, à dois pedaços, o outro está guardado no subsolo da mansão do Duque Vondkreistan e nós vamos rouba-los.

- hoje à noite um homem virar te buscar no mesmo local onde você encontrou Ohm, ele é o meu irmão, Roussel, ela vai pergunta qual é a senha e você deve responder ‘’ As cinco luas guardam à entrada para o mundo da deusa’’ Ele vai te levar para o meu esconderijo, quero lhe apresentar ao time de assalto.

Valognes se levanta.

– Não ouse faltar à reunião, eu sei onde você mora e posso entrar lá a qualquer momento – Ele dá um tchauzinho para Sirbene antes de ir embora.

Sirbene mantem um olhar furioso no rosto, depois se acalma um pouco e começa a pensar sobre o que fara.

‘’- Eu não serei manipulado outra vez, acharei algum jeito para contornar essa situação.’’

A noite, Sirbene abre o guarda-roupas para pegar um lençol e um travesseiro, ele não parou um segundo se quer de pensar em Ohm e Valognes. Logo depois, Lakiria sai do banheiro com uma toalha enrolado no cabelo.

- Nossa eu não fazia ideia que o trabalho de garçonete seria tão cansativo – Disse ela, animada como sempre.

- Mas enfim, o que é era mesmo que você e a me pergunto? Fiquei preocupado depois que você saiu sem falar comigo.

- Não era nada, eu já resolvi.

Depois da conversa com Atrey, Sirbene resolveu ir embora com Lakiria, porém o encontro repentino com Valognes mudou seus planos.

- Hum! Tudo bem.

Lakiria senta na cama e enxuga o cabelo com a toalha.

– ... Sirbene, depois de tudo que aconteceu na floresta ... Para onde você foi? Perguntou Lakiria, aflita pois o que acaba de pergunta, trará lembranças dais quais Sirbene talvez deseje não querer recordar.

Sirbene não tinha intenção alguma de responder à pergunta, ele iria apenas ignorar, porém, ele lembrou das palavras ditas por Lakiria na noite passada, a promessa de retirar o rancor do seu coração.

- ... Eu vaguei sem rumo até chegar em Oblivia, uma cidade costeira enorme e linda. E foi lá que eu aprendi a mentir, roubar, trapacear, coisas das quais não me orgulho, porém era necessário para minha sobrevivência.

Lakiria sente-se mal por ter perguntando, porém ela enciste em ouvir tudo.

- Passei fome, dormir na rua, era um inferno, eu me perguntava se viver valia a pena. Até que um dia, encostado na viela com a barriga doendo de tanta fome, um garoto mais velho estendeu a mão para mim, ele me levou até um abrigo onde tinha várias crianças de rua iguais a mim.

- O nome dele era Argeus Cruise, ele resgatava crianças como eu e levava para esse abrigo, lá todos ganhavam roupas, comida e um lugar para chamar de lar, passei a minha infância inteira naquele lugar, conheci pessoas maravilhosas lá – Sirbene esboça um sorriso de nostalgia, que logo se apaga.

- E por que você saiu?

- Porque eu matei Argeus, ele não era o bom samaritano que aparentava ser e aquele lugar não era um abrigo, mas sim um ponto de coleta. As crianças resgatadas por Argeus eram vendidas como escravos no submundo, eu não conseguia acreditar nisso, como a pessoa que me salvou poderia ser capaz de fazer isso, mas depois de ver com os meus próprios olhos ele tentando abusar de uma garota, eu tive certa ... Eu Peguei uma faca e dei um fim a vida do meu salvador.

O olhar de desprezo de Sirbene sobre si mesmo, causa uma sensação ruim em Lakiria.

- Agora tudo não passa de lembranças ... Nesse coração só tem melancolia e ódio, boa sorte para mudar isso Lakiria.

Sirbene vira-se, joga o travesseiro e inclina-se para baixo, mas antes que pode-se deitar, os braços de Lakiria envolvem a sua cintura.

- Eu.. eu sinto muito, isso tudo deve ter sido horrível, essas lembranças que nunca somem, mas eu estou disposta a construir novas lembranças – Lakiria soluça. – Apenas abra o seu coração para mim, se estiver com medo, com raiva ou triste, apenas me diga e eu farei isso tudo ir embora, com um abraço bem apertado – Disse Lakiria, chorando, com um sorrindo no rosto.

Lakiria solta Sirbene, porém ele se mantem de costas.

- Atrey sabe que você é a princesa de Viridi, desde o início ele sabia, eu contei a ele sobre a nossa relação, disse o motivo pelo qual você me salvou, e pelo que parece ele está disposto a manter segredo.

- Então era isso que você queria me contar?

- Sim, eu pensei em fugir com você para outro lugar, mas ... – Sirbene pense por um momento se deve contar ou não sobre Valognes, ele sabe que Lakiria não se deixaria intimidar, porém Valognes demonstrou ser um oponente com o controle total sobre suas ações.

‘’- Manter Lakiria longe dessa confusa é a melhor escolha.’’

- Mas eu acredito em Atrey, tenho fé de que ele não vai nós entregaria.

Lakiria sorrir. - Fico feliz em saber, você está mudando pouco à pouco, antes não pensaria duas vezes em fugir para me esconder. Mas agora, você deu um voto de confiança a alguém.

- Eu não me sinto orgulhoso, você por acaso não prestou atenção na história que contei a um minuto atrás, rostos doces e gentis podem esconder verdadeiros monstros.

- Eu sei, eu sei, não estou dizendo para confiar cegamente nas pessoas afinal elas ainda podem te trair, porém nem todo mundo é igual a Argeus.

- Apenas tente acreditar que ainda existe pessoas boas.

Lakiria da um tapinha no peito de Sirbene e volta para cama.

- ... Eu acredito.

Mais tarde, naquela mesma noite. Lakiria dorme calmamente sentido a leve brisa que vem da janela semiaberta, Sirbene se levanta lentamente, olha por um breve momento para Lakiria e sai do quarto, ele então desce as escadas e sai pela porta dos fundos em direção a árvore de flores brancas. O vento gelado da noite causa arrepios em Sirbene, ele esfrega as mãos para se esquentar um pouco.

‘’- Quando esse tal de Roussel vai chegar?’’

Nesse momento, um som de cascos batendo na estrada de pedra chama a atenção de Sirbene, ele se dirige até os portões do hotel, o som dos cascos se aproxima lentamente conforme um gigantesco vulto negro caminha até a entrada do hotel. Trata-se de um carneiro, o maior carneio que Sirbene já viu na vida, os chifres espirais da criatura são duas vezes o tamanho da sua cabeça, sobre o seu lombo está sentando um homem com um olhar indiferente para Sirbene.

- Você deve ser Roussel, estou certo?

- Qual é a senha? Perguntou Roussel, sem olhar para Sirbene.

- As cinco luas guardam o mundo da deusa! Passei no seu teste de merda?

Roussel esboça um sorriso no canto da boca – Hmpf! Pode montar, Sirbene Fysi: O Campeão de Ohm.

- Cala a boca, eu não sou e nunca serei campeão de ninguém.

- Hahaha seu destino já foi traçado, cabe a você se torna nosso aliado ou não.

- Eu já dei a minha resposta e não voltarei atrás.

- Sabe Siberne, eu particularmente não quero você do nosso lado, é mais divertido lutar contra você, mas se esse é o desejo de Ohm você não terá escolhas.

- É o que veremos.

Roussel estende a mão – Vamos logo, monte no Theodor, preciso trazer você antes do amanhecer.

Sirbene aperta a mão de Roussel, ele mantem o sorriso no canto da boca. Roussel gira Theodor e manda ele ir em disparada montanha abaixo em direção a Minerix, a montanha vizinha. A pressão do ar é tamanha, que Sirbene agarra-se ao pelo da criatura para não cair, Roussel rir de dele. Não demora muito para eles chegaram na vila de mineiros, e como já era esperado não avia ninguém na rua a essa hora, todos dormiam tranquilamente enquanto Sirbene e Roussel passavam. Os dois seguem caminho até uma casebre no pé de uma montanha.

Rossuel para Theodor e desce – É aqui.

Sirbene entra no casebre, ao abrir a porta o vento quase apaga a vela sobre a mesa. Lá dentro estão, Valognes perto da janela quebrada, um homem mais velho sentando numa cadeira de frente para Sirbene e um jovem loiro com bigode ralo sentando do outro lado da mesa.

- Senhores, quero lhes apresentar Sirbene Fysi: O campeão de Ohm.

- Sirbene, esses são Caspro Ellen e Emill Wice.

- É uma honra conhece-lo, Sirbene – Disse Emill, o homem sentando à sua frente. – Nós estivemos esperando você por todo esse tempo.

- Ei velhote não se anime tanto, eu já dei minha resposta a Valognes, não tenho intenção nenhuma de roubar seja lá o que for com vocês.

- Roubar? Perguntou Caspro, ele olha rapidamente para Valognes e respira fundo. – Então você ameaçou ele? Sirbene, você entendeu errado, ou melhor, explicaram de maneira errada o nosso objetivo. O Cajado da superbia nós pertence, foi o rei que o tomou de nós sobre o pretexto de traição. Coisa que não fizemos.

Valognes se catapulta para frente – Hahaha peço desculpas, Caspro, mas essa foi a única maneira que encontrei para traze-lo. Bom, eu irei lhe contar toda a história por trás do cajado da superbia e Albanix, Arabel apenas contou aperta dos cabeça de balde para você.

- Os verdadeiros guerreiros – Disse Roussel ao abrir a porta.

- De novo não – Disse Emill.

- Homens e mulheres que partiam para a guerra com o peito aperto, sem medo do perigo, a sua única defesa era um elmo envolto de garras de Vraxs, nenhuma flecha conseguia atravessar a barreira de vento que se formava em volta do elmo, pastava um cabeçada para destruir os escudos inimigos e mais uma para nocauteá-los. Uma arma improvável, mas que serviu para enaltecer o nome dessas lendas.

- Acabo o seu discurso? Perguntou Valognes, com um olhar furioso para o irmão.

- Desculpe.

- Bom, tudo começo-

- Eu não quero saber da história de cajado nenhum, nada disso tem a ver comigo seu doente, apenas quero que me deixe em paz.

- Temo que isso seja impossível – Disse Emill. – Você é o campeão prometido de Ohm, isso já foi escrito a muito tempo e nada pode alterar o destino dos campeões.

- PAREM DE ME CHAMAR ASSIM!!! EU NÃO SOU CAMPEÃO DE NADA E QUE SE FODA VOCÊS E OHM.

- Novamente, você desrespeito ela – Disse Valognes, com o mesmo olhar assassino de antes. – Eu deveria puni-lo por isso, mas como você atendeu ao meu humilde pedido, deixarei passar mais uma vez, porém essa é a última vez.

- Bem, como eu e a dizendo, tudo começou quando um mineiro chamado Tommy, encontrou uma pedra estranha, ela parecia um espelho triangular escuro, mas nada refletia nele. Tommy não sabia o que fazer com a pedra, ele então resolveu leva-la até o centro de pesquisas de Pargonux, lá os alquimistas; Vondkreistan Tepes e o meu pai, Ginn Fitzherbert, começaram a estudar o estranho objeto, após algum tempo eles descobriram que a pedra é feita de um material desconhecido e que era capaz de emitir um pequeno raio de luz rosa intenso, do espelho negro.

- O meu pai então teve a ideia de criar um cajado, feito de metal e pintado de dourado, envolta da pedra o meu pai colocou três círculos de metal, também pintados de dourado, que no passe de mágica começaram a flutuar. Quando Vondkreistan perguntou de onde surgiu a ideia para o cajado e como ele sabia que as argolas iram flutuar, meu pai respondeu ‘’Uma mulher, nos meus sonhos disse que isso funcionaria e eu deveria tentar.’’ Naquele momento Vondkreistan achou que meu pai estava ficando maluco, e ele estava certo em partes.

- A confusão vem agora, Tommy encontrou mais uma pedra Ohm, batizada assim por Ginn. Tommy era um homem ganancioso, ele queria receber algo em troca daquela pedra, mas os alquimistas nada deram a ele, foi ai que ele teve uma ‘’brilhante ideia’’ barganhar com o rei Rikkar, infelizmente o rei avia viajado e em seu lugar estava o príncipe Nuixdrurgar. Tommy contou tudo para o príncipe e foi recompensado com um saco de moedas de ouro, Nuix imediatamente se dirigiu até o centro de pesquisas, os alquimistas estavam escondendo o cajado de todos, porém eles não tiveram outra escolha além de revelar o segredo para o príncipe. O cajado estava pronto, aparentemente o seu único poder era lançar um raio de luz rosa intenso capaz de corta qualquer coisa.

- Quando Nuix segurou o cajado todos seus segredos foram revelados a ele, o espelho negro refletia o rosto do príncipe, e, ele agora sabia tudo sobre Ohm. O meu pai avia passado pela mesma experiência, porém Ohm não concedeu os poderes totais da pedra a ele e nem a Vondkreistan. Entretanto, com o príncipe foi diferente ela viu potencial nele, assim como vê em você, Sirbene.

- Nuix desejava usurpar o trono, com ajuda de Vondkreistan e Ginn ele conseguiu construiu outro cajado e a partir dali começou o seu plano para se torna rei, primeiro ele criou aquela historinha de que os cabeças de balde pretendiam dar um golpe de estado, e, acabou com a escola de cavaleiros, esse evento não o benefício em nada era mais um vingança pessoa contra seu pai, depois disso ele usou o poder do cajado para acabar com a sanidade do rei, que eventualmente o levou ao suicídio.

- A mesma coisa aconteceu com o meu pai, Vondkreistan estava certo sobre ele, o poder de Ohm é tão grande que meu pai não foi capaz de compreende-lo e por isso resolveu dar um fim a própria vida. E agora estamos querendo pegar o cajado de volta, queremos usar o poder dele para nós vingar de Nuixdrurgar.

Sirbene não deu a mínima para a história de Valognes.

- Essa vingança não tem nada a ver comigo, seu pai morreu por causa do cajado e mesmo assim você quer ele? Por qual motivo?

- Valognes tem o que é necessário para controlar o poder de Ohm – Disse Caspro.

- E o que seria?

- Orgulho – Respondeu Emill.

- Besteira!!!

- Tudo bem, pode ir embora se quiser, mas saiba que se fazer isso, Lakiria reencontrar seu pai amanhã mesmo – Disse Valognes.

- Desgraçado, eu vou fazer você pagar por isso.

- Ótimo, creio que isso seja um sim?! Pois bem, vamos ao plano de assalto, daqui a oito dias nós vamos invadir a mansão do Duque Vondkreistan, Caspro e Emill vão te contar mais detalhes amanhã, agora pode ir.

Sirbene chega ao Hotel um pouco antes do sol nascer, ele entra rapidamente no quarto e no exato momento em que fecha a porta, ele vê Lakiria esticando os braços sentada na cama, ela avia acabado de acordar.

- Dormiu bem? Perguntou ela, meio sonolenta ainda.

- Não, tive um pesadelo – Respondeu Sirbene, caminhando em direção ao banheiro.

- Que péssimo, como ele foi?

- Do tipo que parece ser real. 

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