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Esqueceu a Senha?

Capítulos (1 de 6) 16 Jan, 2019

Capitulo 3: Andoré Sartorius

Lakiria abre os olhos e se vê em pé, no meio de um campo repleto de flores estranhas, até onde é possível enxerga à flores. Elas nada mais são do que Ventus cordes, porém esses estão envolta de uma fumaça rosa brilhante, como uma nebulosa, dentro da nebulosa tem várias pétalas de flores, que seguem a seguinte sequência de cor; roxo, alaranjada, roxo. Esse mini Saturno está fixado ao chão por várias raízes entrelaçadas, que formam uma mão segurando o Ventus Corde, as fitas verdes dentro dele tentam fugir da mão, mas por algum motivo elas não conseguem subir para cima.

No início ela achou aquela mão bizarra, mas não se deixou assustar, Lakiria foi até o Ventus Corde, que com exceção dos detalhes externos, permanecia igual por dentro. Ela lentamente passou sua mão pela nebulosa, Lakiria se arrepia toda por causa do frio absurdo dentro dela, porém o frio não a impede de tocar o Ventus Corde, ao toca-lo, o ‘’coração azul’’ começa pulsar, ela então retrai sua mão rapidamente e nesse momento Lakiria nota pela primeira vez as suas asas verdes, repletas das mais belas flores como se tivesse sido feita pela mãe natureza.

‘’ – Incrível’’ Disse ela um pouco assustada.

Ela fica fascinada pelas suas asas, mas a sua atenção se volta rapidamente para o Ventus Corde que agora emitia uma luz azul piscante, a luz ganhava cada vez mais espaço até que então a luz azul atingi outro Ventus Corde, ele também começou a piscar e depois outro e mais outro, Lakiria se viu em meio a um pisca-pisca de uma única cor, pensando ter feito algo de errado, ela fica envergonhada do que causou e dar alguns passos em direção ao horizonte, entretanto conforme ela caminhava o seus pés sentiam dificuldade em levantar, era como se Lakiria estivesse andando na lama. Foi então que ao olhar para o chão ela viu que não havia mais terra ali, e sim sangue. Lakiria grita e começa a correr, porém, assim como a maré o sangue começou a subir, não tinha um local de origem ele só subia como se viesse de debaixo do chão.

Os pés de Lakiria ficam cada vez mais presos a cada passo, ao perceber isso ela tenta algo improvável, mas em meio à toda aquela fantasia, ela acreditava que poderia dá certo, Lakiria tenta bater suas asas para alçar voou, enquanto corre, mas não estava dando certo é difícil correr e manter a concentração, então ela para, fecha os olhos e se concentra ao máximo, com as duas mãos juntas e fechadas ela ora para que de tudo certo, e então ao abrir os olhos ela está voando. ‘’Isso, eu sabia que conseguiria’’ Disse ela em voz alta, com o seu sorriso radiante.

Lakiria olha para suas asas, sorrindo, ela então alça voos mais altos em direção as nuvens, se esquecendo totalmente do ocorrido lá embaixo, Lakiria voa entre uma nuvem e outra, ela se sente dentro de um grande algodão doce, ela conseguiu até mesmo morde um pedaço dela.

O sonho que virou pesadelo parecia ter voltado a ser sonho, até que uma aeronave toda destruída passou do lado de Lakiria, ela não reconheceu o modelo da aeronave e nem a qual reino ela pertencia, também não viu ninguém dentro dela. Lakiria colocou sua cabeça para fora da nuvem e viu a aeronave se chocar com outra, que por conta da sua simetria ao se chocar, só era possível que ela tivesse saído do chão, pois não havia espaço suficiente para ela se alinhar tão precisamente.

Lakiria ficou pasma ao ver aeronaves saindo do chão carmesim, ela olha para cima e vê que outros aviões destruídos iguais aquele estão caindo do céu, com medo de algum deles à acerte, ela voa em direção ao horizonte repleto de neblina.

O sangue subiu até a altura dos Ventus Corde, as aeronaves por algum motivo se chocavam simetricamente umas com as outras, e, no meio desse caos está Lakiria voando desesperada procurando uma saída desse pesadelo, ela voa o mais rápido que pode, porém nunca consegue chegar ao horizonte. A neblina começa a se dissipar, no lugar dela uma criatura gigantesca surge, coberta pelo sangue do chão, apenas metade do seu corpo está para fora, a outra parte permanece dentro do lago de sangue que se tornou a cratera onde ele surgiu.

Lakiria voa em direção a ele, sem saber o que fazer, ela está com medo muito medo. A criatura levanta o rosto e ao olhar aquele horror, Lakiria acorda do seu pesadelo.

Sirbene toca em seu ombro, ela dá um pulo sentada e coloca as mãos no rosto para se defender.

- Lakiria? - Ao ouvir a voz de Sirbene, Lakiria abre os olhos lentamente e só depois de ter certeza que é realmente ele, ela abaixa os braços, ofegando.

- Arf arf eu tive um tremendo pesadelo essa noite, sonhei com uma criatu-

- Eu não ligo – Disse Sirbene de mal humor.

- Nossa, para que tanta indelicadeza, é feio interromper uma dama enquanto ela fala.

Ele chega mais perto de Lakiria, com um sorriso no rosto – Ora me desculpe princesa, é que eu não dormir muito bem essa noite.

Lakiria então nota os seus olhos bem avermelhados – Você ... passou a noite toda vigiando a casa?

- Mas é claro, sempre à espreita para caso o seu pai tenha descoberto a minha localização.

- Você tem razão, mas não se preocupe, conhecendo o meu pai ele com certeza mandou um único soldado vim me resgatar.

- Um guerreio?! Vociferou Sirbene, se sentido insultado.

Lakiria cruza as pernas e coloca as mãos em cima – Você pode ser bom pilotando, mas no mano a mano Vericatus ganha com certeza.

- Um guerreiro gentil e obstinado, que chamais falhou em completar suas missões, um homem cujo o único propósito de sua vida, é proteger a família real de Viridi, esse é Vericatus Terkati Ornerus, O guerreiro-mor de Viridi.

O olhar de raiva, da lugar para surpresa e logo em seguida, um sorriso.

- Hééé então quer dizer que Yuriqui mandou o seu guerreiro mais forte para me enfrentar ... Por um lado estou feliz pelo reconhecimento, por outro, se ele é tão forte quanto você diz, seria um enorme problema encontra-lo.

- Está com medo? - Perguntou Lakiria, enquanto esfrega os olhos.

- Não, claro que não, eu comecei tudo isso e estou preparado para sofrer as consequências. Agora levante-se, lave o rosto na pia, que no caso é aquele balde ali, e venha tomar o café da manhã – Sirbene dá as costas.

Lakiria levanta-se rapidamente – Tá vendo, é por isso – Sirbene vira-se. – O jeito que você fala é muito gentil, não me causa medo, por isso sinto que não estou em um sequestro.

- E o que você esperava? Um homem que só fala alto e babando em tudo, como um cachorro louco?

- Não, isso parece coisa de desenho animado. Eu esperava um homem alto, velho, com a barba suja e o rosto cheio de cicatrizes. Que empoe medo a cada palavra dita.

- Isso é ainda mais caricato, arff de qualquer forma anda logo, eu já estou com fome.

- Hehe tudo bem – Lakiria tira o macacão e vai até a pia, lava o rosto e se senta na cadeira de madeira, de frente para Sirbene. Sobre a mesa tem um lençol branco desgastado, cheio de buracos, em cima da mesa tem duas tigelas, cheia de frutas cortadas em pequenos pedaços.

- Salada de frutas?! - Disse Lakiria, segurando o garfo.

- Sim, uma refeição leve para começa bem o dia – E logo em seguida ele comeu um pouco.

Lakiria olha para Sirbene comendo, com um olhar de descrença – Você não parece com aquele homem que buscava uma vingança justa, de ontem.

Sirbene para o garfo bem na frente da boca, come as frutas, e coloca o garfo do lado da tigela.

- Lakiria ... quero que sabia que nada mudou, eu continuo caminhando em busca da minha vingança contra Victor Vitorius, nada me faria mudar de ideia.

- Hahahaha Veremos Sirbene, veremos, ainda restam dois dias.

- Hmpf.

- Ehhh Sirbene.

- O que é agora?

- Tem abacaxi aqui? Eu sou alérgica, não posso comer.

Sirbene sorrir – Hahaha vamos jogar um jogo Lakiria? Prove.

- Já disse para não me subestimar – Logo em seguida ela dá uma bela garfada na tigela e come as frutas.

Lakiria fecha os olhos, engole, esfrega as mãos nas bochechas e respira aliviada logo em seguida.

- Não tem, e isso aqui tá maravilhoso.

- Muito obrigado, eu me orgulho bastante das minhas habilidades culinárias... minha mãe me ensino a cozinhar desde muito cedo ‘’ Um guerreiro forte precisa sempre comer bem antes da batalha’’ ...

- Bela frase, eu não sei cozinhar, nem arruma o meu quarto e nem puxar assunto com as outras pessoas, acabo sempre falando das mesmas coisas –

- Aviões? – Arriscou Sirbene.

- Sim, esse fascínio por aeronaves está no sangue dos Vitoruis, o meu sonho é parecido com o do meu avô, eu quero construir um avião que possa ir para o espaço, quero explorar a lua e de lá outros planetas.

- O que você pensa em fazer depois de ‘’completar’’ a sua vingança?

Sirbene atira o garfo dentro da tigela vazia.

- ... Eu vou viver o resto da minha vida nessas florestas, irei cuidar dela como o meu povo fazia.

- Você sabe que isso é impossível né? Se você de fato consegui- se realizar sua vingança, o meu pai iria te caçar pelo resto da vida, essa floresta seria o primeiro local aonde ele procuraria você.

- Realize esse sonho enquanto a tempo, Sirbene.

- Eu já pensei em todas as possibilidades Lakiria, então não me diga o que fazer, o meu caminho foi traçado no dia em que eu ti peguei. Não me arrependo ... agora termina sua refeição, nós vamos sair.

- Aonde vamos? – Perguntou ela passando a mão no cabelo.

- Eu preciso de lenha para acender o fogão e você vem comigo.

- Ué pensei que iria me prender aqui em cima, sei lá vai que eu resolva fugir? – Perguntou Lakiria, em um tom provocativo.

- Se você realmente quisesse isso, já teria feito não é mesmo?

- Pode apostar que sim, eu poderia usar o meu macacão como paraquedas ou usar esse utensílios para descer a árvore, fico feliz em ver que a sua visão sobre mim mudou um pouco.

Sirbene revira os olhos – Anda logo e termina isso – Ele vê o pingente de Lakiria, e fica chocado.

- Isso no seu pescoço é a garra de um Vrax?

- Sim – Respondeu ela de boca cheia. – Esse é a garra do primeiro Vrax que matei, a luta foi intensa, mas no fim eu sai vitoriosa.

- Haaa claro, você e Vericatos vs o Vrax, uma luta bem intensa não?

- Hahahaha pare de me subestimar só porque sou uma princesa, já provei que sou mais do que um simples rostinho bonito.

- Bonito? – Repetiu Sirbene, baixinho.

- Eu assumo que você é uma ótima pilota e que é bem ardilosa, entretanto lutar contra um Vrax ... isso eu não consigo acreditar, essas feras conseguem destroçar um homem em questão de segundos, para você ter realizado tal ato e sozinha, deveria ter perdido algum membro pelo menos, só assim eu acreditaria.

- Uff – A princesa joga o garfo na tigela vazia. – Acreditando ou não, Quem conseguiu essa garra fui eu, agora vamos para à floresta.

Os dois saem da casa e vão até o lado direito dela, onde está a pequena aeronave, esse tipo de aeronave suporta duas pessoas, no máximo três. Geralmente são usados em fazendas para transporta sacas de grãos, em alguns lugares também é usado como taxi. Lakiria senta no banco do carona, com a cara empurrada por não poder dirigi, Sirbene tira a chave do bolso e liga a máquina. Alguns minutos depois, eles já estão no chão, Sirbene pousa a aeronave entre as moitas altas para camuflar. Ele pega o machado e um bastão quebrável, dividido em duas partes iguais e do mesmo tamanho.

Lakiria nota que no pé da árvore em que eles estavam, tem um corte em formato de porta.

- O que tem ali dentro? – Perguntou, apontando para o corte.

- Essa é a árvore mais antiga de toda essa imensa floresta ... dentro dela repousa os espíritos de meus antepassados e agora ... da minha família também.

- Desculpe – Disse Lakiria, se sentindo mal por ter perguntando.

No entanto, Sirbene não liga e os dois seguem até o local onde Sirbene vai cortar madeira. Lakiria fica fascinada com a beleza da natureza, as árvores, os pássaros cantando, os animais vagando livremente pela floresta. Até então a princesa só conhecia o jardim botânico de Viridi e os bosques de Kókkivo, a floresta era centena de vezes mais linda que tudo isso, a felicidade em seu rosto é visível. Durante a caminhada Lakiria vê um cogumelo no chão, ele é vermelho com bolas azul celeste, a cor favorita da princesa, ela agacha e estica a mão para pegar o cogumelo.

- Eu não faria isso se fosse você – Disse Sirbene.

Lakiria toma um susto e cai sentada.

- Esse é o cogumelo Alu’ri, ele possui um veneno que te deixa paralisado em cinco segundos, o meu povo passava o líquido azul do cogumelo, na ponta das flechas para imobilizar suas pressas...

Lakiria ouve tudo com muito interesse, Sirbene fica um pouco incomodado com o deslumbramento da princesa.

- Conhecimento é poder, conte-me mais sobre as técnicas de caça do seu povo.

Sirbene coça o rosto – Tudo bem, eu posso falar mais sobre eles, com tudo, continue andando ou o almoço será o jantar.

- Hum ok.

- O meu povo usava lanças e planadores para derrubar os temíveis Tortotofin: o pássaro imperador, uma ave enorme com um pico curvado para cima e para baixo como um machado e igualmente afiado. A sua carne é muito nutritiva, com o seu pico nós criamos várias armas, entre elas o machado – Sirbene balança o machado que está segurando na mão esquerda.

- O meu pai fazia um belo chapéu com as penas da ave, elas mudam de cor com forme a temperatura ambiente.

- Eu nunca ouvir falar dessa ave, é alguma espécie em extinção?

- Não, é normal você nunca ter visto essa ave, aqui nas florestas do sul existem animais raros, que só são encontrados aqui. Como é o caso do lendário Urso-Kardalá.

- Uma fera assustadora, um urso com três metros de altura com o pelo alongado, quando ameaçado, o urso transforma o seu pelo em uma poderosa couraça de espinhos venenosos. Esse veneno é tão poderoso que poder matar uma animal grande em dez segundos, um ser humano muito azarado que levar uma patada dessa fera irá morrer em questão de milésimos.

- Nossa assustador, essa é uma fera que eu não gostaria de encontrar no meio dessa floresta ... vamos pegar essa lenha logo.

- hahaha a princesa está assustada, não se preocupe, meus antepassados deram conta dessas feras, não á se quer um urso-Kardalá por essa área. No entanto, não posso dizer isso de outras regiões, esses ursos conseguem se adaptar a qualquer bioma, eles são verdadeiros monstros.

- Hum, à mais algum animal lendário nessas florestas?

Sirbene continua a contar sobre os mais variados animas que habitam esse local, durante a caminhada Lakiria notou um semblante totalmente diferente no rosto de Sirbene, naquele momento ele estava feliz como uma criança.

Sirbene começa a da machadadas em um carvalho velho, Lakiria, entediada, resolve fugir sorrateiramente para explorar a floresta, quando, ao atravessar as moitas de frutinhas, ela pisa em algo que faz um ‘’crack’’ Ela não escuta mais as machadadas, silêncio total na floresta. Lakiria levanta o pé, para ver no que pisou e se deparada com um globo do Ventus Corde, sem o ‘’coração azul’’ Ela pega o globo quebrado, com cuidado para não ferir as mãos e tenta entender por que tinha um Ventus Corde quebrado ali, entretanto, sua inspeção para ao som do machado acertando furiosamente a árvore a sua direita.

- Aquele papo todo de que não iria fugir, era mentira, princesa? – Perguntou Sirbene, com raiva, chegando pela esquerda.

- Não, não, de forma alguma eu fugiria – Respondeu, assustada pela atitude grosseira de Sirbene. - Só queria explorar a floresta e como você estava focado em derrubar aquela velha árvore, eu não quis interrompe e sair de fininho, apenas isso. Eu não vou fugir de você Sirbene.

- .... – Sirbene caminha em direção a ela, Lakiria fecha o olho esquerdo e deixa o esquerdo semiaberto, se preparando para receber um castigo mais severo. No entanto, isso não acontece, Sirbene passa reto e retira o machado da árvore.

- Vamos voltar, eu já peguei o necessário para essa noite.

- Mas antes, da uma olhada nisso – Lakiria novamente pega o Ventus Corde do chão.

As sobrancelhas de Sirbene saltam ao ver o objeto quebrado.

- Eles estão mais pertos do que imaginei, vamos voltar logo para casa Lakiria, amanhã nós iremos para outro esconderijo.

- Por que? Quem está atrás de nós?

- Os Vraxs!!!

- Hã?

- Alguns anos atrás, uma cidade muito rica resolveu investir nos Ventus Corde, o prefeito comprou o fruto de um vendedor não muito confiável, o que eles tinham de pão duro era duas vezes maior que suas riquezas. O prefeito, assim como vários outros governantes idiotas, não sabiam de toda história em volta dos Ventus Corde, e pelo que parece vocês Vitorius também.

- Em uma bela noite de verão, o povo da cidade comemorava o solstício de verão quando de repente a árvore da vida escurecida, começa a quebrar e ai você já sabe né? Foi um verdadeiro massacre, a cidade rica e orgulhosa virou pó da noite para o dia.

- Por que está me contando essa história?

- Os Vraxs que nasceram na sociedade voltam para essas florestas em busca de alimento – Sirbene aponta para o Ventus Corde. – E essa é a refeição favorita deles.

- Os Vraxs e os Ventus Cordes são tecnicamente irmãos, já que vieram do mesmo lugar, o capítulo da história que você não conhece, é o motivo pelo qual os Vraxs matam.

- O motivo é simples, eles são o mal encarnado, entretanto existe outro motivo para eles comerem os Ventus Corde, para ganhar mais poder, eles querem o poder necessário para arrancar as raízes da árvore da vida, e isso só é possível comendo os Ventus Corde.

- Isso não faz sentido, meu pai me conto que essa árvore é imortal, nada poderá derruba-la.

- De fato isso é verdade, nada do mundo humano é capaz de destruir a árvore da vida, exceto seu próprio filho, ela não vai cair como aquele velho carvalho, sem suas raízes a árvore da vida fica amarela e depois se transforma em poeira de ouro.

- Isso nas suas mãos é a prova de que eles estão por perto, eu irei preparar tudo hoje, amanhã nós iremos para outro esconderijo.

- Para onde nós vamos? – Perguntou Lakiria, coletando alguns pedaços de madeira.

- Quando chegarmos você verá.

- Credo, não precisa ser tão grosseiro?

- Hahahahaha.

- Do que está rindo?

- Haha é que é engraçado, não era você princesa que estava reclamando do meu modo gentil de falar? Quando finalmente resolvo falar sério, você me adverte.

Os dois seguem caminhando, quando um pedaço de madeira escorrega do colo de Lakiria, ela se abaixa para pegar de volta.

‘’Bang’’ O som de uma bala ecoa pela floresta em direção a Sirbene, que repentinamente empurra Lakiria para de trás de uma pedra.

- Argh mas que merda, ele conseguiu me acerta – Disse Sirbene, com a mão na barriga, sua camisa branca rapidamente toma a cor de um vermelho escarlate.

- Sirbene, você está bem?

- Argh vou ficar, essa não foi a primeira vez que eu levei um tiro.

- O mais importante agora é saber quem são os nossos inimigos, quantos são e onde estão.

Lakiria se encosta na pedra e levanta um pouco a cabeça para averiguar a situação.

- Quatro pessoas, duas na esquerda atrás daquele árvore com um ninho no galho, e, dois na direita entre aquelas duas árvores curvadas.

- Ótimo, argh, assim eu tenho uma ideia do que fazer – Sirbene coloca a mão no bolso esquerdo do seu casaco.

- Chame à atenção deles, preciso reuni-los.

- Pode deixar.

- Quem são vocês? – Gritou Lakiria. Uma das pessoas escondidas na direita, sai de trás das árvores, um homem alto vestindo roupa militar preta e uma máscara que cobre todo o rosto, ele segura um rifle semiautomático, Lakiria não viu nenhum símbolo na roupa dele, nada que comprovasse que esses homens eram de Viridi.

- Princesa, viemos aqui para te resgatar, por favor sai de trás dessa pedra, nós estamos armados e prontos para neutralizar o sequestrador.

Silêncio total, Lakiria não respondeu nada.

- E então, o que vai fazer Princesa, lutar contra seus salvadores para ficar comigo? – Perguntou Sirbene, sério.

- Nhé, eles não são meus salvadores, eu nunca vi esses caras antes, posso afirmar com certeza de que não são soldados do meu pai e muito menos do Império.

- Como pode ter tanta certeza?

- Por causa das roupas, e não só isso, a arma que ele empoe não é daqui, esse designe...

- Ehhh, então tem mais gente interessada no seu resgate – Disse Sirbene, interrompendo os pensamentos de Lakiria. - Problema deles, vão ter que passar por cima de mim primeiro.

- Como está a situação, eles mudaram de posição?

Lakiria repete o mesmo processo, O homem que se apresentou, caminha em direção a pedra com a arma apontada. – Apenas um, os outros três permanecem na mesma posição.

- Droga ... chame a atenção deles. Eu sei como acabar com todos eles de uma vez – Sirbene finalmente tira o objeto do seu bolso esquerdo, uma granada azul com ventosas.

- Você tá maluco, isso pode nós matar também.

- Não se preocupe, essa granada é para repelir, ela apenas faz o inimigos voarem pelo céu com uma onda de choque. Mas para isso eu preciso que os inimigos fiquem juntos.

- Ok, eu já pensei em algo.

Enquanto isso, o homem se aproximava cada vez mais, ele sinaliza para que os outros também avancem. No entanto, o controle da situação é perdido em um movimento inesperado da princesa.

- SOCORRO, ELE TEM UMA FACA, POR FAVOR VENHAM DEPRESSA HAAAA.

O homem, avança mais rapidamente enquanto os outros permanecem na mesma posição, porém eles não estavam preparados para o que vinha a seguir, o braço da princesa sujo de sangue sai para fora da pedra, os soldados veem aquilo e ficam loucos, eles então avançam bruscamente. E é nesse momento que Sirbene arremessa a granada murcha como uma uva-passal, a granada infla durante o voou e ao aterrissar no chão, ela explode, jogando os soldados pelos ares.

Sirbene se levanta de trás da pedra, olha onde os homens foram parar, a granada de vento, jogada a curta distância é muito eficaz, porém a longa distância ela não é capaz de proporcionar uma queda letal ou forte o suficiente para desmaiar o seu alvo.

Um dos homens da direita, estava encostado numa árvore, desmaiado, outro foi para em cima de um galho, o da direita está caído, porém Sirbene notou um espasmo na mão do homem, ele não saiba ao certo se ele estava consciente ou não.

‘’-Falta um’’ Pensou Sirbene.

Para sua infelicidade, o homem que faltava, surge nas suas costas, ele acerta o joelho de Sirbene, que cai, logo em seguida, o homem aponta saca uma faca e prepara-se para grava-la seu pescoço. Entretanto, Sirbene pega um pedaço de madeira e usa como escudo, a faca fica presa na madeira, Sirbene então pega outro pedaço e joga no rosto do assassino, o tronco quebra a parte da boca e nariz da máscara, fazendo com que o homem recue.

Ele passa a mão no nariz e vê sua mão manchada de sangue.

- Sirbene você está bem? - Perguntou Lakiria, segurando o machado.

- Vou ficar – Respondeu, em pé, segurando o bastão. – Assim que acabar com esse daqui.

- Quem é você? – Perguntou Lakiria.

- O seu salvador – Retrucou o homem, com um tom de voz convidativo, segurando a faca na mão direita e estendendo a esquerda para Lakiria. - Agora abaixe esse machado e venha para esse lado, minha querida princesa.

- Não, você não é um soldado do meu pai e não adianta negar, eu já tenho total certeza disso.

O homem passa a mão novamente no nariz, para limpar o sangue.

- Ahhh cara, você pretende resistir Lakiria, por que? Esse homem te sequestro e nós estamos aqui para mata-lo e salva-la.

- Eu tenho meus próprios interesses, assim como o seu contratante.

Ele novamente limpa o nariz.

- Sendo assim, você não me dá escolha, vai ser no modo clássico mesmo, Dismas.

Sem que Sirbene e Lakiria percebe-se, o homem abatido no chão avia se recuperado, ele avançava sorrateiramente para trás de Lakiria, no momento que o assassino disse o seu nome ele socou a barriga de Lakiria, o que deixa ela inconsciente, Dismas então joga ela sobre seu ombro e corre em direção a casa na árvore.

- EI!!! - Gritou Sirbene, com o coração aflito, o assassino aproveito esse descuido e avança, Sirbene defende, mas não sai impune, o homem consegue fazer um talho em sua bochecha esquerda.

- Hahaha retribui o que você fez comigo, agora você parece mais assustador.

- Desgraçado, quem são vocês? E o que querem com a minha pressa?

- Calma, eu vou te contar quem eu sou, mas só nos seus últimos segundos de vida, até lá vamos no divertir.

- Foda-se a sua diversão, eu preciso recuperar Lakiria logo, não posso deixar vocês roubarem ela de mim.

- Para isso terá que me matar.

- Não será um problema!!! – Sirbene avança.

Enquanto isso, Lakiria acorda no ombro de Dismas, ela logo nota que homem não é Sirbene, Dismas segura as pernas dela, Lakiria recolhe os braços e os pressiona contra o peito do homem, ela então dá um soco no olho esquerdo, que pega de raspão, depois outro no queixo, a máscara quebra. Dismas perde as forças com o segundo soco, ele acaba soltando Lakiria e caindo no chão.

A princesa se recompõe rapidamente – Quem são vocês? E o que querem comigo?

- Maldita, eu gostava daquele máscara, dessa vez você vai levar mais do que um soco leve na barriga.

Dismas tira um cassetete da perna direita – O importante é te levar viva, com um osso ou dois quebrados, tanto faz, desde que respire é o que importa.

Porém, o que aconteceu em seguida não estava nos planos de Dismas, Lakiria avançou em sua direção, Dismas dá um golpe de cima para baixo com o cassetete, porém Lakiria consegue esquivar e da outro soco, dessa vez na barriga. Entretanto o soco não surte muito efeito, o homem acerta a princesa no braço, uma, duas, três vezes, a princesa grita de dor, nesse momento o homem da outro soco em seu estomago, dessa vez com mais força.

Lakiria cai de joelhos no chão.

- Você é fraca, como uma boneca de porcelana, levante, sua punição só está começando – Dismas larga o cassetete e prepara-se para dar um soco no rosto de Lakiria.

Ela então inclina-se para trás, esquivando do golpe, pega uma pedra no chão e joga em Dismas, o acertando no mesmo olho ferido.

- Ahhhhhhh desgraçada, eu vou te matar, com toda certeza, eu vou te matar.

- Hmpf vem então – Disse Lakiria, provocando.

Dismas avança para cima de Lakiria, ela recua, para manter uma distância segura, a princesa aproveita das brechas nos golpes de Dismas, para atacar. A luta estava a favor de Lakiria, entretanto, em um dado momento da luta, Dismas consegue imobilizar a princesa, aplicando um mata-leão nela.

- Arf Arf tenha bons sonhos princesa – Vociferou ele, apertando ainda mais o pescoço de Lakiria.

A princesa se encontrava numa situação crítica, suas chances de vitória eram mínimas, Lakiria e a pouco a pouco perdendo a consciência, nesse momento ela lembrou da conversa que teve com Sirbene sobre os Vraxs, a conversa veio tão repentinamente à sua cabeça, entretanto, essa memória revelou o caminho da vitória para ela. Lakiria pegou o seu cordão e girou vagarosamente, a garra de Vrax presa nele começou a carregar vento à sua volta, Lakiria então o chicoteou bem do lado do ouvido de Dismas, a explosão de vento deixou Dismas surdo e desnorteado, ele larga Lakiria e põem a mão no ouvido.

A princesa levanta-se, Dismas olha para ela e recebe um chute na cara que o deixa inconsciente. Lakiria pega a pistola de Dismas e vai em direção a onde estava Sirbene.

Voltando para Sirbene e o assassino.

Sirbene está caído no chão, com o lado esquerdo do rosto coberto de sangue devido a ferida causada pelo assassino, ele respira ofegante, cansado da batalha. O assassino aponta sua faca para Sirbene, ele o olho com desprezo, sorrindo triunfante sobre seu inimigo.

- Parece que me derrotar foi mais difícil do que tinha imaginado não é mesmo.

- Você está acabado, porém não vou te matar agora, antes irei cumprir com a minha promessa, vou lhe contar que somos.

- Esquadrão de execução real, eu sou o líder deles, Andoré Sartorius. Nós viemos em nome do rei Ulyraq.

- O que o rei de Hergoro ganhará sequestrando a princesa de Viridi?

- O rei não precisa nós dar um motivo para matar, ham! Afinal somos meros assassinos, lâminas que cortam nas sombras.

- O rei é a lei, se ele ordena que uma pessoa deve morrer, então ela com certeza é má.

- Desgraçado.

- Agora que sabe a verdade, você pode ir direto para o infer-

Lakiria coloca Andoré para dormi, com uma coronhada na cabeça.

- Parece que o senhor sequestrador não consegue da conta de um assassino sozinho – Disse ela, em tom debochado.

- Arf Arf obrigado, me ajuda a levantar por favor.

Lakiria apoia o braço de Sirbene em seu ombro e o ajuda a caminhar, Chegando em casa, Sirbene vai direto para o ‘’Corvo’’ porém ao puxar um dos galhos a aeronave é atingida por um míssil e explode, felizmente Sirbene apenas foi arremessado para longe sem sofrer dano algum. Lakiria levanta Sirbene novamente e vai em direção a outra aeronave, ela pega a chave no bolso de Sirbene e os dois fogem. Entretanto, durante o voou a aeronave é atingida nas turbinas, ela começa a fumaça e da defeito.

- Temos que pular Lakiria, essa aeronave vai explodir.

- Eu sei, só espera um pouco, preciso ver aonde vamos cair – Por sorte, uma carroça carregada de feno estava passando na estrada de terra logo abaixo deles.

A princesa arrasta Sirbene e os dois caem dentro da carroça, o velho que conduzia a carroça sentiu o impacto na carroça, ele para e vai até a parte de trás, afasta um pouco o feno e vê Lakiria e Sirbene sujos de sangue, deitados em meio ao feno.

- Por favor senhor nós leve daqui, o meu amigo está ferido e tem assassinos atrás da gente, por favor nós ajude – Suplicou Lakiria, Sirbene respira ofegante devido aos seus ferimentos.

O sol quente impediu que Lakiria e Sirbene vissem o rosto do velho.

- Vocês querem ir para Albanix? É para onde estou indo – Perguntou o senhor.

- Sim, sim, qualquer lugar está bom.

- Sendo assim, não vejo problema em leva-los.

- Obrigada – Respondeu, com um sorriso tremulo no rosto.

O senhor cobriu os dois novamente e se dirigiu para à frente da carroça, quando escuta um som estranho vindo do céu, uma moto voadora vem em sua direção, a piloto pousa a moto do lado da carroça, desce do veículo e vai em direção ao velho.

- Por que o senhor está parado aqui? – Perguntou a garota, com raiva em sua voz.

- Eu só vim beber um pouco de água – O senhor puxa uma garrafa de dentro da carroça. – Quer um pouco?

- Não, o senhor pode me deixar da uma olhada em sua carroça?

- Poderia, mas agora não, tenho que entregar essa encomenda na fazenda o mais rápido que eu poder, se não as ovelhas vão morrer de fome.

Lakiria levanta-se um pouco para fora da carroça, o suficiente para ver o que estava acontecendo e ao mesmo tempo continuar camuflada pelo feno. Lakiria reconhece a garota na hora.

‘’- Áiga’’ – Pensou ela.

‘’- O que ela está fazendo aqui? Será que foi ela quem atirou na gente? Isso não é uma simples coincidência’’

Além disso, Lakiria nota o revolver na cintura de Áiga ‘’- Em todo caso’’ Lakiria mira a pistola em Áiga. ‘’- É melhor eu estar preparada para o pior’’

- O que você está fazendo Lakiria, quer nós entregar? – Disse Sirbene, baixinho.

- Isso é apenas precaução, não quero que a nossa carona morra – Respondeu, baixinho.

- Tudo bem – Disse Áiga. – Não vou força-lo a nada.

- O senhor pode me dizer para onde está indo?

- Claro, estou indo para as montanhas de Albanix, conhece?

- Hmmm fica muito longe daqui, agora entendo a sua pressa, porém tome cuidado recentemente alguns prisioneiros de Hergoro fugiram e estão se escondendo nessas florestas, fique sempre em alerta, tenha um bom dia.

- Igualmente – Respondeu o senhor, com um sorriso simpático que irritou Áiga.

Ela monta em sua moto e vai embora.

- Amiga de vocês?

- Eu já não sei mais – Disse Lakiria, pensativa. 

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