Capítulos (1 de 2) 30 Sep, 2024
Um cara caiu do céu
[Guarda-Chuva Preto]
Era uma noite chuvosa em Manaus quando tudo começou.Minha filha,Angelica, de 8 anos estava lendo um livro chamado Wake Up!,Nala.
Ela havia me contado que o protagonista se parecia muito comigo,Mas eu não sei em qual sentido ela queria dizer isso.
Faltava poucos minutos para a mãe dela, Bianca, pegar ela de surpresa e cantar parabéns.
Bianca apenas estava esperando o babacão, EU!, chegar em casa.
Meu dia, como de várias outras pessoas, foi cheio de problemas pra resolver. E quando digo cheio é porque foi cheio mesmo.
Eu estava no estúdio Jorge Haddad,localizado na Av.Getúlio Vargas no Centro. O estúdio queria adaptar meu terceiro livro, Uma noite incomum, que possivelmente ganharia uma série ou um filme direto pros cinemas em IMAX.
A proposta do estúdio era grande e muito tentadora, mas junto com meu agente, estávamos um pouco cuidadosos porque queríamos muito que nosso trabalho fosse realmente agradar o público que nos ajudou a crescer.
Quando finalmente a reunião acabou, já era quase 11 horas da noite,o relógio se encaminhava para a meia noite e só restavam 20 minutos para o aniversário de Angelica.
A chuva continuava intensa do lado de fora,pessoas correndo para buscar abrigo ou tentando se proteger com seus guardas chuvas,Mas isso não adiantava muito.A chuva parecia ser mais esperta.
Eliot,meu agente,me ofereceu uma carona até em casa.O carro era um T-Cross sense 200 de cor preto.Claro que eu iria aceitar. Ele provavelmente saberia do aniversário de Angelica e dos seus 9 aninhos.E também saberia que eu estava super atrasado.
Vamos depressa.Não quero molhar o banco do carro--Eliot disse
Entramos depressa no carro antes que a chuva nos pegasse de jeito,mas não adiantou muito...
Droga!-praguejou Eliot--Karin vai me obrigar a limpar o carro.
Depois você diz que sua esposa não te dá ordens!-respondi.
Sério?. Você não quer voltar de ônibus?--ele me disse.
Só estou dizendo--respondi colocando o cinto de segurança.
Eliot ligou o carro e colocou no rádio uma música de Capital Inicial, o nome era Primeiros Erros.
No caminho, Eliot cantava batendo os dedos no volante, e até discutimos sobre o filme. Eliot me sugeriu que seria bom se eu estivesse escrevendo uma segunda continuação.Justamente pro filme ir ganhando sequências. Era uma ideia válida, mas no momento,eu não estava querendo pensar em nada de escrita. Queria apenas focar em Angelica. Ela estava crescendo muito rápido e eu queria participar do crescimento dela.
Sinceramente, escrever histórias é muito divertido, Mas eu não queria trocar a diversão de está ao lado da minha filha por nada.
Minha esposa, Bianca, sempre pegava no meu pé dizendo--você precisa passar mais tempo com Angelica-.Ela tinha total razão.
A chuva não dava trégua e parecia que só aumentava.Trovões e um ar melancólico pela pista.Era estranho,Mas é chuva.E chuva é chuva.Embora eu gostasse de chuva e da época chuvosa.Naquele momento,desejei que o sol estivesse acordado.
Eliot continuava dirigindo falando sobre o livro.Estávamos passando pela Av.das Torres quando vimos um acidente de um carro e um motociclista.
Enquanto passamos devagar pelo lado esquerdo da pista,ouvimos uma mulher comentando que o motociclista estava desaparecido a cerca de 3 horas. Bombeiros e policiais estavam procurando.
No local, vi um policial moreno,bem alto e careca interrogando o dono do carro.
O policial olhou na minha direção e,por um momento, vi que seus olhos eram como um olho de um leão.Isso pode soar engraçado,mas era estranho.
Ei,você viu aquilo?-perguntei ao Eliot.
Sim,vi sim.Foi uma batida e tanto.-ele disse.
Não.....ah,deixa pra lá.Era coisa da minha cabeça-respondi.
Depois de um longo tempo,finalmente chegamos em casa.Eliot parou bem na frente da casa,Mas as luzes estavam apagadas.
Será que Bianca não havia pago a conta de luz?-disse.
Bom,depois de um tempinho você não vai precisar se preocupar com contas heheheh-Eliot me disse sorrindo.
Espero que sim!-respondi.-Você não quer mesmo entrar?.
Não.Karin me mandou mensagem dizendo que tinha uma ótima surpresa pra mim.Não quero estragar as coisas como você.-ele me disse esfregando as mãos e mordendo os lábios.
Ok,então. Boa noite-disse.
Não esqueceu do presente,né?-Eliot me perguntou.
Ahh,droga!!!-disse.
Coloquei as mãos na cabeça,suspirei e disse-como eu esqueci disso?...
Eliot pegou uma bolsa preta atrás do banco,e dentro dela tava uma sacola meio transparente com uma caixa bem grande,tinha um desenho de um garoto montado numa vassoura.Não deu pra saber o que era,Mas eu agradeci muito.
CAAARAA!!!,Obrigado!!.-eu disse.-estou te devendo uma.
Vou anotar essa no caderninho-ele me disse.-boa noite.
Saí do carro correndo até chegar na porta de casa,Mas percebi que estava trancada.Olhei pro carro do Eliot e ele já estava saindo.
Voltei a bater na porta umas três vezes,toc,toc,toc!!!.Mas ninguém aparecia para abrir.Forcei a maçaneta com força balançando,Mas nada!.
Bianca!!-gritei.-Sou eu!.Abre a porta.
Cansado de ficar esperando do lado de fora.Encarei a chuva e tentei entrar pela porta dos fundos.A chave estava debaixo de um vaso de plantas.Peguei a chave para abrir a porta,Mas ela já estava aberta.
Entrei e ouvi um barulho bizarro.Era tão sinistro que senti um arrepio e um frio gelado percorrer o meu corpo todo.
Continuei andando com o flash da lanterna ligado e chamando pela Bianca e Angelica.O local estava uma zona.Coisas caídas no chão,vasos quebrados.
Ouvi outro barulho.
Era como um estralo de garganta,como se alguém estivesse gargarejando,mas com dificuldades.
Olhei toda a parte de baixo da casa e tentei acender as luzes,mas um dos interruptores deu um curto circuito.Também percebi que a porta da frente não estava trancada e não abria de modo nenhum.E isso era muito estranho.
Por que a porta não abriu?-pensei.
Ouvi outro barulho,mas dessa vez consegui perceber de onde vinha.
Deixei a sacola com o presente no sofá da sala e fui subindo para o segundo andar.Percebi que tinha um vaso de flores quebrado no chão próximo a porta do quarto de Angelica.O vaso tinha desenhos de flores feito por Angelica.
Ouvi o mesmo barulho de alguém gargarejando com dificuldades.
Quando abri a porta do quarto,vi uma das coisas mais bizarras que já vi na vida.
Não tinha nem palavras pra descrever a bizarrice bem na frente dos meus olhos.
Imagine uma das coisas mais feias,nojentas e horrendas que você já viu na sua vida.Agora bata tudo num liquidificador.Pronto!,uma bizarrice feita!.
Eu não fazia ideia do que era aquilo;Uma pessoa magra,de pele aparentemente pálida,com alguns ossos do corpo visível.Estava lá sentado enquanto tentava engolir um livro bem grande.De cara percebi que era o livro de Angelica.
Um frio percorreu todo o meu corpo e eu não conseguia me mover,suava frio,minha boca estava seca.
A única coisa que vinha na minha cabeça era Angelica e Bianca.Onde elas estavam?por que essa criatura estava devorando o livro?.E por que estava no quarto de Angelica?.
Tentei dar um passo pra trás,mas como tudo estava escuro e minha visão estava focada na criatura,acabei pisando num dos cacos do jarro de flores de Angelica.
Crash!-fez o vidro quebrando.
A criatura engoliu o livro e os cabelos da cabeça dela levantaram como um gato arrepiado.
A criatura olhou na minha direção,com o seu único olho grande na sua testa e fixou em mim esperando um movimento.
Tentei andar devagar,1 passo,2 passo.A criatura me olhava analisando todo o meu corpo.3 passo,4 passo.
Quando estava quase me distanciando da porta do quarto.Um trovão caiu do céu e ecoou num barulho estrondoso.
A criatura se arrepiou,abriu sua boca,soltou um grito feio e aterrorizante.E sua boca não era uma simples boca comum,Mas sim uma que lembrava muito o desenho de uma estrela do mar.Ela possuía vários dentes afiados como uma presa de tubarão e uma língua gigante de lagarto.
Ela se levantou e a cabeça dela bateu no teto do quarto.Eu chutei que ela tinha uns 2,83 de altura.
...................!!!!!
Então eu corri!.
Sai correndo pela escada e a criatura vinha na minha direção derrubando tudo.Tentei abrir a porta da frente,Mas ela continuava supostamente trancada.
Corri para a porta de trás,Mas a criatura rapidamente passou por mim ficando bem em frente a porta.Ela levantou o braço direito e me jogou para longe como uma bola de papel.
Bati minha cabeça na parede.Senti a dor queimar minha cabeça.Não fiquei muito tempo no chão,me levantei e tentei fugir da criatura pela casa.Mas nada adiantava.
Corri pra cozinha tentando me esconder. Em vão!.
A criatura tentou me pegar com suas enormes mãos,mas eu peguei uma faca que estava em cima do balcão e enfiei no meio da sua mão. Aproveitei que a criatura gritava de dor,corri pra porta de trás e sai para o lado de fora.
A chuva intensa não parava.
Corri pra parte da frente da casa tentando buscar ajuda,mas parece que não havia ninguém no mundo.Estava tudo uma neblina e uma chuva intensa.
A criatura saiu de dentro da casa e partiu em minha direção.Eu corri e pulei na frente de um carro estacionado.A criatura deslizou e passou direto atrás de mim.
Tentei quebrar a janela do carro,o carro soltou o alarme e ficou com as luzes piscando.
Bim!,bim!,bim!,bim!,bim!--o alarme do carro fazia.
Olhei pra trás,e mais uma vez a criatura corria na minha direção.Tentei fugir pelo seu lado esquerdo,Mas ela me atingiu com seu braço esquerdo me jogando pra longe.
Estava no chão enquanto a criatura vinha pra cima de mim.Não conseguia enxergar nada.Minha cabeça doía muito,minha visão estava turva.
A criatura se aproximou de mim.Uma música começou a tocar.Não consegui reconhecer direito,Mas acho que era Whisky a go go.Nesse mesmo momento, quando ela tentou me pegar,um cara caiu do céu planando num guarda-chuva preto.
PRA TRÁSSSSS!!!,SINISTRO DE MERDA!-Ele gritou.
O homem fechou o guarda-chuva e atirou na criatura com o próprio guarda-chuva preto.
A criatura gritou de dor,soltou um rugido bizarro e fixou seu enorme olho no homem.O homem abriu o guarda-chuva e espantava a criatura enquanto girava o guarda-chuva.
A criatura ia se afastando,mas tentava realizar pequenos ataques.Vendo que seria em vão.Ela fugiu.
O homem se aproximou de mim.A música ficava mais alta.O homem vinha,mas como minha visão estava turva,eu não conseguia enxergá-lo bem.
Pobre coitado-disse o homem.
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Acordei noutro dia,estava com meu corpo dolorido.Me levantei meio zonzo.Minha cabeça ainda doía um pouco,Mas tinha uma atadura enrolada.
Percebi que estava dentro de uma floresta e logo na frente ouvi barulhos de carros.Andei em direção aos barulhos.Saí numa estrada onde caminhões e carros passavam.
Olhei para os dois lados,mas não reconheci o local de primeira.Continuei andando até ver uma placa verde escrito BR-174 com letras brancas.
Como eu vim parar ali?.
Que merda-disse-.o que aconteceu mesmo?.Será que aquilo era real?.
Pensei em várias coisas enquanto andava e tentava pegar carona,Mas nenhum motorista parava.
Uma das coisas que veio em minha cabeça foi a criatura.
Será que aquilo era realmente real?.Bom,minha cabeça estava dolorida da batida que levei.
Continuei andando até chegar na barreira.Meu corpo estava fraco e eu não conseguia raciocinar direito.
Me perguntava a todo momento o que aconteceu com Angelica e Bianca.Será que elas estavam bem?.
Lembrei que meu celular estava no bolso da minha calça,passei a mão procurando,mas não encontrei.
Cheguei no posto da barreira que ligava a BR-174 e AM-010.Vi umas viaturas e policiais revistando carros e motos.
Olhei para minhas roupas e estavam sujas.O que eles pensariam de mim?.Um cara idiota que tomou banho de lama?.
Pensei em chegar e pedir ajuda,Mas o que eu iria dizer?;"Socorro!,minha esposa e filha foram supostamente devoradas por uma criatura gigante com um olho no meio da testa!!".
"Claro que vamos ajudar,pobre moço que teve sua família morta por um Mapinguari. Que tal ir descansar numa das nossas maravilhosas celas?".
Próximo a barreira tinha um posto de gasolina.Caminhei até lá e entrei numa conveniência que tocava a música Rolling Star.Me dirigi ao caixa e perguntei à moça se podia entrar no banheiro.Ela me deixou ir bem rápido.
Entrei no banheiro e lavei o rosto,passei um pouco de água e com papel toalha usei para tirar a sujeira.Quando saí,a moça do caixa estava conversando com alguém no celular.
Tô dizendo.É aquele cara que escreve livros.Vou tirar uma foto com ele-a moça do caixa dizia.
Bom,era o máximo que eu podia fazer por ter me deixado usar o banheiro.
Ah,com licença.Me empresta o celular,por favor.Acabei perdendo o meu.Só quero fazer uma ligação.-pedi à moça.
Você é aquele escritor William Thomas,não é mesmo?-a moça perguntou.
Sim....-.afirmei.
Ah,ok!.Eu deixo você usar o celular se tirarmos uma foto juntos.-a moça disse.
Tudo bem...-respondi.
Tiramos a foto e ela ainda me deu o seu número de telefone.
Pega!.Talvez você precise para realizar uma outra ligação mais tarde.-ela me disse.
Bom,não quero ser estraga prazeres,mas eu já sou casado-.respondi.
Não se preocupa.Comida boa não perde o gosto-.ela disse enquanto sorria.
Ahh?-.Passei a mão na cabeça coçando enquanto fazia uma cara feia de interrogação.-Então,você vai me emprestar o celular?.-disse enquanto coçava a cabeça.
Peguei o celular e liguei para o Eliot.Ele foi a primeira pessoa que veio na minha cabeça.Falei minha localização e disse que explicava tudo pessoalmente.
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Eliot chegou em mais ou menos 40 minutos depois da ligação.Agredeci muito por ele ter chegado porque não aguentava mais conversar com a moça do caixa. Talvez seja frescura minha,Mas eu não tava com cabeça para conversar no momento.
Leonardo!!,como diabos você veio parar aqui?.E essa porra na tua cabeça?!-Eliot disse.
E ele entrou na loja muito apressado e estressado.Provavelmente a noite dele não foi tão boa quanto a minha.
Leonardo?esse é o teu verdadeiro nome?-disse a moça do caixa enquanto franzia o cenho.
Olhei pra ela,puxei o Eliot e disse.-Vamos embora logo.Preciso te con...-.Ele nem me deixou terminar de falar.
IHHHhhh solta a minha mão,fresco!!.Primeiro, você vai me explicar porque você veio parar aqui!-ele disse com um tom de voz alta.
Calma,cara.Depois eu te explico.E fala baixo,por favor.-falei enquanto tentava acalmar ele.
Eu tô calmo!-Eliot disse enquanto continuava estressado!.
Vamos logo!.Vai-disse empurrando ele para o carro.
Entramos no carro,olhei para o Eliot e disse.-Cara,você não vai acreditar no que aconteceu!.
Você tá se referindo a moça do caixa?-ele perguntou.
Moça do?...Não...O quê?.Só dirige,vai!-disse enquanto colocava o cinto de segurança.
Passei o caminho todo tentando explicar cada detalhe para o Eliot do que havia acontecido.E insistindo que não devíamos ir para minha casa agora.
Ele ainda insinuou dizendo que eu havia bebido ou usado algum tipo de droga por aí por causa do estado das minhas roupas.E ainda perguntou se era alguma ideia de sequência do livro.
Decidimos ir para a casa dele.Eu não ficaria muito tempo lá porque queria arrumar uma forma de encontrar Bianca e Angelica.
Chegamos na casa de Eliot e a esposa dele que abriu a porta.
A karin,aparentemente,era a única mulher que domava a raiva e o estresse de Eliot.Ela era morena,tinha lábios carnudos e cabelos enrolados.
Sinceramente,Eliot teve sorte de se casar com uma mulher tão linda.Talvez nenhuma outra suportaria o temperamento alto dele.
Oi,Leonardo.Tudo bem?-ela me disse com um sorriso dócil.
Ah,Oi!.-respondi.
Eliot passou por mim,deu um beijo bem dado na esposa e disse.-Gatinha,você não vai acreditar na próxima história bizarra que o nosso amigo aí,Stephen King, escreveu!.
Ahh sério?Que bom...Mas você não disse que queria focar mais na família?.-ela disse.
Bem,não é exatamente algo escrito.-respondi.
Bom,vamos decidir se é sim ou não depois.Gatinha,o Leonardo vai almoçar aqui hoje-Eliot disse.
Ok,faz um bom tempo que ele não vem aqui-Karin disse.
Depois dele tomar um banho é claro-Eliot sugeriu enquanto balançava a mão próximo ao nariz pra espantar o cheiro.
Bom....-Karin notou a atadura na minha cabeça.-eerrr...cadê as meninas?.-ela perguntou.
É uma história muito longa-respondi.
Aah,vocês brigaram?-ela disse.
Mais ou menos-respondi.
Entrei e Eliiot me deu umas roupas,uma camiseta em formato de xadrez vermelha com quadros pretos e outros mais claros,e um calção jeans.
Depois do banho,almoçamos e Eliot conversava sobre a adaptação do filme com Karin.Os dois me lembraram da Bianca e Angelica.
Já estava ficando preocupado e eu não sabia o que fazer.
Quando terminamos o almoço,Karin foi tirar seu cochilo da tarde.Eliot ficou comigo na sala e conversamos sobre a noite passada.
Você tem certeza disso?.-Eliot me perguntou.
Cara....Não sei nem mais o que dizer-respondi chateado.
Ele se levantou e ficou dando voltas na sala.-Ok...se,por acaso!,se isso for alguma brincadeira é melhor parar por aí.
Não é!.Não é brincadeira,caramba.Eu tô falando sério.-retruquei-.Bianca e Angelica simplesmente sumiram.
E se fossemos na polícia?.Pra você fazer um BO?-ele me sugeriu.
Eu já pensei nisso antes.Eu já pensei nisso!!.-repondi exaltado-e o que eu vou dizer?"Minha esposa e filha estão desaparecidas.E eu encontrei um maldito mapinguari na minha casa!!.
Mas eles poderiam investigar o local.-Eliot disse.
Sim,poderiam.Mas primeiro,eles me colocariam na prisão por ser o principal suspeito.E talvez o filme seja cancelado.-respondi.
Sua casa tem câmeras?.-ele perguntou. Po....poderíamos olhar as câmeras.
Cara,você acha realmente que a polícia acreditaria em mim?.Hoje em dia existem vários vídeos com edições.-disse-e eles me jogariam ou numa cela ou num hospício. E,na minha humilde e sincera opinião,seria NUM HOSPÍCIO!.
Tá,tá,tá!.Me deixa pensar...-ele disse enquanto sentava no sofá.
E se...e se nós fossemos atrás do cara do guarda-chuva?.Poderíamos tentar perguntar dele...sobre a Angelica e a Bianca.-ele me sugeriu.
Sim...mas como?como vamos encontrar esse cara?.-respondi.
E você viu por onde ele veio?.Se ele saiu de algum lugar?.-Eliot me perguntou.
Eu já disse.Ele caiu....do céu...-respondi fazendo uma careta.
Eliot fechou os olhos,colocou a mão esquerda na testa,respirou e suspirou...
Tem certeza que isso não é um livro que você escreveu?-ele perguntou.
Não,cara.Você tá me tratando como um lunático!!-retruquei.
E isso parece o que?-ele disse.
Eu sei o que parece-respondi-bom,se você não me ajudar a encontrar minha esposa e filha.Eu mesmo vou sozinho!.
E o tal filme pode esperar.Aliás,tem vários outros escritores por aí.
Calma aí,calma aí. Você não tá pensando direito-ele disse.
Eu sei o que vi!....Olha a minha cabeça.Tem um machucado na minha cabeça!!-respondi chateado apontando o dedo pra minha cabeça.
Você poderia ter batido em algum lugar.-ele disse.
Se você não me ajudar,eu vou sozinho. É minha família e não a sua!!.-respondi furioso.
Ok.Me desculpa...Vou falar com a Karin primeiro.Mas eu não vou contar nada pra ela!-Eliot disse.
Quando Eliot voltou,entramos no seu T-Cross Sense 200.Então partimos em direção a minha casa.
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Ao chegarmos,decidimos não nos aproximar porque havia 4 viaturas no local.
Alguns curiosos estavam no local observando,tirando fotos e conversando com os policiais.
Havia também carros do IML.Um dos médicos saía da casa carregando em cima de uma maca um corpo dentro de uma mortalha.Parecia o corpo de uma pessoa adulta.Logo atrás,vinha outro médico também carregando outro corpo na maca,e esse outro corpo tinha o tamanho de uma criança.
Caramba-disse Eliot.
Não.Não é possível-eu disse.
Cara,sinto muito-Eliot disse.
Não.Ontem à noite,eu não vi nenhum corpo na casa-respondi.
Mas você disse que a criatura estava devorando algo.-Eliot disse.
Sim,Mas agora que me toquei.A criatura não estava suja de sangue.-disse tentando me lembrar da cena horripilante.
E você viu o que ela estava comendo-Eliot perguntou.
Não sei.Acho que era um livro...-respondi.
Um livro?-Eliot disse.-Então,ou a sua esposa e filha estão dentro daquele sa...-Antes de Eliot terminar de responder.Me lembrei do celular que estava perdido.
O meu celular!-disse olhando para Eliot.
Qual celular?-ele disse.
O meu celular que foi roubado!.Você tem meu número aí.Então liga!-disse pensando na última coisa que podíamos fazer.
Aahh,o celular!!.Vou ligar-Eliot disse enquanto pegava o celular.
Eliot ligou para o celular e ficamos esperando alguém atender.O celular chamava,mas entrava em caixa postal.
Tentamos umas 6 vezes e todas foram sem esperanças.Apenas tocava e ninguém atendia.
A boa notícia é que ainda tem bateria-Eliot disse-.Então podemos rastrear.
Sim,boa ideia-respondi.
Antes de tentarmos rastrear.O celular de Eliot tocou.Estava escrito William Thomas,meu pseudônimo de escritor.
Eliot atendeu o telefone e ouvimos a voz de um homem.
Olá!-disse o homem.
No momento reconheci a voz.Era o cara do guarda-chuva da noite passada.
É a voz do cara do guarda-chuva.-disse olhando para Eliot.
Oi-respondeu Eliot.-Imagino que você sabe o motivo da nossa ligação.
E imagino que você não seja o Leonardo-o homem disse.
Quem é você?-disse Eliot.-RESPONDE,seu merda!!
Calma!-disse rapidamente.
Leonardo?-homem disse.-Então,você melhorou.Se considere sortudo.
Sortudo?-disse Eliot.
Sim.Sortudo!.Poucas pessoas escapam de um sinistro-disse o homem.
Me deixa falar com ele,Eliot-eu disse e peguei o telefone.
Quem é você?.-perguntei.-E por que me ajudou naquela noite?cadê minha esposa e minha filha?.
Você faz muitas perguntas,escritor-disse o homem com sua voz calma e suave.
Quem é você?-repeti exaltado.
Assim você vai fazer o cara desligar-disse o Eliot.
Bom,é normal que tenha muitas perguntas.E eu responderei todas,Mas não por telefone.-disse o homem.-me encontre na Av.Eduardo Ribeiro,Centro,praça do relógio às 10 horas da noite.Lá eu lhe contarei tudo e te mostrarei uma coisa.
Espera!-disse antes do homem misterioso desligar.
Expliquei tudo para Eliot.Ele ligou para Karin dizendo que chegaria tarde.Então,sem perder tempo,partimos para o Centro.
Ao chegarmos no Centro,era 4 da tarde.Levaria um bom tempo até 10 da noite.Teríamos que esperar.
Agora é só esperar-disse.
Passamos horas e horas esperando.Parecia que a hora não passava.E parecia uma eternidade.
Eu olhava no relógio a cada 30 segundos e o Eliot tentava me acalmar.-Vai demorar muito.Você sabe,né.-ele dizia.
Depois de muito tempo esperando,finalmente deu 10 horas em ponto no relógio.Então,eu saí do carro e fiquei esperando o cara bem na frente do enorme e avermelhado relógio.
Passou-se 1 hora e nada do cara aparecer.
Eliot ficava no carro vigiando,apenas assegurando nossa chance de escapar.Não sabíamos o que aconteceria. Então era melhor nos prevenir.
Depois de 1 hora e meia,o cara apareceu.Ele andava com seu guarda-chuva preto na mão esquerda,tinha uma cartola de feltro baixo preta,usava uma jaqueta preta,calças jeans meio azul escuro e sapatos de bico fino.E eles também tinham a cor preta.
Quando ele se aproximou de mim,vi seu rosto.Um cara com idade aproximadamente 40,cabelos enrolados longos e barba rala.
Oi!-disse o cara enquanto esticou sua mão para me cumprimentar.
Apertei a sua mão e ele disse.-Meu nome é Bardi,Barry Bardi.
Eu sou Willia...-dizia antes dele me interromper.
Leonardo,né!-ele disse.
Imagino que você tenha muitas perguntas e eu juro que vou responder,Mas primeiro precisamos fazer uma coisa.-ele disse.
Sim,primeiro de tudo.Cadê minha esposa e minha filha!.-perguntei com uma expressão séria.
Direto ao assunto,né.-ele disse.-bom,eu não sei.Não sei o que aconteceu com as duas.Sinto muito.
Então,por que me ligou?.-perguntei
Na verdade foi você que me ligou!-ele retrucou.
Devolve meu celular-exigi.
Aqui!-ele disse.
Mas por que você me chamou aqui se não está com minha família?.-perguntei
Preciso da sua ajuda para conseguir uma coisa.-ele disse.
Que coisa?-perguntei.
Preciso da sua ajuda pra matar a criatura!-ele disse.
Fiquei meio pensativo sobre isso antes de responder.Como minha ajuda mataria aquela criatura de 2 metros horripilante.
No momento em que ela me atacou,eu só corri como uma presa tentando fugir.
Como assim?-perguntei.
Não tenho tempo para explicar.Precisamos ir agora.-ele disse enquanto passava por mim.
Ele ficou na frente do enorme relógio avermelhado,tirou uma espécie de relógio fob dourado do bolso.O cara mexeu no seu relógio fob dourado,rodando a ceta no sentido anti-horário três vezes e parou a ceta no número 12.
Ele apontou o relógio fob dourado pro enorme relógio avermelhado e conjurou umas palavras incompreensíveis.
A seta do enorme e bonito relógio avermelhado,virou no sentido anti-horário também,e girou três vezes até parar no número 12.
Ficou tudo calmo por uns 10 segundos,depois a porta verde do relógio abriu.
O cara disse-.Vamos! E chama seu amigo também-Ele passou pela porta e sumiu.
A passagem era escura e havia neblinas dentro.Cheirava também a chuva.
Chamei o Eliot. Ficamos receosos de entrar,Mas decidimos ir.
Então,passamos pela porta.
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Até o próximo capítulo:)