Capítulos (1 de 9) 27 Jul, 2024

Capítulo 5 - parte 1

       Dormir com alguém que se ama, é uma das sensações mais prazerosas que se poderia ter, e aquela noite debaixo do céu estrelado, numa noite fria como a neve, sentindo o cheiro da fogueira enquanto produziam seu próprio calor, foi uma das melhores sensações que os dois haviam sentido.

         May estava deitada nos braços de Gus, que lhe segurava forte e lhe fazia um bom cafuné na cabeça. Mas o prazer durou pouco, já que logo pela manhã, Kamy tentou subir as escadas mas se deparou com uma grande camada de gelo tampando a passagem. Ela bate no gelo e grita pelos dois.

K: - Eeeiii!!! Tem alguém aí em cima ainda?!

         Gus e May se levantam abruptamente.

G: - A gente já tá indo! - Ele se vira para May e cochicha - Se veste.

My: - Acha que eles ouviram alguma coisa.

G: - Não sei, será que tinha alguém acordado.

My: - Tomará que não. Se veste rápido, vou derreter o gelo.

          May derrete a crosta de gelo que selava a passagem.

K: - O que aconteceu? Vocês deviam ter acordado a gente pra troca de turno.

My: - A gente acabou dormindo.

K: - O que aconteceu com seu cabelo?

        May tentar arrumar, mas suas coisas estavam na mochila no andar de baixo, e depois da noite anterior, seus cabelos pareciam um ninho de passarinho.

G: - É que a gente dormiu no chão, então, não tem como acordar muito bem.

K: - Seu cabelo não tá muito bagunçado.

G: - Aaaaaaaahahahahahahahaha - Ele solta uma risada super exagerada e esquisita - Sabe como é, a May é toda esquisita fica se mexendo pra lá e pra cá enquanto dorme,falando sozinha e levantado que nem um morto vivo.

              May acerta um pisão no pé de Gus que quase quebrou seu osso.

K: - Hahaha boa. Vamos descer. A gente tem que discutir.

My: - Vamos lá.

            No andar de baixo todos estão comendo enquanto esperavam pelos dois.

Ka: - Caramba, vocês dormem mais do que um bêbado virado. O que aconteceu, tavam transando.

My: - Pppuuufffff!

G: - É, Ppppufff!

My: - De onde tirou essa ideia maluca? Aaaaaaaaaahahahahhaahhahaa! - Outra risada longa, esquisita e constrangedora - Isso nunca aconteceria entre a gente, Pppuuufffff!

G: - Loucura total, Pppuuufffff.

Ka: - Vocês tão drogados? Por que se tiverem, eu vou querer.

H : - Cala a boca, vamos a gente tem que mostrar algumas coisas pra vocês.

G: - Fala aí.

H: - Olha o que a gente encontrou ontem - Ela coloca na mesa uma caixa cheia de pílulas e diários.

Ka: - Viagra?! É até que eu tô começando a gostar da ilha.

K: - Claro que não é isso, cara!

H: - Como eu dizia… Encontrei essas coisas no laboratório embaixo da terra. Infelizmente só consegui pegar alguns.

My: - O que estava escrito?

H: - Ele detalha o funcionamento de uma máquina que pode trazer uma pessoa de volta a vida. Ele diz que calculando o tipo de energia ele poderia fazer uma pessoa viver pra sempre, e que finalmente tinha conseguido achar uma interface funcional pro problema da alocação de energia central. Ele fez uma criatura que ele chamou de “Khubarsí”.

My: - Provavelmente aquela coisa parecida com um homem, que tentou nos matar.

H: - Essa criatura, tentou matá-lo por que, segundo o diário, ele se recusou a ajudar a criatura a conseguir seu objetivo. Que ele era disfuncional já que não lhe obedecia e não vivia para ele. Então ele decidiu encerrar a ativada dessa interface.

Ka: - Qual era o objetivo da criatura?

H: - Isso ele não específicou.

My: - Isso eu acho que posso responder. Por acaso esse diário estava assinado por um tal de Koisume F.?

H: - Tava, sim, por ele mesmo. Como sabem?

G: - A gente também achou um em uma sala de operações aqui embaixo. Nele dizia, que a criatura se sentia só e queria uma semelhante a ele, mas que ele se recusou a fazer pelo perigo que a criatura representava. Se ele reproduzisse, seria um problema.

S: - B-b-bizarrisimo!

H : - Isso nem é o mais bizarro. Koisume foi um antigo biólogo que morreu a mais uns 300 anos. O problema é que as folhas e os cadernos em que ele fez o diário, só foram inventadas mais de 100 anos depois que ele morreu. O nível de desgaste tá muito baixo.

My: - Poderia ser alguém com o mesmo nome.

H: - Poderia, mas a letra é bem semelhante. Podemos testar quando voltarmos pra River.

G: - Beleza, só temos que achar o Robert.

K: - Aí, cacheadinho, tá dormindo demais.

S: - E-e-esse é o Robert.

G: - Vocês já encontraram!!! Nossa a Maggie vai adorar saber que você tá bem.

R: - Também conhece minha irmã?

G: - Claro! Ela é uma pessoa maravilho-

           Gus não conseguiu terminar a frase antes que May pisasse em seu pé mais uma vez. Ela solta, literalmente, fogo pelas narinas.

G: - Aiaiaiaiai.

R: - A tanto tempo que não a vejo. Ela era uma pessoa tão boa, espero que esteja casada, feliz em um lugar tranquilo.

My: - É, melhor nem dizer que ela é uma vaga-

               Gus tapa a boca de May antes que ela pudesse terminar a frase. Nesse momento, Victoria entra pela porta encharcada de água.

V: - Consegui! Só demorei um dia pra melhorar a minha técnica de teletransporte - Todos a encaram calados - Ãh? Que reunião é essa? E porque ninguém me chamou?

G: - Eu nem lembrava que você tava com a gente.

V: - Maldito, se esqueceu de mim?! Agora tô com mais vontade de te matar do que nunca.

K: - Sossega aí, bocó solto, a gente dá discutindo umas coisas importantes.

V: - Que coisas?

K: - Hmmm, acho que… um cara que não morre, e eu não entendi muito bem. Hmmm… E tinha bastante Viagra.

H: - Você não ouviu nada do que a gente disse?

K: - Vocês não calavam a boca. Então me distraí.

N: - Só entra, e vê se acompanha. Depois a gente te explica.

H: - Sei que parece loucura, mas e se ele achou uma interface funcional, e não morreu?

G: - Será que é possível?

H: - Aquele cara que atacou a gente, não parecia estar vivo, mas também não tava morto.

My: - Tipo um morto vivo.

H: - Esse lugar fazia parte do reino.

G: - Como assim?

H: - Trezentos anos atrás, as guerras por território eram mais comuns , e , em alguns mapas era comum ver Aquila com alguns território a mais, que acabaram não fazendo parte do país, mas que tiveram influência do reino em sua formação.

G: - E daí…

H: - Existem alguns relatos de uma rota marítima que atravessava o oceano que conecta Áquila e antiga Kastovia. Eles faziam negócios e tinham um ponto de encontro intermediário, onde faziam paradas. Esse lugar ficava sobre a bandeira de Áquila.

My: - Não me lembro de ter ouvido falar desse lugar quando estudamos história.

H: - Aí é que está. Não ouviram. Essa parte da história, onde o reino perdeu parte dos seus territórios, foi apagada pra evitar que Áquila tivesse sua imagem de grande potência ameaçada. Os mapas e escritos daquela época simplesmente desapareceram.

K: - Então é por isso que esse buraco tá cheio de símbolos do Reino.

N: - Talvez exista alguma informação nesses livros sobre como matar aquela coisa.

My: - Nós conseguimos dar conta dele, quase conseguimos da última vez.

N: - Isso é porque o enfrentaram na sua forma mais fraca.

G: - Como assim?

N: - Ele dividiu os poderes que tem naquelas criaturas.

K: - É, a gente viu ele fazer isso mesmo.

N: - Da próxima vez que ele vier, vai ser a criatura mais poderosa que já enfrentaram.

S: - E-E-E essas pílulas?

G: - Parecem as Void's que encontramos na cidade.

My: - Na verdade, essas são diferentes. Void’s são uma espécie de droga alucinógena, ela é azulada e faz as pessoas se sentirem como se tivessem poderes.

K: - Então é só uma droga normal?

My: - Os efeitos dela duram cerca de 24 horas e demora 3 dias pra sair totalmente do corpo.

K: - Uou!

G: - Essas aqui são verdes… Sabe o que elas são?

My: - São chamados de Kastas. Esse tipo de droga aumenta as capacidades de energia da pessoa que a usa em pelo menos 25x por pílula.

Ka: - E numa escala de 1 pra 10, qual a chance desse negócio fazer o meu pinto subir?

H: - Ããã… deixa eu ver… 0!

Ka: - Vou pegar uns 4 só por garantia.

My: - Deixa eu tirar isso de perto desse cara.

K: - Será que aquela coisa usa as Kastas?

My: - Se usar a gente tá ferrado.

G: - Tem mais alguém pra tirarmos da ilha? - Ele pergunta para Nero.

N: - Tem várias pessoas que eu consegui resgatar escondidas.

G: - Vamos buscar elas e trazer pra cá.

H: - E como vamos sair daqui? O Khubarsí com certeza já deve ter pego o seu navio afundado.

N: - A gente tem um protótipo pronto.

G: - Um protótipo?

R: - Sim. Nos últimos 8 anos, nós temos juntado madeira e suprimentos pra sair dessa ilha. Começamos a construir o navio, mas ainda não tá 100% pronto, e pra piorar, tá escondido longe da água.

K: - Haha quero só ver como iam fazer pra carregar.

N: - Nós dividimos em as partes e eu mesmo iria levá-las pro navio com meus poderes.

G: - Mesmo com os poderes seria complicado. Mas com os poderes de teletransporte da Victoria, vai ser mais fácil.

V: - Não sei se tenho poderes o suficiente pra levar as peças de um navio.

R: - Não é um navio muito grande, ele é só o Suficiente pra tirar todo mundo daqui.

My: - O que falta pra ficar pronta?

N: - Precisamos apenas de mais um pouco de madeira. Tem uma pessoa no nosso grupo, que controlar e pode montar o navio.

My: - Beleza, não falta muito pra noite. Precisamos ser rápidos. Nero, Robert, Salva e Kayross vão trazer as pessoas pra cá.

Ka: - Não, não rola não… eu tenho umas coisas pra resolver aqui e não incluem ser babá.

S: - C-c-capitão, vamos! - Ele o puxa pela gola e o leva junto com os outros.

My: - Kamy, Harley e eu vamos dar um jeito, nas criaturas que sobraram lá embaixo. Gus, você ajuda a Victória com os poderes.

G: - Tem certeza?

My: - Claro que sim! Vamos, sem perder tempo.

              A equipe se divide em três, e cada sub equipe parte para seu objetivo.

          May preparou um plano para tirar as criaturas dos túneis. Usando seus poderes e os dividindo com Kamy, que tem a habilidade de absorver energia, ela planejou fazer um grande buraco no chão e atear nele um fogo tão intenso que queimaria qualquer coisa naquele lugar. Kamy seria a isca e atrairia as criaturas até o fosso.

K: - Tem certeza que vai dar certo?

My: - Vou esquentar por uma temperatura quente o suficiente pra derreter o que cair, dentro.

H: - Até que não é um mau plano, tirando a parte da isca. Mas é melhor tentar queimar eles como se fosse um abatedouro, do que tentar ir acertando de um por um.

K: - Consegue manter a sua energia pelo tempo necessário?

My: - Pode deixar, vou fritar aquelas criaturas.

H: - Então… ‘Mão na massa’.

          A segunda equipe partiu em busca das pessoas que faltavam. Para escoltá-las até a cidade.

S: -C-c-capitão, será que você poderia m-m-me ensinar mais sobre navegação, quando voltarmos?

Ka: -Aí depende, gaguinho…

S: - D-d-do que?

Ka: - Vai ter que tirar essa coisa ridícula da cabeça. Tá me agorinha de ver no calor de 38°, todo coberto como se tivesse morando numa pedra de gelo.

S: - M-m-mas, eu n-não posso.

Ka: - Então nada feito.

R: -Vocês é um idiota! Por que não ensina ao pobre rapaz, ele te admira muito.

Ka: - Tá achando que eu sou o que, uma mãe solteira? Não, não vou tratar ele como se ele fosse uma donzela em perigo, e ficar dando falsas esperanças como “vai ficar tudo bem”, “vai dar tudo certo no final”. Agora se você quer sentar a bundinha numa pica e mamar outra, então pode ficar à vontade.

R: - Seu filho da puta!

           Robert parte para cima de Kay, que se defende e acerta um soco que quebra seu nariz.

Ka: - Vê se junta essa fúria toda pra proteger e sair daqui com sua mulher e filha vivas. Eu vim aqui pra foder aquele bicho maldito, nem que pra isso eu tenha que morrer. Então não entre no meu caminho.

N: - Cuidado!

         Quando chegaram até o local que usavam de esconderijo, se deparam com a equipe que os atacou mais cedo. Eles estavam com algumas das pessoas que estavam escondidas na fenda subterrânea.

A: - Essa missão já durou tempo demais, então tivemos que tomar algumas medidas drásticas. Seu amigo, desmontou em 1 semanas o que levamos anos para construir. Sabem, acho, que chegou a hora dele devolver tudo que roubou de nós. Então, coloquem as armas no chão, e se rendam, e trocamos a vida de vocês pelas deles.

N: - Pra depois vocês fazerem a mesma coisa com os outros e nos matar sem nenhum problema? Foi mal, mas acho que não.

Ka: - Talvez aquele otário cabeludo de coração mole, deixasse vocês irem por piedade, e mesmo assim vocês querem a cabeça do garoto. Mas deram azar, por que eu meu pai tá ficando duro só de imaginar a cabeça de vocês decepada e agonizando no chão.

R: - Odeio concordar, mas o bronco tem razão. Não podemos deixar vocês saírem daqui, sem pagarem por atormentarem nossos colegas.

Ka: - Vamos meter a porrada nesses otário.

A: - Vocês que sabem… - Ele estala os dedos para dar um sinal a Nelim, que imediatamente dispara um projétil na direção do grupo.

             Com um reflexo sobre humano e uma velocidade alucinante, Nero intercepta no ar o projétil que acertaria a cabeça de Salva.

N: -Cuidem do atirador.

Ka: -Deixa com a gente.

ENQUANTO ISSO…

          Na floresta, Gus leva Victoria para treiná-la a controlar melhor seus poderes.

V: - Olha, acho que seria uma boa você me ensinar uma técnicas de de ataque, tipo uma de fogo. Não que eu vá usar contra você depois, mas assim sem compromisso, por acaso fogo seria uma fraqueza sua.

G: - Acho que não posso te ensinar isso. Com a quantidade de energia que você tem, seria quase impossível você utilizar uma técnica diferente da sua até conseguir controlar melhor seus poderes.

V: - Por quê?

G: - Se você nasce por exemplo, com uma técnica que se assemelha ao fogo, você teria que gastar o triplo da sua energia natural para recriar algo fora do seu padrão. Mas, você poderia usar técnicas que se assemelham a sua energia natural.

V: - Tipo, um mago de fogo, poderia controlar com mais facilidade uma técnica de de larva.

G: - Exatamente. Ela tem semelhança com técnicas de terra mas também com fogo. Infelizmente, não conheço nenhuma técnica que se assemelhe ao seu teletransporte. Principalmente alguma ofensiva.

V: - Que merda! E se eu tentar teletransportar uma pessoa ao meio.

G: - Com uma pessoa normal funcionária, mas com um usuário de energia, com certeza não.

V: - Como assim?

G: - Uma pessoa comum seria rapidamente divida ao meio, ou você poderia teletransportar a aura de energia dela e deixar uma casca vazia.

V: - Muito interessante!

G: - Mas um usuário de energia usa proteções contra esses tipos de ataque. Usando a sua aura de energia pra criar uma barreira densa que os protege desses ataques.

V: - Então você também usa.

G: - Uso, e você também vai ter que começar a usar se quiser ficar mais forte.

V: - Como eu faço isso?

G: - Se sairmos vivos daqui, eu te ensino tudo. Inclusive o “Alvorecer”, com ela você com certeza pode me matar.

V: - Que técnica é essa?

G: - Bom, basicamente, ela consiste em concentrar toda a energia mágica em um golpe que descarrega o usuário. Mas ela tem alguns poréns.

V: - Tipo?

G: - Sem energia, um mago não vive, ela é a própria alma humana transbordando. Quando você a descarrega dessa forma, você corre o risco de ficar em coma, perder algum dos seus membros e até morrer, dependendo do tipo de golpe que o usuário vai aplicar. Se isso não funcionar, você também pode usar a "Aniquilação". Uma técnica que faz todo o seu ser, cada átomo, se transformar em energia pura. Você vai ter 10 minutos de um poder imensurável, mas no fim vai morrer. Já que basicamente, você usa toda energia sem limitação. Quando a técnica acaba, você morre. Tem que tomar cuidado quando usar técnicas desses tipos porque elas podem ser fatais.

V: - E se eu interromper antes?

G: - Pode perder algumas partes do corpo, ou  coisas desse tipo.

V: - Por que vai me ajudar, sabendo que eu quero te matar.

G: - Eu já derrubei tantas organizações e lutei contra tantas pessoas que eu já tô acostumado. Mas você, pirralha, você é diferente. Você é a pessoa mais obstinada que eu já conheci. Não importa quantas vezes nós lutamos e eu te vença, você tenta achar outro jeito, e nunca desiste. Parece uma criança teimosa. Mas, se não a ofender, por que você quer tanto me matar? O que eu lhe fiz.

V: - Digamos… que eu sei bem que um dia você vai ser um monstro que ninguém pode parar, e vai pôr a vida de todos em risco. Se eu não te impedir, quem mais vai?

G: - Bom, então acho que vou ter que ensinar você tudo o que sei. Pra quando esse dia chegar, você conseguir me matar.

V: - Não tem medo de morrer?

G: - É assustador pensar na morte, mas seria mais assustador viver com medo dela. Vai chegar a minha hora e eu vou partir, espero ter deixado algo que possa deixar as chamas da vida, queimarem por mais um mísero instante.

V: - Seu idiota… - Seus rosto fica completamente vermelho.

G: - Haha , vamos treinar pirralha, mas antes, eu tenho mais um pedido.

V: - Fala aí.

O PLANO DE MAY…

         May, usa seus poderes para fazer um buraco no chão e deixar o terreno pronto para o plano. Ela divide os poderes com May e mandar Harley se esconder, já que ela não tem poderes o suficiente para enfrentar a quantidade de criaturas que viria.

My: - Beleza, todo mundo nas suas posições.

             Kamy quebra o chão de uma das casas e caí bem no meio das criaturas. Eles se afastam da luz , tentando entrar na escuridão. As criaturas se espantam com a luz. Kamy usa os poderes que pegou de May e encendei seu corpo, se tornando uma tocha viva. As criaturas famintas não viam comida há anos e começaram a grunir e rugir como loucas.

              Kamy corre pelos túneis atraindo todas as criaturas que podia e abrindo caminho com seus poderes de fogo e sua força extraordinária. Ela corre sem parar até se lançar para o lado de fora.

K: - Sua vez!

My: - Pode deixar - Ela fecha os olhos, se concentra e ao abri-los eles brilhavam como fogo - FLAME!!!

           Ela ativa sua habilidade, e seu copor inteiro entra em chamas, suas forças aumentam exponencialmente. Ela solta uma onda de calor tão poderosa que as árvores em volta começam a derreter.

            As criaturas se jogam como loucas, e são torradas em um instante. Kamy também usa seus poderes para ajudar May.

My: - Vamos, vamos, vamos! Pulem logo nessa merda.

           A cada segundo ficava mais difícil manter aquela forma e aquela intensidade. As criaturas não paravam de sair do túnel, ensandecidas com o calor e a fome.

My: - Só mais um pouquinho!

K: - Tudo bem aí?

My: - Tá! pode deixar.

             Manter aquela intensidade estava se provando um verdadeiro desafio para May. Ela começa a sangrar e a perder calor. Sua forma “Flame”, começou a se esgotar e ela volta sua forma normal até cair no chão exausta. Kamy também já estava quase esgotando a reserva de energia de fogo.

My: - Merda! - May a muito tempo queria ser a líder da equipe, e seu plano não dar certo, significava, para ela que eles estavam certos em não a colocar como a líder do grupo, e isso ela não poderia deixar acontecer - Que se dane!

         Ela pega três Kastas(Pílulas que amplificam os poderes de uma pessoa), e as engole. Veias começam a surgir em seu corpo, e ela ativa seu Flame imediatamente. Com um ataque poderoso que queima até mesmo Kamy, ela incinera todas as criaturas que estavam saindo dos túneis. May desativa seus poderes e cai de joelhos no chão, vomitando uma quantidade enorme de sangue, quando Harley chega e a vê naquele estado.

H: - May, tá tudo bem?

My: - A Kamy… se machucou - Ela aponta para Kamy que havia se ferido no braço direito e estava caída no chão.

H: - Calma, queimou um pouco, mas vai sarar. A gente só precisa cuidar direitinho.

         Quando, Harley tenta cortar as mangueiras que Kamy usava, ela segura seu braço.

K: - Não tira… por favor!

H: - Tudo bem, eu limpar e fazer o curativo por cima.

DE VOLTA A LUTA

             Sem perder um segundo, Kay parte para cima de seus inimigos com uma peixeira antiga que ele guardava em sua bota, afim de resgatar os reféns em uma manobra arriscada, mas ele é desarmado em um instante, por Caballero que o arremessa violentamente contra uma árvore.

R: - Por que não encaram alguém do seu tamanho!

              Com um grito sônico, Amadeu derruba Robert que cai com seus tímpanos sangrando.

A: - Vamos acabar com esse e ir atrás do último.

Ka: - Foge daqui, muleque!

S: - M-m-mas, eu n-não posso deixá-los aqui - Ele pega sua espada quebrada e se coloca em posição de luta - E-e-em gua-guarda!

Ka: - Por favor, garoto. Vai embora logo.

A: - Devia ter escutado seu amigo, gaguinho. Agora você vai morrer.

Ka: - Não!!!

         Amadeu solta seu grito sônico.

S: - ESPECTRO AMALDIÇOADO!

     Ao ativar sua técnica, Salva cria um espectro de dois braços segurando uma espada que ele usa para lutar contra seus oponentes. Ele se protege do ataque de Amadeu, que fica absmado.

A: - Desgraçado! Vou te ensinar a nunca mexer com a Vega(O nome da sua organização).

        Amadeu se virar para Kay e se apronta para atirar mais uma vez seu grito sônico. Kay apenas fechas seus olhos e se prepara para a morte. Mas salva se apressa e faz um movimento para cortar o pescoço de Amadeu.

        Caballero consegue empurrar Amadeu para fora da linha de corte, mas seu braço esquerdo é arrancado.

C: - Aaaaarrghhhhh!!!

A: - Desgraçado!

          Nicolleti usa seus poderes para criar diversas ilusões. Mas salva pensa rápido e se põe a frente do corpo de de Caballero, que estava caído no chão sentindo uma dor inimaginável. Agora, eles não podiam cuidar de seu aliado, e Salva sabia que nenhum deles tinha capacidades corpo a corpo. Então o ataque viria de longe.

          E como Salva imaginou, um rugido sônico sai do meio da multidão de ilusões, e acertou antes que ele conseguisse reagir. Salva caí e solta sua espada no chão, seu rosto é descoberto pela primeira vez e o espectro era tão agoniante que os reféns se assustam e correm. Amadeu aproveita a oportunidade e se prepara para acertar um grande golpe em Salva, que não podia ver onde ele estava. Ele tenta pegar sua arma, mas ela some nas ilusões. Agora ele estava rendido, esperando de forma agonizante de onde viria o golpe que o acertaria.

           Por sorte ou destino, Amadeu se concetrou tanto em Salvador que esqueceu que se esqueceu dos outros que estavam ali. Robert pula nas costas de Nicolleti e com o susto, ela desativa sua habilidade.

N: - Que porra é essa?

R: - Me desculpe, senhorita. Não é minha intenção machucá-la.

          Salva avista Amadeu que está presta soltar seu ataque, já não dava mais tempo de sacar sua espada que estava tão próxima. Mas Amadeu é surpreendido por Kay, que acerta um soco na cara dele, e o enforca pelo pescoço. Amadeu se debate e luta para respirar, mas Kay o segura com toda a força até que ele perde a consciência.

Ka: - Já tava na hora desse Filho da puta ficar de boca fechada.

R: - Também… consegui…. - Robert estava tentando apagar Nicolleti, mas ela só cai quando bate com a cabeça em uma árvore.

N: - Impressionante! Venceram todos antes que eu chegasse - Nero chega com o corpo de Nelim em seus ombros - meus parabéns.

Ka: - Agora fodeu…

R: - O que foi?

N: - O sol já tá se pondo.

K: - Temos que ir atrás dos outros.

- Os outros reféns ficaram alguns metros a frente. Eles nos dividiram em dois grupos, e os esconderam amarrados no topo de uma árvore marcada com a letra V.

N: - Beleza, você vem comigo e me mostra o caminho. E vocês dois cuidem dos outros até voltarmos.

K: - Beleza, todo mundo pro foço. Oh, lugar fedorento do caralho.

           Algumas horas se passaram, e Salva usou seus poderes para fazer um sinal para os outros integrantes do grupo e dizer que estava bem.

             Nero e Robert recuperaram as pessoas que faltavam. Todos estavam no poço, e Kay olha para Salva, e percebe que seu semblante era triste e vazio.

Ka: - O que foi, garoto? Tá aí todo triste depois de ter metido a porrada naqueles três. Eu taria cantando e dançando agora se fosse você.

S: -N-não é n-nada.

Ka: - Olha, não vai começar a mentir pra mim agora. É por que eles viram sua cara feia?

      Ele não diz nada, apenas ascente com a cabeça e se retrai mais ainda.

Ka: - Olha, se quer saber, a sua cara não é a coisa mais feia que eu já vi.

S: - N-n-não?

Ka: - Com certeza não, muleque. Quando eu tava no mar, eu navegava com um cara chamado Cloud. Pensava uns 900kg e o barco tremia inteiro quando ele entrava. Eu sugeri usar ele no lugar da âncora a primeira vez que o vi. Mas ele era um filho da puta corajoso. Me desafio e disse que ia ser o melhor tripulante que eu já tive.

S: - E-e o q-que você disse?

Ka: - Eu sorri tanto que meu dente de ouro caiu, a tripulação então nem se fala. Mas eu dei a chance pra ele.

S: - E-ele foi b-bem?

Ka: - Era um idiota completo, derrubava as espadas, não limpava o convés direito, vivia se cortante sem querer. Mas uma noite nós fomos atacados por uma outra tripulação. Eles tinham feito algumas pessoas reféns e as amarrado em tonéis de pólvora. E tentaram assaltar nossa embarcação. Foi uma luta difícil, mas conseguimos encurralá-los, dentro do próprio navio. O capitão deles sabia que tinha acabado, então ele sacou a arma e apontou para os reféns.

S: - O-o que aconteceu?

Ka: - Eu os homens pulamos no mar. Uma pessoa do nosso navio atirou contra o Capitão e acertou seu peito, mas não antes dele ter disparado a arma. O Cloud se jogou contra a bala e salvou os reféns. Nunca vi tanta coragem num homem. O tiro não foi fatal por pouco. Uma das reféns o socorreu assim que a soltamos. Era a mulher mais linda que já vi navegar nesse mar. Eles pararam de navegar e foram viver a vida numa cidade costeira. O maldito tirou a sorte grande. Não devia se preocupar tanto.

S: - E-e-eu qu-queria ser mais c-corajoso. Co-como você.

Ka: - De onde tirou, que eu sou corajoso.

S: - O-o-o s-senhor fala o que p-pensa. N-n-não tem me-medo de ser você.

Ka: - Isso não é verdade, tem muita coisa no meu passado que eu me envergonha tanto, que eu não tenho coragem de contar a ninguém.

             Um singelo silêncio se instaura no ar, a tristeza de Salva por ter nascido com aquela aparência terrível era comovente. Kay, o entendia bem, mas não tinha palavras que pudessem, de alguma forma, serem suficientes para acalentar seu querido amigo.

Ka: - Escuta, garoto. Eu-

      Um barulho de passos enormes interrompe a fala de Kay, e apavora a todos a medida que os sons ficam mais altos, cada vez mais próximo a, até estar diante de suas cabeças.

             Kay faz um sinal de silêncio para que ninguém fizesse barulho. O som para, e ninguém conseguia ver o que estava acontecendo. O silêncio quebrado apenas pelo som do vento e dos pássaros. De repente uma mão enorme segura Salva pelo pescoço e o levanta para fora do foço.

Ka: - Garoto!!!

N: - Fiquem aqui!

            Nero e Kay correm para ajudar salva que estava sendo enforcado. Ele se debatia e lutava para tentar respirar, mas Khubarsí apenas via ela se debater como se estivesse matando um simples animal.

Kh: - Nunca vi algo tão desprezível em toda a minha vida.

Ka: - Não devem ter muitos espelhos nessa ilha. Solta o muleque seu otário, antes que eu te enfie a porrada.

Kh: - Hmm, Kayross… você não mudou nada nesses anos.

N: - Vocês já se conheciam?

Kh: - Então você não contou? Por favor, dêeme o prazer de elucidados sobre os fatos.

Ka: - Porra nenhuma - Ele pega as Kastas que tinha em seu bolso e as engole de uma vez. Seus olhos pareciam que ia explodir de tanta energia - Agora você vai pagar pelo que fez com minha família.

          Kay parte para cima de Khubarsí e lhe acerta um grande soco na boca do estômago, o obrigando a soltar Salva que vai no chão tossindo muito.

Ka: - Gostou dessa, filho da puta!?

Kh: - Você é corajoso. Tomar esses Kastas, Val fazer seu corpo apodrecer em pouco tempo.

Ka: - Pra mim, tá ótimo. Só quero deixar essa cara de chipanzé misturado com peixo pingando sangue.

            Kay, mais uma vez vai para cima de Khubarsí, e tenta lhe acerta um soco, mas desse vez ele desvia. Kay continua a tentar acertá-lo com socos e chutes, porém, a criatura está alerta e não se deixa ser acertada por nenhum dos golpes.

           Nero faz uma investida desesperada para acertar a cabeça de Khubarsí, carregando sua técnica se movimentando para as costas dele e carregando sua técnica mais poderosa. Mas ele não esperava aque Khubarsí, havia preparado algumas de suas criaturas para ajudá-lo e uma delas morder Nero em sua cintura, o forçando parar seu ataca mortal.

N: - Aaarrggghhh!

          Kay novamente tenta atacar mas Khubarsí, segura seu braço e o quebra, depois o joga contra uma árvore.

Ka: - Uuurhhggg!!! Arrombado do caralho! Quebrou meu braço.

             Com os três abatidos no chão, Khubarsí continua a falar.

Kh: - Como eu dizia, há alguns anos atrás eu passei a enfrentar um dilema. Meu criador me pôs nesse mundo numa tentativa de vencer um mal tão profundo e poderoso, que assola todas as nações de de o princípio do mundo. A inevitável e terrível morte. Mas eu a venci. Não sou consumido pelo tempo e jamais retornarei ao pó de que vim. Mas, apesar da superioridade latente, me vi preso numa angústia inabalável. A falta de um outro igual a mim, uma companhia para sanar minha solidão. Quando confrontei meu mestre, ele se recusou a atender meu desejo. Eu tentei recriar outros como eu, mas infelizmente, não obtive sucesso. Todos que eu tentei reviver viraram essas criaturas - Ele pega uma deles e esmaga seu crânio com uma das mãos - Todas burras e subservientes.

Ka: - Por que não mata logo a gente, e para com essa ladainha, seu merda.

Kh: - Mas, eu não quero matá-los, eu de fato compartilho da solidão e preciso de vocês. Quando lhe dei a chance de viver aquela noite, por que você se provou um grande fiel a mim.

N: - Me ajudou ele?!

Ka: - É complicado.

Kh: - Talvez, não muito. A minha segunda missão nesse mundo, me passada pelo próprio mestre, foi a de proteger as informações da ilha, e jamais, de nenhuma forma, deixar vazar nada do que está aqui para outro lugar. A informação dessa ilha é tão poderosa, que pode fazer de um homem comum, o mais poderoso ser desse planeta. Meu dever era proteger essa informação, mas meu dilema me aflige. A solidão é dolorosa, preciso de alguém que compreenda, então deixava ir aqueles que eu considerava dignos, para que eles pudessem voltar e me seguir por sua própria vontade. Porém, a minha surpresa foi enorme ao descobrir que todos que eu liberei, se mataram, menos você. Achei que tivesse voltado pra mim - Ele segura Kay pelo pescoço - Mas você ousa querer a minha destruição?!

Ka: - Vai se foder!!!

Kh: - Vou dar a vocês uma chance. Vocês tem até amanhã ao anoitecer, para me responderem. Se eu alguém quiser ficar e me servir, eu deixarei viver, os que não. Eu os esmagarei e devorarei seus crânios - Ele joga Kay contra o chão - Espero as suas respostas.

           A criatura se vira e vai embora. Enquanto todos tentam digerir o que achou de acontecer, Nero se levanta furioso e aponta seu machado para Kay.

N: - Você ajudou aquele monstro!!!

R: - Nero, calma

N: - Calma o caralho. Esse filho da puta pode ser a porra de um traidor! Fala, qualquer a sua relação com ele? Ou eu corto essa sua cabeça.

Ka: - Tô pouco me fodendo pra você e esse seu machadinho. Se quiser pode me matar, mas vai ser só uma pessoa a menos pra matar aquele desgraçado, e pode apostar que tudo que eu mais queria na vida é matar o maldito.

R: - Ele tem razão, precisamos de todo ajuda possível.

           Nero o solta contra sua vontade e volta para dentro da caverna. Robert o segue e Kay fica no chão sentindo um dor intensa no seu braço.

Ka: - Merda!!!

S: - E-e-eu te ajudo.

            Salva, coloca o braço de Kay no lugar e improvisa uma tala com um pedaço de roupa e um galho.

Ka: - Não tá com raiva de mim, pelo que a criatura disse.

S: - A-a-as pessoas po-podem mentir. E-então ele também, né?

Ka: - Anos atrás, quando eu vim pra essa ilha…

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