Capítulos (1 de 7) 23 May, 2023

Capítulo 1- Caso Carmesim

Em um dos corredores da mansão Drácule, é possível enxergar uma silhueta masculina, uma figura de cabelo curto e aparentemente preto e com olhos vermelhos brilhantes, sendo vistos no escuro, aproximadamente um metro e oitenta e nove centímetros de altura, com um físico atlético. Sua voz ressoava pelo corredor, com uma tonalidade grossa e intimidadora. Essa tal figura era Kagaya falando ao telefone com uma figura de aparência desconhecida.

— Certo. - Continuou a escutar as instruções, e então respondeu. - O trabalho será feito, apenas me dê uma semana, e enviarei uma imagem do corpo. - Ao finalizar sua fala, desligou a ligação.

Quase de forma instantânea ao desligar o telefone, Kagaya sentiu uma mão tocar seu ombro. Apenas pelo cheiro, o vampiro já percebia que se tratava de seu irmão mais velho, Kuro Drácule, que havia chegado para buscar seu irmão mais novo para uma conversa importante.

— Kagaya, onde estava? Eu fiquei te procurando o dia todo! - Diria com um tom animado. - Vamos, preciso conversar com você, me siga.

Kuro começou a se mover, caminhando lentamente pelo largo corredor de sua mansão, enquanto Kagaya o acompanhava no mesmo ritmo. Em pouco tempo de caminhada, ambos chegavam a um belo jardim, com flores de cores variadas espalhadas por seu gramado, árvores muito bem polidas, e uma brisa agradável. Já era noite, então o jardim estava pouco iluminado, dependendo da luz de 2 postes médios que ficavam em seu centro, o chão do local era formado por pequenas lajes beges, espalhadas de forma aleatória, formando um labirinto em suas extremidades, decorada com quatro arbustos ao seu redor, seguido de um pequeno banco com espaço para até três pessoas se sentarem localizado entre dois arbustos. Ao chegarem no local, Kuro se senta e se posiciona de forma confortável, deixando espaço para que seu irmão possa se sentar. Kagaya assim como Kuro se assentou no banco, para que pudessem dar início a conversa.

— Bom, logo você entrará na idade certa para carregar o sobrenome Drácule, e a mando do nosso pai eu estou aqui para te guiar de forma correta. - Kuro direciona seu olhar para a figura de seu irmão, olhando fixamente aos seus olhos.

— Eu sinceramente não vejo motivos para essa formalidade toda, irmão. Eu passei minha vida inteira vendo você e os outros mais velhos passando por esse ritual, eu consigo fazer isso sem sua ajuda. - Kagaya diz tais palavras em um tom claramente decepcionado, pois havia sido o único entre os irmãos que recebeu esse tratamento antes do seu ritual. — Diga ao pai que não preciso da sua ajuda. - Desviou seu olhar ao de Kuro.

Kuro exibe um sorriso largo, de certa forma orgulhoso de seu irmão mais novo, por querer assumir toda essa responsabilidade sozinho, logo então se levantando e se mantendo em frente à Kagaya, erguendo seu punho fechado. O jovem Kagaya retribui o sorriso, erguendo sua mão igualmente, tocando ambos os punhos serrados.

Alguns momentos após esse encontro, Kagaya estaria caminhando pelo longo corredor da mansão, indo em direção a porta de entrada e saída do local. Kagaya demonstrava uma feição fria e apática, usando uma roupa diferente do normal, composta por uma calça preta a qual combinava perfeitamente com seu tênis de coloração em base preta, tendo linhas vermelhas na parte superior e entalhos brancos em formato de ondas por toda a extensão, já a parte superior, o garoto utiliza uma camisa branca, por baixo de um casaco com coloração preta, porém menos intensa que a de sua calça.

O vampiro ao chegar na porta, a abriu, para que então pudesse sair e dar início a seu caminho. Andando pelas ruas da cidade, Kagaya mantém seu olhar vidrado no celular, seguindo um caminho que foi traçado em seu GPS, ignorando todos os tipos de distração que ocorrem ao seu redor. Ao longo do caminho, é possível ver que o garoto é bem popular em sua cidade, pois muitas pessoas que o veem acenam para ele e o cumprimentam. Uma longa caminhada era feita, até que ele finalmente chega a seu destino, em frente a um prédio de média escala, parando em frente a ele com suas mãos no bolso, analisando toda estrutura do prédio.

Enquanto fazia suas anotações, Kagaya notou uma pessoa entrando no prédio, era bem chamativa. Era uma garota de estatura média, longos cabelos com coloração vermelho vibrante, uma combinação de roupas que ia do branco ao beje, casando de forma natural e deixando um ar de sofisticação ao redor da jovem. Em seus braços teria uma criança, aproximadamente 3 meses de idade, usava uma roupa bem característica para crianças dessa idade, os cabelos da bebê eram de tom amarelado, embora fosse pouco era possível notar isso. Kagaya permaneceu acompanhando os passos da moça, pois assim que bateu os olhos nela, percebeu que era a pessoa que estava procurando, dando então início a sua operação.

Assim que a noite caiu, trazendo consigo uma brisa fria, o vampiro terminava de se preparar para a missão, usando de suas garras para que pudesse escalar o prédio sem muitos problemas. O garoto havia passado a tarde toda mexendo nos códigos do sistema operacional do prédio, para descobrir o máximo de coisas que podia sobre o alvo, descobrindo então que seu nome era Lalisa Myrion, uma mãe solteira de 23 anos, residente do apartamento B32, no penúltimo andar. Ao chegar na sacada do apartamento da garota, Kagaya prepara algumas facas, mirava fazer um assassinato rápido, para que pudesse arejar o ambiente logo. Porém o pensamento do vampiro é interrompido pelo choro de um bebê, e ao olhar pela fresta da porta coberta por uma cortina, ele em a visão de Lalisa segurando a bebê no colo, para acalentar seu choro. Na hora Kagaya dá um passo para trás, pois matar aquela mulher ia contra sua regra na hora de matar, mais especificamente, a regra de não matar mães de recém nascidos.

De certa forma decepcionado por perder um caso, Kagaya se preparava para ir embora, até que ele escutou uma pequena lamentação, seguido de uma voz trêmula, virando seu rosto para dentro da casa, e vendo a cena de algumas lágrimas escorrendo do rosto de Lalisa. Na cabeça de Kagaya a primeira ideia que passou em sua cabeça foi a de que Lalisa era viúva e estava sendo difícil lidar com isso, porém algo dentro do assassino não acreditava nisso de jeito nenhum. Após algum tempo sentada com a garota no colo, Lalisa levou a criança para seu berço, a deixando lá para que dormisse, e voltou para a sala para que então se sentasse para descansar. A jovem moça deu um longo suspiro com seus olhos fechados, porém na hora de soltar o ar, ela sentiu algo tocar seu pescoço, era a faca de Kagaya, com a lâmina apontada para a jugular. A garota começou a suar frio, o medo tomou seu corpo todo, porém ela não gritou, para não acordar sua filha e alertar o assassino.

— E-ei... quem é você? O-o que quer de mim? - Disse a garota, com a voz extremamente trêmula.

— Huh... essa é uma reação bem comum, mas seu tom de voz me surpreendeu... geralmente todos gritam ou apenas se rendem sem falar nada. Bom, eu vim para tomar sua vida. - Kagaya responde com um tom de voz frio.

— P-por favor... não tem nada que queira? Eu posso te dar dinheiro, não importa quanto... por favor, eu não posso deixá-la sozinha.

— Então há mais alguém por aqui? Que informação inesperada!

— Não! Por favor, me mate aqui, mas deixe minha filha fora disso, por favor, ela tem apenas um mês de idade, eu imploro!

Kagaya retirou a lâmina do pescoço de Lalisa, e deu a volta na sala, se sentando em uma poltrona que ficava em frente a Lalisa, cruzando suas pernas, enquanto exibe um sorriso largo. Lalisa estava visivelmente confusa, embora o medo não houvesse passado.

— Porque não me matou? - Diria a jovem, ainda com sua voz trêmula.

— Bom, eu até posso ser um assassino de aluguel, mas não sou tão monstruoso assim. Eu sigo algumas regrinhas antes de matar sabe. Talvez você tenha um pouco de sorte. Bom, talvez nem tanto, afinal eu preciso garantir que você não ligue para a polícia, então a partir de agora eu moro aqui, por pelo menos um mês.

— Simples, daqui um mês, sua filha terá dois meses, portanto, não será mais recém nascida, e se eu perceber que você disse algo, nada me impede de matá-la, e quem sabe no futuro matar são tão querida filhinha.

Lalisa estava visivelmente incomodada com isso tudo, porém não tinha escolha a não ser aceitar a proposta, porém queria ao menos saber algumas coisas daquele que irá ficar com ela pelo próximo mês, então tentou iniciar uma conversa. Sempre mantendo a calma para não acordar sua filha.

— Hm... Então... qual o seu nome? - Lalisa perguntou.

— Me chamo Kagaya, e você? - Ele já sabia tudo, mas para não a assustar mais, resolveu perguntar.

— É Lalisa... Lalisa Myrion.

— É um belo nome senhorita. E qual o nome da garotinha?

— O nome dela é Kamille Myrion, o meu bem mais precioso.

Kagaya se levanta da poltrona, e anda até a cozinha. Mesmo nunca tendo entrado nesse apartamento, Kagaya agia como se já fosse morador de lá a muito tempo. Pegando algumas coisas no armário, e então começando a preparar um café. Enquanto esquenta a água, Kagaya começa a observar a cozinha, ela tinha uma gama de cores claras, tendo o branco como predominante, os armários com entalhos amarelados, fazendo uma combinação linda. Era notável uma mesa marrom claro arredondada no canto da cozinha com quatro lugares, e um deles ocupado por uma cadeira para bebês. Ao lado uma geladeira cinza com saída para água, cubos de gelo, e gelo triturado.

O pensamento de Kagaya é interrompido pelo som da água fervendo, a tirando do fogo e colocando na cafeteira logo após colocar o pó. Agora esperando escorrer todo o líquido. Lalisa estaria na cozinha junto de Kagaya, sentada em uma das cadeiras do balcão, um pouco confusa com a situação. Após o café ficar pronto, Kagaya serve em duas xícaras.

— Prefere com ou sem açúcar? - Perguntou Kagaya.

— Com. - Respondeu Lalisa.

Kagaya coloca duas colheres pequenas de açúcar no café, e misturou, levando até Lalisa e colocando em sua frente. Logo após, ele toma um gole do café que serviu para si mesmo.

— Oh! Esse ficou muito bom, fiquei orgulhoso de mim mesmo.

— Ah... obrigada. - O medo de Lalisa aos poucos iria sumindo, dava para notar por sua voz, que não estava mais tão trêmula.

Ela então começou a beber o café, se surpreendendo, pois, realmente estava muito bom, e casava perfeitamente com o clima frio daquela noite.

— Espero que entenda porque eu preciso ficar aqui durante um mês, eu garanto que não farei nada de ruim a você ou a sua filha. Considere que isso seja uma proteção, pois a pessoa que me pagou pode querer vir atrás de você caso não tenha morrido, eu ficarei para impedir durante esse mês.

— Quem te pagou para vir me matar? - Meio desconcertada com essa informação.

— Eu não posso contar, sigilo ao cliente sabe. Bom, a partir de hoje, vamos ver como vamos lidar um com o outro.

— Okay...

Continua...
Próximo Capítulo: Planos 

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