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Esqueceu a Senha?

Capítulos (1 de 1) 05 Aug, 2018

Capítulo 1


Capítulo 1: Namorados

Domingo, 11 de janeiro de 2017, 23:45 h.

– Nãao!! – uma criança de cabelos prateados e olhos tomados por pavor, corria pela casa seguindo seus pais – Papai! To com medo!! – Disse o garoto, abraçando-se em seu pai quando entraram no quarto e fecharam a porta.

– Calma filho! Vamos conseguir escapar!

– Aaa!! – A mulher gritou quando a porta abriu uma fresta e o rosto de uma garota loira com um olhar psicótico surgiu por esta fresta, mas o marido correu até a porta e a fechou novamente, jogando todo seu peso contra ela.

– Marlene, pegue nosso filho e fuja pela janela!

Um garoto com o rosto monstruoso surgiu na janela da esquerda, ele ficava sorrindo de forma bisonha.

– Venha, Yosuke! – A mulher pegou o filho pela mão e o puxou em direção a janela direita do quarto escurecido.

– Gwaa!! – Cinco garras que pareciam agulhas compridas, atravessaram a porta de madeira, perfurando o peito do homem.

– Kitsu!! – Gritou a esposa.

– Tire nosso filho daqui!

Com lágrimas nos olhos, ela concordou com a cabeça e abriu a janela, mas ao fazê-lo, um monstro, igual ao garotinho da outra janela, apareceu na frente dela, com seu sorriso ensanguentado e olhos totalmente negros.

– Yosuke! Fuja! – ela pulou pela janela em cima do monstro, que a mordeu no ombro, mas ela continuou no chão em cima dele – Yosuke! Agora!!

O garoto tremia, mas por fim pulou pela janela e saiu correndo pelo bairro sem luz, com apenas a lua iluminando a noite com seu brilho prata. Pelas casas, vários gritos ecoavam e, pelos cantos, monstros atacavam e devoravam pessoas. Yosuke fechou os olhos e seguiu correndo, chorando.

23:59 h.

Yosuke correu até a pequena ponte que ligava o bairro ao centro da cidade, mas parou. A ponte estava tomada por uma horda de pessoas, que ao ouvirem os passos do garoto, se viraram para ele, revelando seus olhos totalmente brancos e um sorriso mais macabro que o dos outros monstros. Não eram mais pessoas. Yosuke deu dois passos para trás, mas tropeçou e caiu sentado, enquanto os monstros iam em sua direção.

– É o fim...

– Tempestade de lâminas!!! – A horda foi retalhada, caindo todos mortos, então um jovem que aparentava ter a mesma idade de Yosuke, 13 anos, apareceu caminhando pela ponte com uma espada em mãos.

Yosuke levantou, trêmulo.

– Q-quem é você?!

O jovem de cabelo ruivo com as pontas loiras, passou reto por Yosuke, mas um homem, que usava um sobretudo vermelho fechado, com uma bandana também vermelha em sua testa sobre, parou em frente a ele.

– Está bem, garoto? – Indagou o estranho com um olhar que parecia estar com raiva.

Yosuke percebeu que o homem tinha os olhos vermelhos, mas ele sacudiu a cabeça, voltando a si.

– Meus pais estão lá em casa! Ajude eles, moço!! – Implorou o garoto.

– Me pergunto quem foi o imbecil que tentou mexer com a escuridão do outro mundo sem saber controlá-la. – Resmungou o garoto ruivo.

– Nas anotações de Myamoto, ele falava sobre seu neto estar mexendo com a escuridão, ele a denominou como Yami. Será que ele ensinou a alguém? O que você acha, Yoshiro?– Indagou o homem de vermelho.

– A última geração Akamura não passou dos quatro anos. Improvável uma criança ter ensinado algo tão complexo a alguém. Além do mais, estamos em Graver, e o garoto morreu em Renglan. Deve ser alguém tentando aumentar seu poder ou explorando além dos limites do oculto. Você é o representante de Graver, Karlay, o que acha?

– Eu...

– Parem de conversar e vão logo ajudar meus pais!!! – Esbravejou Yosuke.

Karlay franziu a testa ao olhar para ele, desaparecendo da sua frente e surgindo atrás dele em um piscar de olhos.

– Vou tirar esse sobrevivente daqui, deixo o resto com você, Yoshiro. – Karlay acertou um golpe na nuca de Yosuke, fazendo-o apagar.

– Deixa comigo. – Yoshiro olhou em volta, haviam vários corpos dilacerados pelo chão e sangue para todo lado – É horrível o que a escuridão do outro mundo pode fazer quando consegue escapar para o nosso. Me pergunto quantos Profanos devem ter se espalhado desde que a brecha foi aberta.

– Não é a primeira vez que isso acontece. A muitos anos atrás aconteceu o mesmo em Duran, mas o invés de ter sido apenas um bairro, todo um estado foi destruído para conter os monstros. – Disse Karlay, colocando Yosuke deitado sobre seu ombro.

– Certo, certo. Cuidamos disso. Não é, Abbadon? – Um demônio usando duas espadas apareceu ao lado de Yoshiro.

– Sim.

Sábado, 9 de outubro de 2023, 4:25 h.

Yosuke acordou de supetão, todo suado.

– Wa! – sentou na cama, ofegante, levando a mão ao rosto – De novo esse pesadelo...

Ele levantou e foi até o banheiro para jogar uma água no rosto. Ao levantar a cabeça, viu uma pessoa no espelho atrás dele, dando um pulo ao virar no susto.

– Por que tá acordado a essa hora, Yosuke? – Indagou o jovem de cabelo castanho claro enquanto esfregava o olho esquerdo.

– Foi mal se te acordei, Olivier.

– O mesmo pesadelo de novo? – Indagou Olivier, se escorando de braços cruzados na porta aberta do banheiro.

– Não te preocupa. – disse Yosuke, dando um tapinha no ombro de seu colega de quarto ao passar por ele – Tô legal.

– Hum. Então tá. Vou voltar a dormir então.

– De boa.

– Tenta dormir mais um pouco também, amanhã vamos encontrar o pessoal na lancheria.

– Prometo tentar.

– Ok. Boa noite. – Olivier voltou para o seu quarto.

Yosuke foi até a cozinha e abriu a geladeira, sendo a luminosidade dela a única luz no cômodo escuro. Ele ficou curvado, apoiado na porta da geladeira aberta, procurando algo para beber.

– Hum? – Yosuke se virou rapidamente ao ter a impressão de alguém se aproximando dele, mas não viu ninguém – Deve ser o sono... – Pegou uma lata de soda e voltou para o quarto, bebendo pelo caminho e voltando a dormir logo em seguida.

12:14 h.

– Ei, Yosuke! – uma garota de cabelos negros e olhos azuis se encostou em Yosuke, que estava sentado ao lado dela na lancheria – Também está animado para a viajem com a escola no próximo final de semana? – Ela o olhava de forma empolgada.

– Não vai ser nada demais. Fiquei sabendo que vamos apenas conhecer uma antiga cidade histórica e anotar tudo que o professor falar, porque vai ter um trabalho sobre isso.

– Yosuke! Não seja estraga prazer! – disse Olivier, com outras duas garotas ao seu lado – Leva pelo lado aventureiro! Vamos ficar em um hotel na cidade vizinha dessa tal cidade fantasma. Vai ser divertido cara!

– É! – Concordaram as garotas ao lado de Olivier.

– Viu?! – Olivier riu e colocou o braço em volta do pescoço delas.

– Tanto faz. – Yosuke deu de ombros – Só não vejo graça de ir em uma cidade abandonada.

A garota de olhos azuis pousou a mão na coxa de Yosuke por debaixo da mesa e aproximou seu rosto do dele.

– Pode ser mais animado do que você imagina. – Disse ela com um sorriso insinuante.

– Escuta a Shy, ela sabe se divertir! Não esquece que ela veio da capital! – Olivier encarava Yosuke com um sorriso confiante.

– Não tenho escolha mesmo. Esse trabalho vale a metade da nota final. – Yosuke suspirou, pegando seu milkshake em cima da mesa, voltando a tomá-lo.

14:21 h.

Yosuke se despediu de Olivier, que foi para o boliche com as duas garotas, enquanto ele foi ao cemitério com Shy, que disse querer prestar uma oração a uma antiga amiga morta que fazia aniversário no mesmo dia.

– Yosu, você não é daqui, não é mesmo? De que cidade você veio? – Indagou a garota. Os dois andavam lado a lado.

– Não lembro... – Não é que não pudesse lembrar, ele que não queria lembrar.

– E seus pais, onde eles moram, já que você e o Olivier moram sozinhos?

– Meus pais estão mortos.

– E sua família?

– Eu tenho um tio em Petroria, mas não o vejo há anos. Duvido que ele se quer saiba que meus pais estão mortos ou que eu existo.

– Um tio? Qual o nome dele?

– Yuen, mas nunca o conheci.

– Nome legal.

– É...

Ao chegarem no cemitério, foram até o fundo dele, percebendo que eram as únicas pessoas no lugar.

– Pronto! – Shy, que estava ajoelhada diante do túmulo da amiga, rezando, levantou sorrido para Yosuke.

– Vamos embora então, esse lugar me dá arrepios. – Ele virou as costas, mas Shy o segurou pela mão.

– Yosu... – ela estava com o olhar desviado e as bochechas vermelhas – Nós estamos saindo a dois meses já... Acho que podemos ir além. – Ela o olhou, tímida.

– Quer dizer, namorar? – Indagou ele, sereno.

Ela o puxou para trás de uma cripta e desabotoou sua blusinha branca, deixando seu sutiã rosa a mostra.

– Algo além...

Yosuke deu um sorriso malicioso de canto e a beijou, apertando sua bunda. Ela correspondeu, passando os dedos por entre o cabelo prata dele.

– Aw! – Yosuke recuou o rosto quando Shy mordeu seu lábio com força, fazendo-o sangrar.

Ela avançou para cima dele, colando seus lábios novamente e fazendo suas línguas ficarem se enroscando como se tivessem vida própria. Yosuke a prensou contra a parede e afastou seu sutiã, usando a boca nos peitos delicados de sua nova namorada.

Shy o empurrou e se abaixou a sua frente, abrindo o zíper da calça dele.

– Hum...– Ela fez o namorado fechar os olhos em prazer.

– Não aguento mais! – Yosuke a virou de rosto para a cripta, a fazendo soltar um gemido alto de prazer.

Após o ato, Shy vestiu-se rapidamente enquanto Yosuke recuperava as forças.

– Foi sua primeira vez? – Indagou ela com um sorriso sacana.

– Não. Já havia feito uma vez a muito tempo atrás. Mas foi bem diferente disso.

– Então nosso relacionamento subiu de patamar? Posso te chamar de “meu namorado” agora?

Yosuke se ajeitou e foi até ela, beijando-a de leve nos lábios.

– Desde que façamos isso mais vezes, pode.

Shy sorriu e deu um selinho em Yosuke, pegando a mão dele.

– Certo! – ela olhou a hora no celular – Vamos visitar a Mari. Prometi que ia lá hoje a tarde.

– Marietta?

– Uhum. – Confirmou com a cabeça a garota, sorrindo, de mãos dadas com seu par.

Yosuke suspirou.

– Aquela garota me odeia.

– Ela não te odeia! Vocês apenas não se conhecem direito. Vai dar tudo certo, vamos!

Ele deu de ombros.

– Ok, vamos então.

16:36 h.

Ao chegarem na casa de Marietta, Shy bateu na porta.

– Espero que ela esteja em casa.

– Olá Shy. – cumprimentou Marietta, uma garota de cabelo castanho claro e dona de um olhar sempre misterioso, ao abrir a porta – O que ele faz aqui? – Ela olhou de canto para Yosuke, que desviou o olhar.

– Eu também não queria estar aqui...

– Tchau então.

Shy quebrou o duelo visual dos dois.

– Ei, ei. Não comecem vocês dois. – ela se agarrou no braço direito de Yosuke – Ele é meu namorado e você minha melhor agora, tentem se entender. Porfavorzinho. – Shy fez uma cara de cão sem dono.

Marietta suspirou, colocando a mão na cintura.

– Tá bem. – disse com desagrado – Entrem. – A casa dela era grande para alguém que morava sozinha. Ninguém sabe sobre a vida de Marietta, apenas se sabe que ela mora sozinha e que Shy é sua única amiga. Ela evita a todos e assusta a muitos com seu olhar sempre sombrio, como se fosse arrancar a cabeça de alguém a qualquer momento.

Sentaram-se no sofá da sala em frente a TV.

– Você vai ir na viagem com a escola, Mari? – Indagou Shy, sentada no meio.

– Terei que ir, preciso da nota desse trabalho.

– Legal o primeiro e o terceiro ano estarem indo também. Assim poderemos conhecer melhor os novatos do colegial e nos misturarmos um pouco mais com os veteranos. – Shy falava animada.

– Não tem ninguém legal no terceiro ano, motivo pelo qual fiz amizade com você, que é do segundo.

– O que você quer dizer com isso? – Perguntou Shy, apertando os olhos em direção a sua amiga.

– Que você é a única pessoa legal na quela escola. – disse Marietta. Yosuke a olhou de canto – Não quis ofender.

– Não ofendeu. – Respondeu Yosuke.

– Mari, Mari! É verdade que o terceiro ano vai acampar em um bosque no limite da cidade abandonada?!

– Sim.

– Que legal! Também queria ter essa aventura!

– Mas não é bem no limite da cidade porque ela é cercada por um muro enorme, e também não será tão aventura assim porque por mais que dormiremos em barracas, será onde fica a cabana do vigilante que cuida dos arredores do lugar.

– Aaah, mas ainda assim deve ser legal acampar com os colegas. Pior é nós que vamos para um hotel em outra cidade.

– Vocês leram as regras que os professores entregaram sexta na saída? – Indagou Yosuke, lembrando de sua presença ali.

– Eram regras? Só peguei e saí, nem li. – Disse Shy, dando de ombros.

– Eu li e achei justo. Segurança em primeiro lugar, ainda mais em um lugar abandonado que ninguém pode entrar. Não sei como deixaram a escola fazer essa excursão. O lugar está lacrado há anos. – Comentou Marietta.

– Deve ser porque o diretor é parente do imperador. – Graver vive uma ditadura, onde o general que comandava tudo mudou seu título para imperador. Como faz décadas que esse regime se instalou em Graver, as pessoas já se acostumaram a referir-se a quem está no comando como imperador. Mas a ditadura de Graver não é do modo ruim, as pessoas não tem muitas proibições, apenas algumas poucas que é para sua própria segurança e para a dos outros. A única coisa que a tolerância é zero, é com crimes, onde não há julgamento se pego em flagrante, sendo o criminoso torturado até a morte. Motivo pelo qual Graver é um país seguro, onde as pessoas não arriscam nem bater boca umas com as outras com medo de perturbar a paz e serem repreendidas de forma violenta pelos militares.

– Deve ser mesmo. – Marietta concordou com a amiga.

O celular de Yosuke tocou.

– Fala cara. – Atendeu já sabendo quem era pelo identificador de chamadas.

– Yosu! Estou tentando arrastar uma gatinha pra casa, mas ela disse que só vai se a amiga dela for. Então preciso urgente que tu vá para casa pra a amiga dela não ficar de vela! Quebra essa pra mim irmão!

– O que eu ganho com isso, Olivier?

– Além de comer a amiga dela? Hmm... Tá, eu pago o aluguel desse mês sozinho! Tu não vale nada mesmo em, Yosuke!

– Tá bom, te vejo em casa.

– Ok! Até daqui um pouco! – Olivier desligou.

– Tá, para de chorar, já estou indo para casa. Tá, tá bom. Tá, deve ter um kit médico no armário do banheiro. Tá, to indo. Tchau. – Yosuke ficou falando sozinho, fingindo, desligando o celular com cara de preocupado.

– O que foi, Yosu? – Shy ficou o olhando preocupada.

– O Olivier machucou o braço e pediu para que eu fosse para casa pra cuidar dele.

– Eu vou junto. – Disse ela.

– Não! – ele deu um grito ao se levantar – Quero dizer... Não precisa.

– Tá bom... Te ligo mais a noite, pode ser?

– Ok. Tchau garotas. – Yosuke saiu correndo, indo embora.

Enquanto ele caminhava pela rua, sentiu alguém pousando a mão em seu ombro. Ele parou, gelando.

– Estamos te esperando. – Disse uma voz chiada perto de seu ouvido.

Yosuke virou rapidamente, mas não havia ninguém atrás dele.

– Mas que merda foi essa... – Ele saiu correndo para casa, onde encontrou com Olivier e as garotas, mas acabou não fazendo nada com a amiga da garota que Olivier estava pegando. O ocorrido na rua não saiu de sua cabeça, então foi direto dormir logo que as garotas foram embora.

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