Capítulos (3 de 8) 05 Aug, 2018
Capítulo 3
Capítulo 3: Entendendo as garotas
Quarta-feira, 13 de outubro de 2023, 5:59 h.
– Deveria voltar a dormir. – Sugeriu Roku, deitado no chão brincando com Sindy.
– Não dá mais tempo, logo tenho que sair pra escola. – Eu estava em frente ao computador, pesquisando sobre como controlar o karma. Não estava tendo muito resultado.
– Estou entediado.
– Aprende a fazer uma careta e vai assustar as pessoas por ai. – Falei, concentrado em minha pesquisa.
A luz do abajur ao lado do pc começou a piscar, até que apagou, me deixando no escuro, tendo apenas a luz do monitor acesa.
– Boo!
– CARALHO!! – Roku fez uma careta com a língua de fora, me dando um susto.
Ele desatou a gargalhar.
– Tem razão, assustar é divertido.
– Não eu né! Saco! – Desliguei o computador e fui tomar banho para tentar acordar.
8:15 h.
Já na escola, voltando do banheiro, indo para a sala de aula, encontrei com Kiria no corredor.
– Tyson, correto? – Ela parou em minha frente.
– Sim. Como vai, Kiria?
– Bem, obrigado por perguntar. Eu quero falar com você no intervalo, está livre?
– Sim, claro.
Ela olhou para todos os lados.
– Vejo que aprendeu a deixar seu espírito invisível.
– Não é bem isso...
Roku saiu do banheiro, em sua forma física.
– Huff! Me sinto bem melhor!
Kiria ficou de boca aberta, olhando a cena com espanto.
– Sério isso? Você está andando com seu espírito materializado?
Dei uma risadinha sem graça.
– É que ele fica entendiado, ai as vezes fazemos algo para distrair.
Ela ficou me olhando, assimilando minhas palavras, e logo fez uma careta de espanto.
– Queê?! Vocês dois... No banheiro...
– Hum? NÃO!! Tá louca?! Não, não. A verdade é que estamos treinando controle de karma!
Roku surgiu ao meu lado, já em sua forma etérea.
– Você mesmo disse para não deixar ninguém saber.
Novamente fiquei sem graça.
– Pois é...
Kiria deu uma risadinha.
– Vocês são estranhos. Até mais tarde, Tyson e...
– Ele se chama Roku.
– Roku. Tchau. – Ela saiu acenando.
Nós ficamos acenando de volta.
– Ela parece ser uma boa pessoa. – Disse Roku.
– É... – Me veio a mente a cena de Kiria matando a garotinha a sangue frio, me fazendo arrepiar e o sorriso desaparecer.
Voltei para a sala e sentei em meu lugar. A garota loira baixinha do meu grupo veio até mim.
– Tyson, precisamos de você!
– Diga.
– Você tem internet em casa?
– Sim.
– Então você vai pesquisar isso para nós... – ela jogou o caderno aberto em cima da minha mesa, passando o dedo por várias anotações em um texto enorme – Tudo isso que destacamos.
– Por que vocês mesmas não fazem? Não disse que não precisavam de mim?
– VOCÊ QUER GANHAR OS PONTOS OU NÃO?!!
– Algum problema ai atrás? – Perguntou o professor, sem levantar de sua mesa.
A garota sorriu sem graça.
– Não, professor. Apenas debatendo sobre o trabalho.
– Sentem-se juntos e conversem baixo para não atrapalhar os outros grupos.
– Está bem. – Ela manteve um sorriso forçado.
Sem muita opção, sentei com as três garotas.
– Olá. – Cumprimentei, tentando ser amigável e torcendo que elas também o fossem.
– Essa é Charlote. – a baixinha apontou para a garota de cabelo castanho que usava uma tiara amarela, ela acenou com a mão – E essa é Raquel. – Dessa vez apontou para a garota ao lado, também de cabelos castanhos e dona de um sorriso inocente.
– Muito prazer, me chamo Tyson. – olhei para a loira baixinha de pé mais ao lado – E você?
– QUÊ?!! – ela levou as mãos a boca ao perceber que havia gritado – Estudamos juntos há anos e você não sabe meu nome?!
– Não. – Falei tranquilamente.
– Babaca... – ela respirou fundo – Meu nome é Pirsla. Pirs-la. Consegue falar?
– Pirsla. Qual a dificuldade?
– Vai saber, para um tapado que nem você é bom garantir. – Quando ela foi sentar, Roku puxou a cadeira, fazendo-a cair sentada no chão.
Eu comecei a rir, assim como boa parte da turma. Uma garota de cabelos negros amarrados em rabo de cavalo, estendeu a mão para Pirsla.
– Está bem?
– Si-sim. Obrigada, Myoto.
– Não foi nada.
Dessa vez ela ficou segurando a cadeira para sentar.
– Boa, Roku. – Sussurrei quando ele ficou ao meu lado. Ele gargalhava com a cara de espanto e vergonha que Pirsla tinha ficado ao cair.
Apesar do início travesso, me dei bem com as garotas. Conseguimos conversar sobre muitas coisas além do trabalho, descobrindo que as CDF's não eram tão chatas e metidas como todos falavam.
9:50 h.
No intervalo, fiquei sentado na grama, no pátio, olhando para o sol, que aquecia o dia que soprava um vento frio, deixando a temperatura perfeita quando combinados. Kiria apareceu do nada e sentou atrás de mim, se escorando de costas nas minhas.
– Desculpe a demora. Onde está Roku? – perguntou ela, olhando em volta. Apontei para a árvore mais ao lado, onde ele estava deitado no galho mais alto – Ele tem bom gosto de lugares para dormir.
– O que você queria falar comigo, Kiria?
– Ah, sim. Você disse que quer aprender a ser um invocador, não é mesmo?
– Estou tentando.
– Posso te ajudar, se você me ajudar.
– O que eu preciso fazer?
– É exatamente o contrário, é o que NÃO deve fazer. Te ajudo, se prometer nunca lutar contra mim. Topa?
– Claro. – Pousei minha mão sobre a dela acidentalmente. Percebi que ela se tremeu toda, ficando com expressão envergonhada, o que me fez sorrir achando graça ao fitá-la de canto.
– Você é diferente do que o mestre falou. Para ele, os invocadores não podem ser amigos, pois um dia terão que lutar entre si para chegar ao topo.
– Hm, é mesmo? – dei uma risadinha para descontrair – E seu mestre? Ele não pretende se tornar o tal rei do mundo?
– Ele é meu pai e está velho demais, não aguentaria lutar. Eu vim do estado de Sátir para cá, pois estou prometida ao herdeiro de uma antiga família de invocadores que é aliada a minha. O problema é que já estou há três anos aqui e não os encontrei, meu pai perdeu totalmente o contato com eles. Ele acha que algo aconteceu ou talvez tenham morrido. Mas a dois meses atrás encontrei um homem que bate com as características do meu prometido. Estou certa que é ele. – Nossas mãos permaneciam juntas.
– E você aceita isso assim tão facilmente? Já nascer prometida a alguém que não conhece.
– Cada um de nós tem seu destino. – ela se levantou – Bem, vou comer algo no refeitório.
Levantei também.
– Tudo bem, vou dar uma caminhada pelo pátio. Até. – Sem mais nenhuma palavra, nos separamos.
Caminhei distraído pelo pátio, até que algo me acertou a cabeça pelas costas. Olhei para o objeto que me atingiu, no chão. Uma garrafa de água vazia. Quando olhei para frente, Pirsla e outras três garotas vinham em minha direção. Parece que descobri quem a jogou.
– Não fique se escondendo para não ajudar, seu imprestável! – Gritou Pirsla.
– Não to me escondendo, sua maluca!
– Eu poderia ter parado a garrafa, mas achei que seria engraçado ver sua cara quando fosse atingido. – Confessou Roku ao meu lado, rindo.
– Vai rindo, vai. Terá volta.
Pirsla bateu pé na minha frente.
– Ta me ameaçando?! – A tonta achou que foi para ela.
– Não. Mas então, precisa de mim pra que agora? Estamos no intervalo.
– Apenas venha comigo!
10:10 h.
Roku gargalhava ao meu lado, enquanto as quatro garotas conversavam sorrindo.
– Você é cruel, Prisla! – Resmunguei.
– Não fique reclamando! Não tenho culpa se todas nós esquecemos a carteira em casa. Além do mais, você nos deve já que está ganhando pontos em nossas costas!
– Muito obrigado pela comida. – Disse Myoto, sentada ao meu lado. Olhando bem para ela, se parecia muito com Kiria, só que uma versão tímida.
Com o fim do intervalo, voltamos para a sala, onde ao chegarmos, vi Suski escorada ao lado da porta.
– Olá Suski, o que faz aqui?
– O-olá, Tyson. Eu vim apenas lhe dar oi.
Pirsla se meteu entre a gente.
– Hum?! Quem é essa? – Questionou, analisando Suski de perto.
– Ninguém que seja da sua conta! – A peguei pela parte de trás do colarinho e joguei para trás.
– Pir! – Raquel e Charlote correram para ajudá-la a levantar.
– Então, Suski... É... Está um ótimo filme em cartaz, então nós podíamos... Quero dizer, se você quiser, claro! – respirei fundo e coloquei toda minha timidez de um anti-social sedentário de lado – Você não quer ir comigo ao... GWA! – Uma sapatilha me acertou em cheio a cabeça pelas costas.
– Seu imprestável! Como ousa me jogar como se eu fosse um saco de batatas!! – Pirsla ficou pisando nas minhas costas enquanto eu estava caído.
Suski levou as mãos a boca, assustada.
– Tyson! Está bem?!
– EStou. ElA é assim MESmo. – A cada pisão eu falava alto para disfarçar o grito.
– Nos falamos depois. Tchau! – Suski saiu correndo.
– Suski!
Pirsla parou de pisar em mim quando Myoto pegou a carteira no chão, era a carteira de Pirsla e tinha dinheiro. A loira invocada pegou a carteira rapidamente e colocou a sapatilha de volta, então entrou na sala junto com suas amigas CDF's. Myoto se agachou ao meu lado, dando para ver sua calcinha branca com ursinho no centro.
– Está bem, Tyson? – Ela me ajudou a levantar.
Sorte que não havia mais ninguém no corredor além de nós, pois fomos os últimos a voltar do intervalo em cima da hora.
– Aquela maluca!
– Não dá bola, apenas ficou com ciúmes já que você é o único amigo homem que ela tem.
– Eu não sou amigo daquela maluca psicótica!
Myoto riu.
– Você não entende nada sobre garotas mesmo.
– E-ei! Como assim? – Bati algumas vezes de leve em minhas costas para limpar a camisa.
– Vamos entrar, senhor Lavinier? Já deveria estar sentado. – Olhei para trás, o professor estava parado atrás de mim com sua expressão séria e assustadora de sempre.
– Si-sim senhor!
12:03 h.
– Tchau, tapado! Até amanhã. – Pirsla e as outras garotas se despediram de mim na saída da escola, indo para o lado oposto do meu.
Ao dar um passo rumo ao caminho de casa, percebi um homem sentado no banco da parada do ônibus em frente a escola, acenando para mim e sorrindo. Ele apoiou o queixo em sua mão e ficou apenas me olhando com seus assustadoramente tranquilos olhos verdes, foi então que percebi a katana em meio suas pernas.
– Roku...
– Sim. É um invocador.
– Saco! Saco! Saco!! – saí correndo feito louco, mas ao virar a esquina, bati em alguém e caí sentado – Desculpe...
A pessoa me estendeu a mão para me ajudar a levantar. Já de pé, olhei para a pessoa em que pechei. Meu sangue gelou.
– Está bem, jovenzinho? Deve ter doído esse tombo.
– Não pode ser... – Era o mesmo homem que a pouco tempo estava sentado na parada, agora estava em minha frente. Como?
– Bem, vim apenas dar uma olhada pra ver como você é antes de ser morto.
– Morto?!
Ele aproximou o rosto de mim, ficando com a boca próximo ao meu ouvido.
– Você está com problemas. – ele afastou o rosto e sorriu – Até. – O estranho passou a mão em seu cabelo castanho claro e saiu andando calmamente.
– Morto?... Eu vou ser morto..? Espere! – corri atrás dele, mas já havia sumido ao virar a esquina – Mas o que... – Sem entender direito o que aconteceu, corri direto para casa, sem parar por nada.
16:29 h.
Me tranquei em casa, fazendo a pesquisa para o trabalho na companhia de Sindy e Pow-Pow, porém sempre atento com uma faca de churrasco ao meu lado. Foi então que duas batidas na porta do meu apartamento me fizeram dar um pulo e pegar a faca de mau jeito, cortando meu dedão.
– Vou ver quem é. – Roku foi na frente, enquanto fui até a sala e fiquei em frente a porta, com a faca aposta.
– Vamos Roku... Volte.... – Minhas mãos tremiam.
– BOO!!
Eu dei um pulo e atravessei a faca em meio a cabeça de Roku quando ele saiu do chão atrás de mim. Por sorte ele estava em sua forma de espírito, se não teria que costurar sua testa.
– FILHO DA...
– É a Suski.
– … Suski! – rapidamente escondi a faca embaixo da almofada do sofá e fui atender a porta. Respirei fundo e a abri – Olá Suski, que surpresa ótima. – Ela estava toda arrumada, estando mais linda do que já é ao natural.
– Surpresa? – ela corou – Achei que tínhamos marcado um encontro hoje. – Disse, desviando o olhar.
– Quando você começou a gaguejar na porta da sala, você a chamou para sair. Ou tentou. Ou quase chamou. Não sei. – Disso Roku ao meu lado, olhando para mim e para Suski, esperando para ver o que eu faria.
– A-ah. Claro, o encontro. Desculpe, eu ia me arrumar agora. Por favor, entre. – ela entrou, então fechei a porta – Fique à vontade, só vou tomar um banho e já podemos ir.
– Tudo bem, não precisa ter pressa.
Era a primeira vez que uma garota entrava em minha casa. Fui até o quarto e peguei a primeira roupa limpa que vi pela frente, não dava tempo para muita produção. Quando voltei, Suski parou em frente ao sofá para sentar exatamente onde estava a faca. Eu gelei quando ela sentou, mas por sorte Roku foi mais rápido, ele tirou a faca por baixo bem na hora, fazendo um buraco na parte de trás do sofá por onde a faca saiu. Acenei para ele em agradecimento, que apenas piscou em resposta.
Me banhei rapidamente e me arrumei, estando pronto para sair em menos de 10 minutos. Suski pareceu não se importar por esperar, mas eu me senti mal. Fazia tempo que não ficava tão nervoso.
Levei Suski ao cinema para ver um filme sobre uma escola de elfos bruxos, o qual um deles era o escolhido para derrotar o tirano que fazia o mundo permanecer em uma noite eterna, fazendo a natureza morrer pela falta de luz solar.
Após o filme, nos divertimos no fliperama do Shopping e tomamos milk shake. Meu nervosismo tinha desaparecido, e era como se eu conhecesse essa garota desde sempre, como se sempre tivéssemos nos falado.
Pelo caminho de volta para casa, percebi algo estranho. Roku estava sério e pela primeira vez ele parecia estar com seu pensamento longe. Eu estava me corroendo de curiosidade, mas não poderia falar com ele estando com Suski, que andava enganchada em meu braço.
20:35 h.
Sentamos no banco da praça em frente nosso prédio.
– Que noite agradável. – Olhei para o céu noturno estrelado.
– Sim. – ela deitou a cabeça em meu ombro – Por que nunca conversamos antes, Ty?
– Não sei. Vergonha, talvez?
Ela deu uma risadinha meiga.
– Sim. Da minha parte a vergonha era grande. Me sentia desconfortável em ficar em silêncio com você no elevador e pensava em muitas coisas para falar, mas nunca tive coragem.
– O mesmo comigo.
– Fico feliz por estarmos conversando agora.
– Eu também. – Ficamos sentados observando as estrelas por alguns minutos.
– Está esfriando. – Ela se abraçou, esfregando as mãos nos ombros.
– Vamos entrar, já está ficando tarde também. – Levantei e estendi a mão para ela, que sorriu e a segurou.
Fomos de mãos dadas até a porta do meu apartamento, onde ela parou.
– Espere...
A olhei com um sorriso.
– O que foi? Eu te acompanho até em casa.
– Posso te pedir um favor? – Ela ficou tímida.
– Claro.
– Posso dormir com você hoje?
Meus olhos se arregalaram e um enorme sorriso sem graça formou-se em minha face.
– Você quer dormir... comigo?
– Hum?! – quando ela entendeu, ficou com o rosto vermelho – Nã-não desse jeito!! Estou falando de dormir dormir, não... Isso que você pensou!
Foi minha vez de ficar vermelho de vergonha.
– A-ah..Ah... Cla-claro! Quero dizer! Não que eu tenha pensado outra coisa! Ficarei feliz em dormir com você. Q-quero dizer! Que você durma em minha casa! Não tem problema algum!
– Ty... Tome cuidado essa noite. – Roku sussurrou em meu ouvido, ainda com seu olhar vago e expressão séria.
Minha vontade de perguntar o que estava havendo cresceu ainda mais, mas eu aguentei firme e abri a porta de meu apartamento, então entramos.
– Onde posso me trocar?
– Trocar? – estranhei, mas ela ficou vermelha com a pergunta, então não insisti – O banheiro fica logo ali. – Apontei para a porta do banheiro.
Fui para o quarto e tirei alguns cobertores do armário, fazendo uma cama improvisada no chão, na qual deitei.
– Ty... – Roku sentou sobre as pernas ao meu lado.
– Roku, me diga logo o que está acontecendo. Por que tá diferente?
– Sinto algo estranho e pesado no ar. Eu era um assassino em vida, aprendi a perceber o instinto assassino das pessoas. Eu sinto desde que saímos de casa até agora, é um instinto forte e está próximo. E… Não se afeiçoe muito a essa garota.
– Será que...
– Pronto. – Suski apareceu na porta, vestindo um pijama rosa. A blusa estava aberta até o meio dos seios, chamando minha atenção.
Sentei em um pulo.
– E-então. – voltei a mim – Pode dormir na cama. Por favor, fique à vontade.
Ela se ajoelhou a minha frente em cima da coberta, com suas bochechas avermelhadas, desviando o olhar.
– Ty...
– Hum?
– Eu acho que gosto de você...
Meu coração disparou de nervosismo. Era a primeira vez que algo assim me acontecia.
– Suski...
Ela se jogou contra meu peito, afundando o rosto em minha camisa.
– Desculpe! Fui idiota. Desculpe!
A abracei com a mão esquerda e coloquei meus dedos entre seu cabelo com a mão direta. Ela levantou a cabeça de leve, então a beijei. Nossa noite foi repleta de muitos beijos e no fim nós dois dormimos juntos no chão, abraçados. Eu estava feliz por ter beijado uma garota pela primeira vez. Certamente, na manhã seguinte as coisas mudariam em minha vida.