Capítulos (2 de 19) 28 Jul, 2020
Capítulo 12: A investida Mandacaru
Enquanto Synth e outros enfrentavam uma tormenta de areia, Leopoldo e Fanus continuavam a lutar bravamente. O cangaceiro atacou de longe usando sua rajada de estrelas flamejantes, o esqueleto defendeu todas elas facilmente com seu poderoso escudo, em seguida Leopoldo arremessou seu escudo pegando fogo na direção de Fanus, que o cortou no meio sem grandes dificuldades pois como o escudo não estava mais nas mãos do esqueleto, ele agora não era mais inquebrável, após fazer isso Leopoldo sacou seu peixe-espada rapidamente e sem pensar duas vezes começou a atirar feito um louco.
Cortar os projeteis gelados de Leopoldo era tarefa fácil para Fanus, contudo, como a lâmina do cangaceiro é flamejante o contato dela com os projeteis resultava em vapor, de início o cangaceiro não se preocupou pois não passava de uma pequena nuvem de vapor, mas depois de cortar mais alguns projeteis Fanus acabou criando um verdadeiro nevoeiro envolta de si mesmo.
Aproveitando que a visão de Fanus estava obstruída por conta do nevoeiro, Leopoldo avançou sorrateiramente e o acertou com a barriga do seu peixe-espada, o golpe jogou o cangaceiro longe, mas não antes de ter seu peito cortado pela nadadeira caudal do peixe.
Fanus gira no ar e cai de pé no chão, em seguida coloca a mão no peito sangrando.
- Você usou o vapor para fazer um ataque surpresa... Muito bom, muito bom mesmo. Eu não imaginava que você tinha tanto tutano assim.
- Obrigado, mas me elogiar agora não me fara parar de te bater.
- Hehehe! Você nunca perde a confiança hein – Fanus pressiona sua lâmina contra o peito para cauterizar o ferimento.
– Hm! Eu não sou homem de puxar briga e sair correndo quando tá perdendo, pode ficar tranquilo que só sairei daqui quando você não poder mais levantar do chão.
Leopoldo bebe uma das três garrafas de leite da sua cintura – Ohh! Está tão determinado a pegar o medalhão assim?
- Caveirinha, meu objetivo principal é lutar contra inimigos poderosos como você, conseguir o medalhão é apenas um bônus pra mim.
- Ahhh! Entende, você é um daqueles malucos viciados em lutar, igual o Synth. Vem cá, por que o faraó quer tanto se tornar um novo sol? Não me parece ser um emprego muito bacana ficar parado no meio do céu queimando sem parar.
- Hahaha! Ele não vai virar literalmente o sol, Sand’Uicchi vai pegar apenas o poder dele para se transformar na criatura mais poderosa do deserto. Ahhh! Só de pensar em alguém com esse nível de poder eu já fico todo empolgado.
- Tá, mais pra que ele quer tanto poder?
- Pra realizar o seu sonho de governar o deserto, em todo o seu esplendor.
- Puff! Que batido, seria mais original virar uma bola de fogo sorridente mesmo.
- Haha! Concordo, mas pra mim tanto faz se ele vai conseguir ou não realizar esse sonho, tudo que eu quero são boas lutas e por falar nisso.
Fanus retirar a lâmina de perto do seu peito, no lugar do machucado agora há um rastro de estrelas na horizontal.
- Já falamos bastante, que tal voltarmos a lutar?
- Se você quer tanto assim apanhar, pode vim.
Os dois se preparam para lutar novamente, quando são interrompidos por uma forte rajada de areia, a tempestade de areia de Belladona finalmente os atingiu. As rajadas de areia eram tão fortes que os bebuns as comparavam a levar uma boa chicotada no lombo, contudo, essas rajadas parecem não fazer efeito em Fanus pois o cangaceiro começou a gargalhar em meio a tempestade.
- Caveirinha Hahahaha! Seus amigos estão lascados agora.
- Por causa dessa tempestade? Desculpe, o Synth pode se fraco, mas não ao ponto de morrer pra isso.
- Essa tempestade é obra de Belladona, pra falar a verdade eu estou surpreso que os seus amigos foram capazes de faze-la ter de usar isso.
- Bem sendo assim eu terei de terminar essa luta logo pra ir salvar aquele bunda mole do Synth. Tsc! Tsc! Tsc! Não posso deixar aquele cara sozinho por um segundo se quer.
- Nem pensar, se ela resolveu lutar a sério eu também irei.
Usando os fortes ventos da tempestade, Fanus cria redemoinhos de areia e, com um suave movimento de espada ele os lança na direção de Leopoldo. Em meio ao turbilhão de areia, o esqueleto disse apenas o seguinte.
- Ai! Se você pretendia me matar com essa merda se deu mal, porque pra mim isso aqui tá mais para uma massagem e bem gostosa por sinal.
- Droga, por um momento eu esqueci que você é um esqueleto, Caveirinha. É óbvio que golpes como esse não vão funcionar... A não ser que eu faça o seguinte.
Fanus novamente cria redemoinhos e manda na direção de Leopoldo.
- Hmmm! Que ventinho gostoso.
De repente, Leopoldo sente algo estranho e, ao olhar pro seu braço o esqueleto teve uma surpresa terrível, estrelas, três estrelas de Fanus estavam fixadas em seu úmero.
- Arrombado.
- Agora as coisas ficarão interessantes.
Enquanto todos os heróis lutavam bravamente contra os guardiões de Sand’Uicchi. Taelin dormia tranquilamente deitada em uma rede, a jovem arqueira roncava tão alto que era impossível ouvir a tempestade se aproximando, contudo, ela chegou e quando os poderosos ventos sopraram a rede começou a girar violentamente, depois de várias e várias voltas os punhos da rede se rasgaram e Taelin foi jogada pra cima, ela subiu alguns bons metros antes de cair de cara no chão.
- Hmmm! Quem foi o desgraçado que me acordou? – Disse Taelin, saindo de dentro da rede.
Ainda sonolenta Taelin abre os olhos e fica aterrorizada.
- Essa tempestade... Não pode ser! Belladona está aqui!!!
Taelin corre para dentro de casa para pegar seu equipamento; capa, besta e flechas e o crânio humano. A arqueira fica em dúvida apenas se deve levar ou não o medalhão para o campo de batalha, após refletir por um breve momento ela decide leva-lo e sai correndo pela porta da frente, contudo, ao abrir a porta, a tempestade de areia acaba.
- Oxi! Agora que me arrumei toda a tempestade acabou... Será que não era Belladona? Será que desde o início tudo não passava de uma tempestade normal? Bem, de qualquer forma acho melhor ir ver como tá todo mundo.
A tempestade se foi, logo em seguida o sarcófago de Belladona se fechou e desapareceu. A guardiã continuava da mesma forma decrepita em que Pablo havia a deixado, nada parecia ter mudado, com exceção das ruas que agora estão forradas de areia, fundo o bastante para enterrar alguém até o joelho ou um anão por inteiro.
- Synth, joel, vocês estão bem?
- Sim – Disse Joel, removendo a areia que entrou em seu elmo. – Meu corpo e alma resistiram bravamente a essa tormenta.
- Tô de boa, engoli um pouco de areia Argh! Mas passo bem, pode ficar tranquilo.
- Que bom – Disse Pablo, com um sorriso no rosto, mas que rapidamente mudou para uma expressão mais séria ao virar seus olhos para a guardiã.
- Se não pretendia fugir usando a tempestade de areia como distração, Alouvor de que fez isso então? Pra chamar atenção do seu macho?
As palavras de Pablo fazem Belladona começa lentamente a gargalhar, após uma breve pausa ela resolve responder à pergunta do vaqueiro e, enquanto falava um novo braço crescia a partir das faixas em seu ombro.
- Aquele louco Haha! Fanus adora lutar implorar por ajuda agora seria inútil, ele só sairá do campo de batalha quando vencer ou perder.
- E além do mais – Belladona amarra uma faixa envolta do machucado em seu tórax.
- Eu sou uma matriarca!
De repente, quatro braços emergem da areia ao redor da guardiã, os braços se arrastam pela areia tentando desesperadamente puxar o restante do corpo para a superfície. Depois de muito esforço, os corpos das criaturas conseguiram emergir e o que estava enterrado em baixo dos pés de Belladona eram múmias, mas não as mesmas múmias comuns e inofensivas de antes, não, tratava-se de algo horripilante.
Os corpos apodrecidos estavam enrolados em faixas amareladas, desgastadas pelo tempo, essas múmias usam vários adereços em seus corpos, como; pulseiras, anéis, sandálias e até mesmo um belo gorjal feito de ouro e outras pedras preciosas decoravam seus pescoços. Havia também o desenho de uma ankh vermelha na barriga das criaturas.
Meu coração bateu mais forte ao ver toda essa riqueza, porém só não bateu mais do que quando eu vi o rosto dessas criaturas.
Mesmo coberto de faixas era possível ver o rosto inexistente das múmias e eu digo inexistente pois o seu rosto nada mais é do que uma fina camada de carne podre por cima do crânio, também não havia mais olhos ou boca, tudo que restou foram buracos escuros em seu lugar, bem semelhante a uma fantasia de fantasma.
- Eu não queria ter chegado a esse ponto – Disse Belladona. – Mas vocês me obrigaram a isso, então preparem-se para sofrer nas mãos dos meus ‘’Primogênitos’’
Com um sorriso debochado Synth disse - Ohhh! Se está dizendo isso é por que esse devem ser o seu Ultimate Attack, estou certo?
- Zombe enquanto pode aventureiro, pois quando meus filhos despertarem seu destino será traçado.
- Hã! Então eles estão dormindo agora? Hahaha! Porque não me avisou antes, deixa eu ir acordo os guri.
E sem pensar duas vezes o aventureiro caminhou na direção das múmias, o que deixou Pablo e Joel completamente aflitos.
- Synth – Disse Pablo, nervoso. – Se o senhor se machucar Taelin ficara triste e eu não quero vê-la chorar, por favor recue.
- Garoto, eu tenho mais tempo de luta do que você tem de vida, então fica tranquilo que eu sei o que estou fazendo.
- D-desculpa – Disse o vaqueiro, envergonhado.
- E além do mais, eu não posso admitir que um inimigo tão rico esteja dormindo diante de mim, isso é uma afronta a minha honra e ao meu bolso.
Os primogênitos são maiores que as múmias comuns e por isso Synth tem de levantar a cabeça para poder encara rosto horripilante da criatura. Após da uma boa olhada naquela cara feia, Synth, usando o poder da manopla dá um tapa tão forte na cara da múmia, que faz a cabeça dela girar. No entanto, isso de nada adiantou, a múmia continuava parada sem mover um centímetro, revoltado o aventureiro se preparou para dar outro tapa quando foi parado por um som.
Esse som vinha de dentro da múmia e se parecia com o som de asas batendo, Synth se assustou com o barulho e achou melhor dar alguns passos para traz, não demorou muito para que ele descobrisse a origem do barulho. As criaturas que estavam fazendo o som de asas batendo saíram cada uma por um orifício da face da múmia, tratava-se de escaravelhos que mediam mais ou menos cinco centímetros.
- Argh! É por isso que eu sempre durmo com a boca fechada e os ouvidos cobertos – Disse Synth.
- Isso! Meus filhos enfim despertaram – Disse Belladona. – E agora o fim de vocês se inicia.
- Perai, o seus fíos são esses rola bosta? Num to entendo mais nada. – Indagou Pablo, confuso.
Um escaravelho voou até o peito de Synth, ao notar o inseto grotesco em sua armadura reluzente o aventureiro aproximou sua mão para dar-lhe um peteleco, porém, nesse momento uma meia lua com um olho dentro surgiu em cima da cabeça da múmia, em seguida ela materializou uma cimitarra e avançou furiosamente na direção de Synth.
A investida foi tão rápida que quase não tive tempo para reagir, defendi o ataque usando a minha manopla pois nem mesmo tempo para sacar a espada eu tive, tudo aconteceu muito rápido. Enquanto a múmia pressionava a cimitarra contra o meu punho, os outros dois escaravelhos saíram do rosto da criatura e pousaram em alguma parte do meu corpo que não pude ver, ao mesmo tempo que isso acontecia os escaravelhos das outras múmias voaram na direção de Joel e Pablo, assim se iniciando a luta para eles também.
A múmia continuava a pressionar sua cimitarra, cada vez com mais força, resolvi então dá um chute na sua barriga para joga-la para trás, funcionou, contudo, a múmia rapidamente se levantou do chão e veio pra cima, dessa vez consegui sacar a darkwave a tempo para iniciar um duelo. Devo confessar que fiquei surpreso com o nível de habilidade dessas criaturas, o manejo com a espada delas se assemelhava a um aventureiro rank prata, talvez até mesmo a um rank ouro, golpes precisos, fortes e no tempo certo, agora entendo porque Belladona confiou sua vida a elas.
Contudo, mesmo essas múmias possuindo o nível de um rank ouro, eu ainda sou um rank Lenda e como tal não me deixei intimidar por tão pouco. Assumi uma postura defensiva e prestei atenção no padrão de ataque da múmia, acabei notando que sempre no final de um combo ela dá um forte golpe de cima para baixo.
Tendo isso em mente, bastava agora apenas esperar a oportunidade de atacar e ela logo veio, quando a múmia levantou o braço para dar o golpe de cima para baixo novamente, cortei-o fora, em seguida fiz o mesmo com a cabeça.
- Ai! Belladona, acho que nerfaram o seu ultimate.
A guardiã não diz nada ao aventureiro, ela apenas riu da sua cara.
- SYNTH CUIDADO! – Gritou Joel.
- Hum!... Que desgraça é essa.
A múmia que Synth havia acabado de derrotar estava lentamente reconstruindo suas partes amputadas, mas ao contrário de Belladona que usou as faixas do próprio corpo para se curar, a cura dos Primogênitos veio através da areia dos seus corpos. Após a restauração completa da sua cabeça e braço, a múmia novamente materializou uma cimitarra e avançou ainda mais furiosa na direção do aventureiro.
- Hahaha! Não a como derrotar os meus primogênitos, seus corpos são indestrutíveis a única coisa que vocês podem fazer agora é gritarem de dor enquanto são dilacerados.
Mas que maldita reviravolta essa, além de habilidosas na arte de manejar espada essas múmias podem se curar através da areia...Areia! Se o corpo delas é feito de areia então talvez.
- Pablo use a bomba de modelagem do Chico – Gritou Synth. - Essas múmias são feitas de areia, solo, então talvez você consiga transforma-las em areia movediça.
- Eu adoraria tentar, mas infelizmente estou numa situação da mulesta aqui.
Eu não havia reparado antes, mas Pablo, Chico e Steve estão lutando contra duas múmias, se alguns dos três não focar totalmente na batalha a vida de todos será ceifada. Droga! Tenho que pensar numa forma rápida de contornar essa situação ou acabaremos mortos, mas o que eu posso fazer contra um inimigo que não morre?... Espere, eu já enfrentei alguém assim no passado, o seu nome era... Capitão Brock! Ele também conseguia se regenerar totalmente, porém ele tinha um ponto fraco, o coração do navio, mas o que seria o coração do navio das múmias?
- OS ESCARAVELHOS! – Gritou Joel. – Synth, Pablo destruam os escaravelhos, as múmias só começaram a atacar depois que esses insetos pousaram na gente, talvez se destruímos eles as múmias sejam derrotadas ou pelo menos paradas.
- É isso, você tem razão Joel – Disse Synth. – Esse é o coração do navio!
- Coração do navio? – Disse o sapinho. – Está delirando, Synth?
- Não, muito pelo contrário, estou convicto de que achamos a chave da vitória.
Synth novamente cortou o braço da múmia e rapidamente retirou o escaravelho em seu peito, enquanto a múmia restaurava o seu braço o aventureiro aproveitava para procurar pelos outros dois escaravelhos, porém nada de encontra-los. Membro restaurada, a múmia então parte pra cima, porém Synth à afasta com um chute, nesse momento, ao estirar a perna o aventureiro encontra o segundo escaravelho pousando na sua coxa.
- Muito bem, já foram dois agora só falta um, onde será que ele está?
- Synth tem um escaravelho nas suas costas.
- Obrigado Joel esse é o último deles.
Synth estica o braço o máximo que pode, porém - Mas que droga, não consigo alcançar esse desgraçado.
- Não consegue alcança-lo? Não se preocupe, eu irei ajuda-lo.
Ao mesmo tempo que Joel disse isso, a múmia avançou na direção de Synth, as espadas se chocaram e uma batalha de forçar se iniciou onde ambos usavam todas as suas forças para empurrar sua lâmina na direção do oponente. A vitória era certa para Synth, bastava apenas que o aventureiro usasse o poder das manoplas, porém algo inesperado aconteceu.
Joelsun lutava bravamente contra a múmia, o sapinho defletiu um ataque e revidou com uma martelada na cabeça da criatura, o golpe não surtiu muito efeito no monstro, Joel então deu mais duas marteladas e finalizou chutando a múmia para longe. Em seguida, o sapinho arremessou o seu martelo nas costas de Synth.
O aventureiro estava tão inerte naquele duelo de força que não percebeu o objeto se aproximando, o sexto sentido da armadura o alertou, porém já era tarde. Logo após o aventureiro derrubar a múmia no chão o martelo de Joel acertou suas costas em cheio, o impacto foi tão doloroso que o aventureiro chegou a entortar.
- AIIIIIIIIII! Por que você fez isso?
Antes que o sapinho pudesse responder a múmia se levantou, Synth rapidamente assumiu a postura de batalha, entretanto isso já não era mais necessário, a meia lua em cima da cabeça da múmia sumiu e logo em seguida ela se desfez em poeira.
- Eu arremessei o meu martelo no escaravelho nas suas costas – Joel mostra seu martelo sujo com os restos do inseto.
- Mas queira me desculpas, mesmo tomando muito cuidado com a força que aplicava no arremesso acabei o machucando, me desculpe.
- Nhá! Tá desculpado, essa pancada só vai fazer efeito quando eu for mais velho mesmo, o mais importante agora é que descobrimos como derrotar essas múmias, a proposito você derrotou a múmia com quem estava lutando?
A resposta para a pergunta de Synth surgiu repentinamente nas costas de Joel, a múmia com a qual ele estava lutando havia se recuperado das marteladas e agora estava preste-se a corta-lo ao meio. Entretanto, o sexto sentido da armadura conseguiu alerta-lo a tempo, Joel conseguiu esquivar do ataque dando um salto pra cima deixando a lâmina curvada passar sibilando por debaixo dos seus pés.
Quando Joel pisou novamente no chão a múmia já se preparou para atacar novamente, contudo o sapinho conseguiu defender o ataque usando seu martelo, os dois então começaram a trocar alguns golpes até que, aproveitando-se de um deslize no ataque da múmia, Joel acertou uma poderosa martelada no joelho da criatura, o golpe forçou o monstro a se ajoelhar e nesse momento, segurando o martelo com as duas mãos e usando toda a sua força o sapinho amassou a cabeça da múmia com uma martelada.
Synth e Joel conseguiram obter excito em suas lutas, porém o mesmo não se podia dizer de Pablo, o vaqueiro se encontrava numa situação ainda mais complicada, pois ele não era o único alvo das múmias, Steve também estava na mira dos primogênitos e para piorar ainda mais os espinhos paralisantes de Chico não surtiam efeito nelas. Pablo ordenou então que o cactui foca-se totalmente em encontrar e destruir os escaravelhos escondidos no corpo de Steve, e assim foi feito Chico vasculhou o corpo do camelo e encontrou dois dos três insetos.
Para que Steve não corresse riscos, Pablo saiu de cima dele e passou a combater a múmia no solo, empunhando apenas a sua lança florida, já que a outra se perdeu na tempestade de areia. Por mais rápida e feroz que fosse a múmia, o vaqueiro conseguia defender-se dos seus ataques com certa facilidade, era uma batalha equilibrada em nenhum momento Pablo se viu em grandes dificuldades, entretanto, tudo mudou repentinamente com um grito.
Pablo acabou sendo pego de surpresa ao ouvir Steve gritando em agonia, só o fato de poder ouvir a voz de Steve já significava que ele não estava mais com o glaive na boca e isso deixou o vaqueiro em pânico.
Em um ato desesperado para saber o que havia acontecido com Steve, Pablo defletiu um ataque da múmia e cortou fora metade da cabeça da criatura, enquanto gritava o nome do seu camelo, após isso ele se virou rapidamente e o que o vaqueiro viu naquele momento foi uma cena terrível. Chico havia encontrado o último escaravelho escondido entre os fios do rabo do camelo, porém antes de desaparecer a múmia conseguiu acertar um último golpe nas patas dianteiras de Steve, o animal caiu no chão urrando de dor Chico rapidamente colocou suas pequenas mãozinhas sobre o machucado para tentar estancar o sangramento, mas ainda havia muito sangue saindo.
A imagem do seu companheiro ferido abalou o frágil coração de Pablo, que começou a chorar sem parar, entretanto, suas lagrimas foram interrompidas por um ataque surpresa. Por ter cortado apenas metade da cabeça da múmia, a criatura acabou se recuperando mais rápido do que o previsto e atacou Pablo pelas costas, mesmo com o corte profundo nas costas o vaqueiro tentou lutar, mas, infelizmente o seu coração já havia sucumbido ao desespero.
Após trocar mais alguns golpes Pablo cai de joelhos no chão, com o seu peito cortado, a múmia chega a levantar o braço com a intenção de dar o golpe de misericórdia, porém ela para por ordens de Belladona.
- E pensar que você quase acabou comigo – Belladona balança a cabeça. – Cagado.
- Devo parabeniza-los por terem encontrado o ponto fraco dos meu Primogênitos tão rapidamente – Disse Belladona, chamando atenção de Synth e Joel.
- Geralmente as pessoas morrem antes de chegar à conclusão de que devem destruir os escaravelhos. Entretanto, o seu amigo aqui não teve a mesma sorte.
- Pelos deuses – Disse Joel, espantando ao ver o estado de Pablo e Steve.
- Sua filha da puta, como se atreve a machucar o meu futuro genro e o camelo estilo dele.
- Tsk! Tsk! Tsk! Não é muito inteligente xingar alguém que tem um amigo seu como refém. Vamos, me digam onde está o olho de Hórus AGORA!!!
- Não falem nada – Disse Pablo, antes de voltar a falar o vaqueiro cuspiu um refluxo de sangue.
- Não se preocupem comigo, eu estou já estou preparado para esse tipo de situação.
A guardiã reprimi o vaqueiro com um tapa – Quieto! Você pode até estar preparado para morrer, mas será que estar preparado para ver seus bichinhos de estimação morrerem na sua frente.
Belladona ordena que sua múmia vá em direção a Steve e Chico, aproximando-se dos dois a criatura ergue sua cimitarra, os raios solares fazem a lâmina curvada brilhar.
- Vou pergunta mais uma vez, onde está o olho de Hórus?
- Está aqui – Disse Taelin segurando o medalhão nas mãos.
- Filhinha, o que você tá fazendo aqui?
- Eu vim ver se vocês estavam bem depois daquela forte tempestade de areia – Taelin, com um olhar melancólico, encara Pablo. – Mas vejo que não.
- Taelin não entregue o medalhão – Disse Pablo. – Eu perdi por um erro meu e estou pronto para sofrer as consequências.
- Não diga besteiras – Gritou a arqueira, revoltada. – Sua vida vale mais do que um simples medalhão.
Taelin joga o medalhão aos pés de Belladona, a guardiã pega o objeto e pressiona contra a própria testa para saber se ele é verdadeiro ou não, a gargalhada maléfica da guardiã não deixa dúvidas de que tratava-se do verdadeiro olho de Hórus após confirmar isso ela desfaz a múmia que rendia Steve e Chico e deixa Pablo em paz.
Em seguida, da areia emergiram quatros múmias segurando os pilares de ouro da base de um trono móvel, Belladona sente nessa trone, porém antes que ela fosse embora Synth disse.
- Aí! Nós não vamos desistir, pode mandar o Sand’Uicchi trancar bem a porta da pirâmide por que a gente vai chegar lá com muito ódio no coração
- Eu sei – Disse Belladona. – Mas o que vocês, que mal conseguiram me derrotar podem fazer contra o faraó? Hahaha!
A guardiã vai embora rindo das pífias ameaças de Synth, Taelin não perde tempo e corre desesperada na direção de Steve, ela então abre a boca do crânio humano da sua cintura e pega a chama negra que residia ali dentro, em seguida envolveu as patas do camelo com a chama isso fez com que o animal parasse de berrar de dor.
- Aguente firme Steve, eu prometo que suas pernas vão voltar pro lugar.
Depois de Steve, foi a vez de Pablo ser banhado com as chamas negras.
- Me desculpe – Disse o vaqueiro. – Por minha causa você teve de dar o medalhão a Belladona, eu... Eu sinto muito, tudo isso foi cul-
Taelin abraça Pablo, chorando – Não diga mais nada, você e o Steve estão vivos e isso é o mais importante, então por favor não diga mais nada.
- Taelin...
A batalha contra Belladona havia chegado ao fim, com um péssimo resultado para o lado dos aventureiros, o duelo de Leopoldo e Fanus também se aproximava do final. Completamente exaustos, Leopoldo e Fanus se encaram enquanto recuperam o folego. Já não era mais possível ver a roupa dourado do cangaceiro, pois o seu corpo agora estava coberto de estrelas e sangue. Leopoldo por sua vez estava menos ferido, porém muito mais cansado, afim de recuperar suas forças o esqueleto bebeu a última garrafa de leite do seu cinto.
- Devo admitir que estou surpreso – Disse Fanus. – Não esperava que um esqueleto fosse me divertir por tanto tempo.
- Hm! Eu sou osso duro de roer mesmo, mas acho que já está na hora de acabar com essa luta.
- Ahhh! Não, eu ainda quero me divertir mais – Fanus ergue sua espada.
- Ele está certo Fanus – Disse Belladona, se aproximando do campo de batalha. – Veja, eu consigo o que viemos buscar, agora vamos embora.
- Epa! Epa! Epa! Se você tá aqui, isso significa que o Synth e os outros...
Mesmo sem poder expressar emoções era perceptível na voz do pobre esqueleto toda a dor e tristeza que ele sentiu ao ver Belladona.
- Fique tranquilo, seus patéticos amigos ainda estão vivos, eu os deixei viver dessa vez, pode ir atrás deles Fanus não vai mais lutar.
- O cacete que eu não vou mais lutar! Quem você acha que é pra chegar aqui e acabar com a minha luta.
- Já conseguimos o olho de Hórus, continuar a lutar é só perda de tempo e energia.
- Talvez pra você que é fraca, mas pra mim é divertido, vamos caveirinha esqueça o que ela disse e venha me atac-
- Leopoldo?
Enquanto os dois conversavam, o esqueleto partiu em disparada ao encontro de Synth e os outros.
- Sua desgraçada, você espantou o meu oponente e agora com quem eu vou lutar?
- Acalme-se, eles viram atrás de nós.
- Tem certeza?
- Absoluta.