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Esqueceu a Senha?

Capítulos (1 de 19) 28 Jul, 2020

Capítulo 11: As múmias de Belladona

Várias pessoas se reuniram na entrada do bar ‘’ Camelo Manco’’ Para presenciar a luta que estava prestes a começar, o clima envolta dos dois guerreiros estava tenso demais, Leopoldo, com sua adaga em mãos, encarava friamente o cangaceiro dourado, que apenas esboçava um sorriso maléfico segurando sua chaleira como se fosse uma espada.

Um dos bebuns do bar não estava mais suportando toda a tensão acumulada no ar, ele suava frio e tremia, para tentar diminuir a tensão o bebum recorreu a seu fiel cachaça, mas nem mesmo ela foi capaz de tranquiliza-lo, desesperado o homem deu um poderoso grito, com sua voz roca.

- NUM VÃO LUTAR NÃO!!!

As palavras do bebum sem nome foram o sinal para que a batalha começa-se, Leopoldo resolveu tomar a iniciativa e avançou ferozmente na direção de Fanus, uma aproximação rápida e logo suas espadas se chocavam pela primeira vez, em seguida o esqueleto deu início a uma sequência de ataques rápidos, Fanus defendeu os ataques e revidou com um golpe na horizontal, porém ele é bloqueado pelo escudo em forma de coração de Leopoldo, isso deixa o cangaceiro dourado completamente impressionado.

Enquanto bloqueia o ataque de Fanus com o escudo, Leopoldo tentou cravar sua adaga na garganta do cangaceiro, sem outra escolha Fanus usou a própria mão para parar o ataque do esqueleto. À adaga de ouro perfurou e atravessou a palma da mão do cangaceiro, aguentando toda a dor Fanus forçou a lâmina a entrar cada vez mais fundo afim de alcançar a mão do esqueleto, após segura-la com força, Fanus girou e jogou Leopoldo para longe.

Leopoldo é arremessado na direção de uma pilha de barris vazios, que se quebram na colisão, ao levantar sua cabeça Leopoldo vê Fanus parado observando maravilhado o buraco em sua mão.

- Há! haha! Já faz muito tempo desde a última vez que alguém me fez sangrar.

- Então hoje é o seu dia de sorte – O esqueleto levanta do chão e assumi postura de batalha novamente. - Pois eu o farei sangrar pra caralho.

-Hahahaha! Cada vez mais eu gosto de você, caveirinha.

Fanus ergue sua espada aos céus, após alguns segundos começa a sair vapor da lâmina estrelada, quando isso acontece ele calmamente pressiona a lâmina sobre o seu machucado, o cangaceiro grita de dor e mais fumaça sai, obstruindo a visão de Leopoldo. O que Fanus fez ao levantar sua espada pra cima foi esquenta-la no sol para poder cauterizar o seu machucado, agora no lugar do buraco em sua mão havia uma estrela amarela com a borda roxa.

- Me diz aí caveirinha, tu já viu uma estrela cadente?

- Estrela cadente? Não. Por que?

- Que maravilha, então hoje também é o seu dia de sorte rapaiz, pois uma chuva de estrelas cadentes está prestes a acontecer.

Leopoldo olha para o céu - Sério? Mas ainda é dia.

O Cangaceiro abre um largo sorriso e aponta sua espada na direção de Leopoldo.

– Está olhando pro lado errado caveirinha, o céu está bem aqui nas minhas mãos.

Após proferir essas palavras, as estrelas da lâmina de Fanus saíram em direção a Leopoldo, elas giravam e mudavam de cor constantemente no ar. O esqueleto tomou um susto ao ver as pequenas estrelas cintilantes vindo tão rapidamente na sua direção, mas, felizmente ele foi capaz de levantar seu escudo a tempo.

Leopoldo manteve seu escudo levantando até o fim da chuva de estrelas candentes sem problema algum, contudo, algo o incomodava, sem saber o motivo seu escudo ficava cada vez mais quente, porém bastou olhar para a parte da frente do escudo que ele descobriu a origem de todo aquele calor.

As estrelas candentes estavam coladas no seu escudo igual a estrela na mão de Fanus, Leopoldo tentou tira-las e acabou queimando as pontas dos dedos, o esqueleto optou então por usar sua adaga nessa tarefa, e, após muito esforço ele conseguiu por fim remover as estrelas.

- Sabe Caveirinha, as pessoas costumam fazer pedidos quando veem uma estrela cadente, você acabou de ver um montão delas, o que deseja?

- Um desejo? Hmmm.... Já sei! Eu quero um copo de leite bem geladinho.

- O que? – Disse Fanus, surpreso. - Hahaha! Está certo desse pedido? Não prevê pedir algo melhor como... Poder suficiente para me derrotar?

- Nhá! Isso aí eu já consigo fazer sem ajuda de uma estrelinha, agora eu to precisando mesmo é de um leitinho gelado pra refrescar a cuca.

Fanus gargalha e em seguida empunha a chaleira como se fosse uma espada, aos poucos ela novamente começou a esquentar chegando ao ponto de sair fumaça.

- Mesmo depois desse golpe você continua bem confiante, pois bem dessa vez eu vou ainda mais quente.

Leopoldo quebra o nariz do seu peixe espada e come um pedaço dele.

– Pode vim fervendo, que eu to geladinho.

Enquanto Leopoldo caía na porrada com o cangaceiro dourado, Synth, Pablo e Chico comiam manuê num restaurante do outro lado da cidade.

- Hmmm! Isso aqui é bom pra caralho!!! – Disse Synth de boca cheia.

- Hehe! O de milho é uma delícia mesmo, ele faz cosquinha no céu da boca, mas o meu favorito é este.

Pablo empurra um prato pra Synth. – Esse daqui é de arroz, experimente.

Synth corta um pedação do manuê e come numa bocada – Hummm! Esse daqui é ainda mais gostoso que o outro, como isso é possível?!

- Hahahaha! Fico feliz em saber que gostou da comida típica da minha cidade.

- Eu amei! Olha se você continuar me servindo pratos deliciosos como esse, vou fazer Taelin se casar com você hoje mesmo.

- Ahhh! Isso é tudo o que eu mais desejo.

- Você gosta muito dela né?

- Mais do que tudo.

- Vem cá, como foi que vocês se conheceram?

- Foi numa quarta – feira, dia 14, estava ensolarado como sempre.

- Caralho, até a data tu sabe.

- É claro, foi o dia mais especial de minha vida.

- Hahaha! Tudo bem, pode continuar sua história, eu não irei mais interrompe-lo.

- Bem, como eu e a dizendo. Eu tinha recebido a missão de caçar um tubarão da areia, que havia fugido de uma fazenda e agora estava tocando o terror nas plantações vizinhas. Passei cerca de 3 dias de tocaia perto de um oásis onde ele foi visto pela última vez, estava quase desistindo daquele ponto quando uma garota encapuzada resolveu fazer uma pausa no oásis, até ai normal, porém, enquanto ela enchia o seu cantil, eu notei uma movimentação estranha na areia, era o tubarão, ele estava se aproximando sorrateiramente por baixo da areia.

- Quando pensei em arremessar minha lança o animal pulou na direção da garota, naquele momento eu sabia que não me restava mais nada a fazer, minha lança jamais alcançaria o tubarão a tempo... E foi aí que veio a grande surpresa, a garota notou a presença do animal, mas não tentou esquivar, ela simplesmente puxou seu arco e com uma única flecha matou o tubarão.

- Ao atirar a flecha, o capuz dela caiu para trás e eu pude ver o seu rosto pela primeira vez, e desde então eu não o consigo tira-lo da minha mente.

- Ohhh! Parece que a flecha fez mais estrago em você do que no tubarão.

- E como – Disse Pablo, vermelho.

- Eu tenho certeza que ela gosta de você, Pablo, apenas espere e em algum momento Taelin irá expressar seus verdadeiros sentimentos, acredite em mim, afinal sou o pai dela.

- Meu amor só cresce com o tempo hehe!

De repente o blaterar de um camelo chamou a atenção do trio, eles só conseguiam ver a cabeça e parte do pescoço do animal, o resto do corpo estava oculto atrás da parede do restaurante.

- Ohh! Parece que alguém aqui fugiu do curral – Disse Pablo, o vaqueiro corta um pedaço do manuê de arroz. – Quer um pouquinho?

O camelo mais uma vez blaterou loucamente.

- Calma, calma, calminha a comida já vai, Chico leve esse pedaço de manuê pra ele.

Enquanto o cactui caminhava em direção ao animal, carregando um pedaço de manuê num garfo, dos olhos e boca do camelo começaram a jorrar sangue, assustado o cactui caiu no chão.

- Que merda é essa – Disse Synth, assustado.

- Chico levante do chão e vá ver o que tá acontecendo com esse camelo!

Chico jogou o garfo no chão e correu até o camelo, chegando lá o cactui ficou horrorizado, o medo era tamanho que seu bigode caiu no chão. Chico rapidamente levantou a mão pronto para atirar na cabeça do camelo, ao verem aquilo Synth e Pablo se levantam e correm ao socorro do cactui. Atrás da parede não havia um camelo, mas sim uma múmia comendo lentamente o pescoço do animal, que de alguma forma ainda estava consciente mesmo sem seu corpo.

Quando a múmia viu os rapazes parados na sua frente ela largou o pescoço do camelo e avançou na direção de Pablo, Chico rapidamente atirou um espinho envenenado na cabeça da múmia, o espinho faz a cabeça do monstro inchar até o ponto de explodir.

Voou um pouco de sangue na cara de Synth, o aventureiro limpa o rosto com a mão e diz.

- Que porra foi essa Pablo? Primeiro Sacis e agora múmias, essa cidade tá ficando cada vez mais divertida.

- Eu não sei o que está acontecendo aqui – Disse o vaqueiro, assustado. – As múmias são criaturas territorias, elas não costumam sair das suas pirâmides atrás de alimento, tem parada errada aí mermão.

- SYNHT! – Gritou Joel nervoso, pulando na direção do aventureiro.

- Eae Joel, o que tá pegando e cada o Leopoldo?

- Aff! Aff!... Leopoldo está lutando com Fanus.

- FANUS!? – Disse Pablo, chocado – Então isso significa que...

- Sim, os guardiões de Sand’Uicchi nos encontraram.

- Hahaha! Que esqueleto maldito foi brincar e nem me chamou, onde é que eles estão lutando joel? Me diz aí que eu quero bater um pouco nesse otário.

- No Fanus? – Indagou Joel.

- Nesse também, vamos me diga onde está esse safado, Joel.

Antes que Joel pudesse responder, o grupo é surpreendido por uma multidão de múmias vindo em sua direção, até que elas param e abrem caminho para uma mulher passar.

A mulher carrega uma coroa sobe seu longo cabelo negro que desce até a cintura, na coroa há um escaravelho azul de asas amareladas e abertas, segurando uma meia lua feita de safira com as patinhas. A mulher possui um corpo escultural, por mais que boa parte dele esteja enfaixado igual as múmias que a rodeiam, a única parte à mostra são os seus lindos olhos verdes e o abdômen.

Provavelmente as faixas que deveriam cobrir esses lugares foram usadas para cobrir seu gigantesco par de seios. Por fim, a mulher misteriosa ainda possui uma tatuagem de escaravelho um pouco abaixo do umbigo.

- Vocês não vão a lugar algum. – Disse a líder das múmias.

- Não pode ser – Disse Pablo, assustado. – Você é... Belladona a mãe de todas as múmias.

- Se sabe quem sou eu, também devem saber o motivo que me trouxe até aqui.

- Hmmmm! Não fazemos a menor ideia mamãe múmia – Disse Synth.

- O olho de Hórus, me entreguem e talvez eu possa deixa-los viver... Ou não.

- Acha que vamos entrega-lo só porque pediu? – Disse Joel.

- Para o bem de vocês espero que sim.

- Hã! Para tomar o medalhão de Taezinha vai ter de me matar primeiro – Disse Pablo, assumindo postura de luta junto com Chico.

- Hahaha! Esse é o espirito, moleque – Synth saca sua espada, Joel faz o mesmo com seu martelo.

- Hum! Querem lutar? Tudo bem, eu preferia mumificar seus corpos no melhor estado possível, mas já que preferem assim matem-nos meus filhos.

Para mim as múmias não passam de zumbis bem vestidos, digo isso pois os dois monstros são bastantes parecidos, ambos andam como um bêbado desengonçado, cheiram a carne podre que já passou da validade, atacam de forma tosca e tem uma dieta regrada a miolos.

Entretanto, mesmo com tantas semelhanças esses monstros se diferem numa coisa, na forma como os matamos, para matar um zumbi pasta apenas explodir a sua cabeça, já com as múmias é diferente. Ao todo existem 3 formas de matar uma múmia, a primeira é a mesma dos zumbis, corte sua cabeça e tudo estará acabado.

Bem, pra ser sincero a arte milenar de cortar a cabeça fora funciona com todos os seres vivos, se tem cabeça logo pode morrer decapitado. Entretanto, não recomendo usar essa técnica contra Hydras, se você cortar uma cabeça duas nasceram no lugar e as duas vão rir de você, o que é a pior parte.

Os outros dois métodos para executar uma múmia são, perfurando seu coração, mesmo seu corpo estando vazio e podre, seu coração continua batendo forte dentro do peito, faça o parar e a múmia morrerá. Agora quanto ao último método, ele é o mais demorado e menos pratico, para executa-lo você só precisa desenrola-la completamente, é isso, deixe-a pelada e ela irá morrer de vergonha.

Felizmente não foi preciso desenrola-las, eu e Joel usamos a arte milenar de corta a cabeça fora, enquanto Pablo arrasava corações com sua lança, quanto a Chico, como nós 3 estávamos dando conta da situação sem muitos problemas, não havia muito que o pobre cactui pudesse fazer, ele então se sentou no meio-fio e ficou olhando pra gente lutando.

-Ufa! Finalmente conseguimos acabar com todas essas múmias – Disse Pablo, passando a mão na testa para tirar o suor.

- Hmpf! Quis filhos fracos esses seus hein! Belladona – Disse Synth, em seguida ele apontou sua espada na direção da mulher. – Espero que pelo menos você, a mãe deles possa me oferecer algum desafio.

- Hahaha! Eu adoro homens como você, Synth, sempre subestimam meus filhos, mas no final acabam sendo devorados por eles.

- Eu não estou subestimando, eu estou afirmando, suas múmias são medíocres e eu irei sentar a porrada em você assim como fiz com eles.

- Muito bem, já que querem tanto lutar, irei apresentar algo especial a vocês.

Belladona estende seu braço direito e uma faixa começa a sair de cada dedo da sua mão em direção ao chão, as faixas no chão pouco a pouco tomam a forma de novas múmias, porém ao contrário das múmias que acabamos de derrotar, essas não possuíam partes humanas a mostra. Seus corpos estão completamente enfaixados, apenas os olhos amarelos e esbugalhados das criaturas estavam a mostra.

- Cara, eu odeio summoners do fundo do meu coração – Disse Synth, olhando para Joel.

- Acabem com eles minhas crianças!

Quando Synth se preparava para atacar a múmias, Pablo interfere dizendo.

- Synth tome cuidado, essas múmias são diferentes das outras, elas podem ter um ataque diferente das outras.

- Relaxa futuro genro, mesmo com uma skin diferente elas não passam de múmias.

Empunhando sua poderosa Darkwave, Synth partiu em direção as múmias e, quando estava prestes a cortar sua cabeça fora o aventureiro notou algo estranho, um punho, no rosto da múmia estava se formando um punho feito de faixas. Synth tentou se afastar da múmia, porém já era tarde demais, o soco saiu do rosto da múmia como se fosse um foguete e acertou o rosto do aventureiro em cheio, a pancada foi tão forte que arremessou Synth para longe.

- SYNTH! – Gritou Pablo e Joel ao mesmo tempo.

- Aí! Minha cara – Disse o aventureiro, passando a mão no rosto, enquanto Joel o ajudava a levantar.

- Synth, você está bem? – Indagou o sapinho.

- Sim, só to com o nariz sangrando igual um tarado... Argh! Que múmia maldita.

- Tá vendo aí, foi por isso que eu te disse pra tomar cuidado.

- Foi mal, mas é que eu não sabia que múmias podiam dar socos com a cara.

- Hahahaha! Essas não são múmias comuns, Synth – Disse Belladona sorrindo.

A mulher abraça uma das múmias por trás e começa a alisar sua cabeça.

- Esses aqui são os caçulas, eles não possuem muita força ou velocidade, pra falar a verdade são até mais fracos que as múmias comuns, mas, usando seus corpos eu sou capaz de propagar meus golpes através deles, como você acabou de ver e sentir.

- Que habilidade interessante – Disse Joel. – Então você pode nos dar socos e chutes através do corpo dessas múmias, sem precisar se aproximar.

- Exatamente, criatura grotesca.

- Tá vendo, é por isso que eu odeio summoners – Disse Synth, logo em seguida, ele passou a mão no nariz para limpar o sangramento. - Vocês sempre se escondem atrás dos minions ao invés de vir no mano a mano.

- Só sai na mão quem não se garante na magia – Disse Belladona.

- Tudo bem, não vou ficar nervoso atoa, afinal de contas para derrotar pessoas como você é bastante simples, pasta chegar perto e tudo estará acabado.

- Há! E como planeja chegar até aqui, se nem ao menos consegue passar pelos meus filhos?

Os caçulas começam a andar em direção ao grupo.

- Quanto a isso pode deixar comigo, sogrão. Chico levante-se, tá na hora de usar o seu poderzinho.

Chico levanta do meio-fio e corre para perto de Pablo, segurando algo em suas mãos.

- O que pretendem fazer? – Disse Joel.

- Hum! Apenas vejam. Vá Chico! Use a bomba de modelagem!!!

Ao ouvir a ordem, o cactui jogou o que estava segurando em suas mãos, uma fruta verde redonda, cheio de espinhos azuis por toda parte. Quando a bomba tocou nos paralelepípedos da rua, ela explodiu, criando rachaduras cor de rosa que subitamente deixaram o solo em baixo dos pés das múmias molenga, como se fosse uma gelatina. Aos poucos o solo foi ficando ainda mais mole até se torna uma autentica areia movediça, e como tal ela começou a engolir as múmias.

- Ei! Se você tinha essa habilidade, por que não usou ela antes de eu tomar um soco na cara, Hein!?

- Oxi! A culpa não foi minha, antes que eu pudesse falar algo tu partiu pra cima das múmias lokão de pó de cana.

- Oh! Então esse é o incrível poder dos Cactui a ‘’ Modelagem de solo’’ É uma habilidade e tanto, contudo.

Belladona desfaz o corpo das múmias afundando na areia e usa as faixas dançando no ar para tampar o buraco de areia movediça e para cobrir o chão da rua. Em seguida, usando as faixas da sua mão novamente ela cria ainda mais caçulas.

Chico lança mais uma bomba de modelagem, porém nada acontece.

- O que! – Disse Joel, surpreso.

- As minhas faixas não contam como terreno – Disse Belladona, sorrindo. – Por isso, sua fantástica habilidade é inútil contra mim e os meus filhos Hahahaha!

- Quenga!

Por não possuir cordas vocais, Chico não pode replica a fala de seu mestre, mas nada o impediu de mostrar o dedo do meio para Belladona.

- Hum! Relaxa garoto, o pai aqui vai dá um jeito nessa situação.

- O que você tem em mente, Synth? – Disse Joel.

Synth não diz nada, ele apenas sorrir e em seguida corre na direção das múmias, ao chegar bem perto dos monstros o aventureiro pula e começa a voar. Pablo, Chico e até mesmo Belladona ficam surpresos ao verem Synth voando.

- Eu vou acertar as contas direto com você, prepara-se pra levar uma surra.

- Confesso, que você me assustou por um momento, mas... Vejo que ainda está subestimando meus filhos. Peguem ele meus queridos.

Após dar essa ordem o inesperado aconteceu, as múmias saltaram, sem tirar o pé do chão, elas agarraram os pés de Synth e o arrastaram para o chão. Synth ficou completamente cercado pelas múmias, Joel e Pablo nem mesmo conseguiam ver o que estava acontecendo com o aventureiro.

- Muhahahaha! Isso é o que você merece por subestimar meus filhos, Morra! Ohahahahaha!

- SYNTH! – Gritou Pablo.

Em seguida, o vaqueiro ergueu sua lança para atira-la na direção dos Caçulas, Chico fez a mesma coisa, no entanto, os dois foram impedidos por Joel.

- Vocês estão loucos? Vocês podem acabar acertando o Synth sem querer.

- Então o que devemos fazer? – Indagou Pablo, desesperado.

- Esperar, deixe que eu tomo conta daquelas múmias.

Joel segurou seu martelo com as duas mãos, se agachou para dar um longo salto, porém antes que as pantufas pudessem miar, o sapinho foi surpreendido pela cabeça de uma múmia que saiu pelos ares, logo em seguida várias outras cabeças começaram a voar. Sem suas cabeças no lugar, os corpos das múmias se desfazem em um monte de faixas no chão, sem forma alguma.

Quando as múmias sumiram, Joel e Pablo puderam ver Synth novamente, o aventureiro estava de pé com o punho levantando, entretanto, devido aos vários socos que levou antes de revidar seu rosto estava gravemente ferido, bastante inchado e sangrando muito.

- Aí... A-abaixa a bola, você é só uma summoner porra – Após proferir essas palavras com bastante dificuldade Synth cuspiu sangue e cambaleou para trás, os socos que levou deixaram o completamente tonto, ele mal conseguia ficar em pé.

Joel rapidamente saltou até Synth, o apoiou nos seus ombros e pulou para trás.

- Beba isso Synth – Disse o sapinho dando uma poção de cura ao aventureiro.

Ao tomar a poção o rosto de Synth desinchou um pouco - Obrigado Joel, espancar aquelas múmias me deixou com muita sede.

- Agora vocês compreendem o meu poder?! Desde o começo vocês não tinham chance alguma de vitória. Agora vamos, me digam onde está o olho de Hórus e como recompensa lhes darei a honra de se tornarem meus filhos.

- Não obrigado, eu não curto milfs – Disse Synth, com um sorriso de deboche.

- Você é muito engraçado Synth.

- Oh! Obrigado, eu sempre tento deixar todo mundo de bom humor, até mesmo os inimigos.

- Hum! Eu irei amar puxar o seu cérebro pelo nariz. Levantem meus filhos!!!

Usando as faixas das múmias mortas, Belladona criou ainda mais Caçulas, mas não só isso, do outro lado da rua um exército de múmias se aproximava. Synth e o seu grupo se encontravam completamente cercados, agora é só questão de tempo até que as múmias os devorassem.

- Aí! Pessoal - Disse Synth, recuando para o canto da parede. - Eu sei que a situação tá uma merda, mas vamos virar o jogo porque eu não quero ser salvo no último segundo pelo Leopoldo. Prefiro morrer comido por múmias do que aturar aquele esqueleto se gabando de ter me salvado.

- Quanto a isso você não precisa se preocupar, Fanus é muito mais poderoso que eu, se ele estivesse aqui provavelmente todos vocês já estariam mortos, então a essa altura seu amigo esqueleto já deve ter morrido pela segunda vez.

- Coitado do Leopoldo, eu sabia que deveria ter ficado junto com ele.

- Joel, estamos falando do Leopoldo, o esqueleto que bota medo em outros esqueletos, você acha que ele iria morrer tão fácil assim?

- De forma alguma!

- Então levanta a cabeça e vamos lutar para podermos nos encontrar com aquele maldito esqueleto novamente.

- CERTO!!!

Chico de repente puxa a perna do seu mestre – O que foi Chico?

O cactui aponta para a sanfona nas costas de Pablo.

- Aí Pablo se tu tiver algum poder especial guardado essa é a hora de usar mano – Disse Synth.

Pablo olha para os dois lados da rua e não consegue enxergar nada além de múmias, com um olhar triste e ao mesmo tempo determinado ele chega a uma conclusão.

- Eh! Tem razão, essa é uma situação da mulesta e situações da mulesta pedem uma boa música.

O vaqueiro passa sua lança para Chico e pega a sanfona, ele começa a tocar uma música, uma música tão bela que até mesmo as múmias balançam as cabeças no ritmo enquanto avançam para devorar os heróis.

Ao mesmo tempo que tudo isso acontecia. Dentro da mata fechada do pasto, Steve exibia seus reluzentes cascos cromados para uma fêmea, no casco direito do animal estava escrito ‘’Transão’’ Enquanto no esquerdo havia a palavra ‘’Raparigueiro’’

O camelo teria continuado a se exibir se não tivesse escutado a canção de Pablo, ao ouvi-la o animal ficou em alerta pois aquela música significava que seu mestre estava correndo perigo. Antes de partir, Steve resolveu dar um beijo na testa da sua companheira, porém ao abaixar a cabeça para beija-la ele foi surpreendido por duas múmias que saíram repentinamente do mato, Steve rapidamente agarrou a cabeça de uma das múmias utilizando a própria boca e a jogou contra a outra.

Agora sim, sem inimigos por perto Steve deu um beijo na companheira e partiu em direção a Pablo. O camelo corria tão rápido que se quer deixava pegadas na grama do pasto.

- Tocar isso aí não me fará mudar de ideia, vaqueiro.

- Eu não estou tentando te agradar, quenga.

- Então por que toca?

- Hum! Logo você vai descobrir.

Virando a curva no final da rua, surge Steve numa velocidade assustadora, o camelo corria como o vento em direção a Belladona, a sua velocidade era tamanha que a guardiã só se deu conta de que algo vinha em sua direção quando já era tarde demais. Antes que Belladona pudesse olhar para trás, Steve a pegou pela cabeça e jogou dentro do restaurante.

O golpe fez a guardiã perde o controle dos seus caçulas, que sem as ordens da mamãe viraram uma pilha de faixas.

Synth caiu na gargalhada ao ver Belladona sendo arremessada. Joel ficou embasbacado com a cena, o sapinho não conseguia crer na força do camelo. Quanto a Pablo, o vaqueiro ficou imensamente feliz em rever seu tão amado camelo, o vaqueiro disparou em sua direção gritando seu nome em alto e bom som, porém antes que pudesse abraçar sua fiel montaria o camelo o afastou dando uma patada na barriga.

- Camelo brabo – Disse Synth, sorrindo.

- Você está bem Pablo? – Indagou Joel.

- Argh! Sim. Seu fulero POR QUE FEZ ISSO?

O camelo estava muito irritado e sem medir as palavras ele jogou algumas verdades na cara de Pablo, que aos ouvidos de Synth e Joel não passavam de relinchos de um animal furioso. Após desabafar Steve virou o rosto erguendo o queixo.

- Entendi... Então você tá com raiva por que eu interrompi o seu encontro com a morena?

- Pó Pablo aí não, interromper o coito dos outros é sacanagem.

- Não tive outra escolha, ou chamava ele ou a gente morria e outra... VAI TE LASCAR FI DE RAPARIGA!!!! Eu deixei de te chamar logo cedo pra não ter esse lenga lenga depois, então deixe de tanto aperreio.

Ainda com o rosto virado Steve disse algumas palavras bem baixinho para Pablo não escutar, porém o vaqueiro escutou.

- O que? Oiii aqui seu fulero, eu corro atrás da Taelin porque ela é o amor da minha vida, já você sai atrás de qualquer rabo de saia então não nos compare. Agora vamos, me deixe montar em você.

Steve ainda com raiva permite que Pablo se aproxime e monte nele, após montar-se o vaqueiro estende a mão para Chico e o coloca na parte da frente.

- Hahaha! Seu camelo é mesmo muito interessante, Pablo – Disse Joel.

- Nem me fale.

Synth se aproxima do animal e faz um carinho na cabeça do camelo – Valeu por nós salvar Steve.

O Camelo sorrir e diz algo que Synth não é capaz de compreender.

- Mas você é muito abusado mesmo hein!

- O que foi que ele disse Pablo?

- Bem... Ele disse que você pode guardar os elogios pra si mesmo, pois o que ele quer como recompensa mesmo é uma cesta cheia de tâmaras.

- Me desculpe, esse camelo é muito abusado por favor não leve o que ele diz a sério.

- Hahaha! Que isso, fique tranquilo Steve vou te dar não uma, mas duas cestas de tâmaras.

O camelo arregala os olhos impressionado e beija a bochecha do aventureiro.

- Não é necessário, esse abusado come qualquer porcaria.

- Nha! É o mínimo que posso fazer em retribuição por ter nós salvado.

- De fato – Disse Joel. – Steve se saiu muito bem, por isso também lhe darei uma cesta.

O camelo sorri satisfeito, no entanto, toda essa alegria logo teve um fim. Quando Belladona foi arremessada dentro do restaurante, as múmias do outro lado da rua haviam parado de avançar, porém repentinamente elas voltaram a caminhar em marcha lenta. Além disso, de dentro do restaurante saía um grupo de caçulas ainda maior que o anterior, acompanhando o grupo estava Belladona, limpando seu rosto todo melado de manuê.

- Seus malditos – Vociferou a mulher. – Como ousam me humilhar na frente dos meus filhos, isso é inaceitável! Eu irei transforma-los em múmias ainda em vida, preparem-se para ter o seu cérebro arrancado pelo nariz.

- ACABEM COM ELES GAROTOS!!!

Dada a ordem, as múmias de ambos os lados começaram a correr... lentamente.

- E lá vamos nós de novo nessa merda – Synth e Joel empunham suas armas prontos para lutar.

- Synth, Joel abaixem suas armas e se afastem. – Disse Pablo, segurando dois globos de cristal na mão.

- Não me diga que pretende fugir de camelo, logo agora que o negócio ficou bom – Disse Synth, com um sorriso debochado no rosto.

- Hahaha! Não, muito pelo contrário, eu pretendo acabar com todas essas múmias de uma só vez.

- Hoho! Você acaba de ganhar pontos comigo, garoto.

- De uma só vez? – Indagou o sapinho, espantado. – Como planeja realizar tal façanha?

- Isso mesmo, vou resolver isso tudo num único ataque. Agora que Steve está aqui comigo, eu posso usar minha habilidade mais poderosa.

Pablo atira um dos globos de cristal dá sua mão para o alto, uma explosão de luz acontece liberando o objeto prezo dentro do globo. Um pequeno glaive, cuja as duas extremidades possuem lâminas grossas e longas, o ponto de apoio fica no centro da arma onde envolta dele há uma lâmina circula dentada que se conecta com as outras duas. Ainda girando em pleno ar Steve conseguiu pegar o glaive com a boca.

Após dar o glaive para Steve, Pablo estourou o outro globo de cristal e o que saiu de dentro dele foi uma exuberante lança feita de madeira maciça, a lança possui um triangulo em sua ponta recheado de flores azuis, brancas, amarelas e rosas, adornando esse pequeno jardim há uma grossa lâmina negra. Antecedendo a lâmina florida tem três anéis de espinhos da grossura de um prego.

- Synth, Joel prestem bastante atenção para não perderem nada.

- Vamos lá Steve, chegou a hora de usar a INVESTIDA MANDACARU!!!

O que sucedeu esse grito foi um verdadeiro espetáculo de velocidade e brutalidade, Steve avança loucamente pelo meio da multidão cortando todas as múmias ao meio, com o glaive em sua boca. As múmias que Steve não conseguia acertar são facilmente decapitadas por Pablo, que, mesmo usando duas lanças continua extremamente preciso em seus golpes. Quanto a Chico, o cactui se encarrega de eliminar os inimigos que entrarem no ponto cego de Pablo. Uma combinação perfeita entre três indivíduos.

E assim como Pablo havia dito, todas múmias foram derrotadas de uma só vez, nem mesmo os caçulas foram capazes de parar o avanço de Steve, Pablo cortava suas cabeças fora antes mesmo que Belladona pudesse pensar em dar um soco.

- IHAAAA! Estão vendo, este é o verdadeiro poder de um vaqueiro do deserto. Muito bem Steve, agora vamos acabar com essa rapariga de cabaré de uma vez por todas.

Pablo avança na direção de Belladona, a mulher aumenta o tamanho das suas mãos e as ergue pronta para lutar, mas isso de nada adiantou pois o ataque do vaqueiro foi tão rápido que ela só tomou nota quando o camelo já estava em suas costas.

A investida do trio cortou metade do tronco de Belladona ao meio e arrancou seu braço esquerdo fora. O ataque deixou a guardiã completamente desorientada, com a mão sobre o ombro machucado a guardiã treme de medo sem querer acreditar no que acabará de acontecer.

Com um largo sorriso no rosto Pablo gira Steve de volta na direção de Belladona, mas não avança, dessa vez ele levanta o braço segurando sua lança de metal.

– Esse é o seu fim, adeus quenga dos infernos!!!

A lança de metal sai suavemente da mão de Pablo e parte rasgando o vento numa fúria sanguinária imparável em direção ao seu alvo, Belladona tenta sair do caminho da lança, mas ao tentar mexer seus pés ela tem uma terrível surpresa, o chão em baixo de seus pés se transformou em lama pegajosa, agora não lhe restava outra escolha se não aceitar seu doloroso fim... Ao menos era o que Pablo esperava.

A lança atinge algo e voa pra cima, ela dança no ar antes de cair de bico no chão, o obstáculo em seu caminho tratava-se de um sarcófago invocado no último segundo por Belladona.

- Deveria ter me matado naquela investida – Disse Belladona, com dificuldade.

– Agora será você a morrer aqui - Após dizer isso a guardiã abre o sarcófago e o que sai de dentro dele é uma forte tempestade de areia, que abrange toda a cidade.

- Isso só pode ser sacanagem – Disse Synth, com as mãos no rosto. – Eu não acredito que essa desgraçada tem segunda forma. 

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