Capítulos (1 de 50) 16 Jul, 2020
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— Meu deus! Será que nem tentando ser o mais antissocial possível esse povo desta escola não me deixa em paz? Será que irá fazer as mesmas perguntas chatas que todos fazem?
— Davi, se for o caso então, nós podemos entrar no jogo, será divertido assustar outra pessoa.
Davi considerava as competições intercursos criticável, as categoriais eram injustas e o sistema de rank tendencioso, mas o maior incomodo era o aglomerado de pessoas, histéricas, rindo aleatoriamente, a falsidade preenchendo o ar que ficava denso ao ponto de ser palpável. Ele nunca iria se acostumar com isso.
Para Morgana a situação não era menos desconfortável, principalmente porque era seu primeiro ano, e a primeira vez que ela via tantos Turras reunidos. Apesar de sua natureza observante, em uma hora inteira de jogos, em pé ao lado do portão de saída, ela não havia encontrado nada interessante ao seu gosto, até seu olhar finalmente se desviar para um degrau acima da arquibancada ao seu lado, para um garoto que, apesar de estar sendo esmagado pela multidão, insistia em tentar ler um livro.
— Qualquer um com tamanha imersão na leitura deve ser digno de meu tempo, não? — foi o que pensou, e apesar da aglomeração de pessoas impedindo o caminho que era somente um degrau para alcançar, ela forçou o seu caminho através da multidão com o que mais tarde Davi chamaria de modo Darth Vader.
Num espaço ínfimo ao lado do rapaz, Morgana se sentou, ponderando a situação, poderia ter sido uma completa perda de tempo, mas a resposta do rapaz a sua abordagem não tão convencional foi o suficiente para ela decidir que fora a escolha certa. Chamar alguém de estranho pode ser mal interpretado, mas a interpretação é o que identifica se a pessoa é adequada para seu agrado.
A resposta do rapaz de olhos cor de âmbar foi inesperada, o que é bom, mas a expressão dele foi muito séria, quase seca, ainda assim Morgana o achou mais distraído do que indelicado. Ela observou mais
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um pouco, enquanto as engrenagens faiscavam na mente de Davi. Ela notou o livro pousado do colo do rapaz, a capa roxa destoando da bermuda caqui, era um livro sobre astrologia.
— Qual é o teu signo? — Morgana perguntou e Davi notou que a fala dela soava deliberada, arrastando nas sílabas, como se cada palavra fosse uma peça que precisava de tempo para se encaixar em um quebra-cabeças, Davi sentia o cuidado da garota, mas não entendia a sensação, se ela estava sendo intencional ou não.
— Câncer, e o teu? — ele respondeu um tanto agitado, corrido, como se ele precisasse falar antes que seus pensamentos tomassem forma, o oposto da garota que o observava. Davi apesar de sua agitação, agora estava atento aos movimentos da garota, talvez fosse a proximidade, ou o rosto dela fosse mais expressivo do que toda a compostura controlada que ela procurava aparentar, mas Davi percebeu o movimento que o nariz dela fez, que normalmente quer dizer que a pessoa não gosta de algo, ela estava falando algo que ele não conseguia discernir por causa da multidão, e dos próprios pensamentos.
— Caramba! Justo agora que uma garota atraente como essa vem conversar comigo!
— Você achou Lucas? Eu esperava que ela fosse pedir um conselho sobre algum assunto acadêmico, ela tem esse jeito de ser bem inteligente, não?
— Sim, porém ela estava conversando sobre signos Davi.
— E o que tem? Vamos dar corda né?!
— Vamos né, sinto alguns traços de loucuras que podem vir desta daí, acho bom a gente investir.
— Talvez finalmente tenhamos alguém para conversar algo de produtivo!
— Então, deixe-me apresentar. Sou o Davi Lucas Gonçalves da Silva, estou honrado em ter a sua companhia, minha cara senhorita — ele disse, reproduzindo a feição de um professor se apresentando para a classe, ajeitando comicamente óculos invisíveis sobre o nariz e estendo a mão para a garota que arqueou uma sobrancelha. Um segundo para Davi pareceu demorar uma hora inteira e ele estava prestes a recolher sua mão estendida, mas quando ela segurou sua mão o
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