Capítulos (2 de 50) 15 Jul, 2020
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descobrir isso ela teria que ter acesso à uma fonte mais precisa: a Setemptrionalem.
Por meio do ENCC, ela fora aprovada pela instituição, e agora ela buscava conciliar seus estudos, com o despertar e aperfeiçoamento do seu possível poder, e encontrar as repostas para uma questão que os noticiários não ousavam perguntar.
Apesar de passar seu tempo sozinha ser indubitavelmente mais prático para sua pesquisa, o sentimento de descolamento em si não era do agrado da garota, quando ela encontrou Davi, ela deixou-se acreditar que havia encontrado nele alguém para compartilhar suas aventuras, mal ela sabia que o rapaz já estava inevitavelmente entrelaçado no caminho que a Morgana havia de percorrer.
Um ano atrás, nessa mesma época, Davi esperava os jogos de Outono começarem.
Novamente estou aqui em um ambiente social que não me acrescenta em muita coisa, estou aqui simplesmente por estar. Não é que eu não goste dos meus colegas de classe, mas hoje eu quero que aconteça algo diferente.
Esse era o pensamento mais recorrente de Davi quando chegavam as competições semestrais, ele já havia assistido duas, e nenhuma delas foi útil, em um nível social. As competições aconteciam todo ano, uma no Outono, outra na Primavera, serviam tanto para selecionar os melhores estudantes quando para inspirar os calouros a melhorarem suas habilidades e ao mesmo termo criar vínculos entre os alunos. Davi conseguia ver a inspiração, mas em seu primeiro ano ele não havia feito vínculo algum, pelo menos nenhum vínculo real, colegas não são amigos, ele leu isso em algum de seus livros ‘edição de bolso’.
Os jogos aconteciam no ginásio Coliseum, uma construção tecnológica, mas austera, feita para resistir a qualquer dano que os jovens poderiam provocar. Com a charmosa aparência característica do gosto do Diretor, tudo monocromático em tons branco, acentuando o prateado dos aparados instalados pelas arquibancadas e cúpula.
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Quando os espectadores ocupavam o Coliseum eles não esperavam apenas um jogo, mas um show, nunca havia um só lugar vazio, todo o espaço era preenchido com gritos de antecipação e torcida organizada para seus times favoritos. Davi se encontrava espremido num canto contra a multidão, próximo da saída para caso ele resolvesse não tolerar mais o estardalhaço. Apesar das condições inadequadas, ele estava resoluto em ler o livro que havia adquirido recentemente sem ser drasticamente perturbado. Sua concentração no livro, ou ausência de foco na multidão, não o deixou perceber que uma garota havia se sentado ao seu lado e o observava atentamente.
A garota era alta e com longos cabelos escuros, e apesar de suas roupas serem um conjunto simples de blusa e jeans pretos, era evidente pela marca que eram caras, seus passos eram imponentes e o rosto carregava uma arrogância nada sutil, mas Davi, que tentava em vão achar o sentido prático da relação entre Saturno em Áries e os desafios da atualidade, deixou de notar a aproximação da garota, ou o burburinho de cochichos ao seu redor quando ela se sentou ao lado dele.
— Olá, estranho! — ela disse curvando-se na direção do rapaz, para se sobrepor à cacofonia da multidão e por causa disso quase entrou no espaço pessoal de Davi.
A voz dela era compassada e apesar de tentar soar agradável era um tanto grave, e isso fez com que o rapaz fechasse seu livro, repousando-o em seu colo, e desviando o olhar para a garota que se encontrava tão perto de si. A primeira coisa que ele notou foram os olhos, que eram de um castanho, comum, em um tom caramelo, mas normal, a maioria dos Turras possuía uma variedade maior de cores, seja para olhos, cabelos ou pele, olhos castanhos eram mais comuns em humanos, mas os olhos dela, talvez fosse o formato do rosto, convidavam à enfrenta-la ao mesmo tempo que deixavam a pessoa acuada e quase constrangida.
— Olá?! Estranha — Davi respondeu tentando manter uma feição séria, sem deixar transpassar o tumulto de argumentações que haviam se iniciado em sua cabeça.
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