Capítulos (3 de 19) 06 Dec, 2019

Capítulo 5: Carne Suculenta

No outro dia, Synth acorda com a voz de Leopoldo, ele está em pé ao lado de Joelsun, que está deitado no chão fazendo flexões.

- 199! 200! Muito bem, se continuar assim você vai chegar rapidinho no meu nível, olha só esse abdômen e os bíceps – Leopoldo beija o próprio braço. – Pode tocar, sente só O PODER!!!

- Nossa, quanto... Poder, qual é o seu segredo?

- Hã! Todo dia, corra por 20km, 200 agachamentos, 200 flexões e 200 abdominais por 6 anos.

- Ah! Não se esqueça de tomar um copo de leite todo dia antes de fazer isso tudo.

- É um treinamento muito pesado, não sei se sou capaz, mas irie tentar.

- Hahaha! Esse treinamento me deixou só o osso.

- Mas relaxa, treina no seu ritmo você pode não chegar no meu nível, mas ficará forte o suficiente para derrotar um slime.

- Arfff! Você é um monstro Leopoldo.

- Hahaha! Sim, eu sou um monstro, um monstro SARADO.

- Bom dia Synth, nós o acordamos?

- Nhá! Todo esse papo de treinamento me deu foi fome.

- Então vamos comer, porque saco vazio não derrota final boss – Disse Leopoldo, se servindo de uma xicara de leite.

Após o café da manhã, os aventureiros partiram em direção a porta do chefão, no meio do caminho Synth pisa em algo, que faz um *Crack*. Ele olha para baixo e retira o pé de cima, era uma espinha de peixe, Synth estranha aquilo, mas dá de ombros e continuar a caminhar. Synth abre a porta com um chute, a sala está completamente escura não é possível ver absolutamente nada.

Mesmo assim o aventureiro dá um passo avante, mas o seu pé não encontra o chão, ao ver o amigo caindo na escuridão Leopoldo segura Synth pelo ombro, Synth sorrir de nervoso e logo em seguida é puxado para dentro da escuridão por tentáculos, que se enrolam a sua cintura.

Antes de sumir na escuridão, ele grita – HENTAI NÃO!!!

Leopoldo e Joe são puxados logo depois.

Synth acorda na escuridão, em cima de alguma coisa balançando muito temendo ser uma armadilha, ele tenta levitar, mas não consegue, o poder da coroa não funciona. Synth presta mais atenção nos sons a sua volta e ouve o barulho de ondas isso o deixa muito assustado, rapidamente ele puxa uma tocha da mochila e tenta acender, porém não consegue encontrar os fósforos para acende-la, nesse momento uma voz na escuridão, diz.

- O verdadeiro teste de determinação começa agora.

Uma tocha de chama branca surge no horizonte, em sequência outras se acendem ao redor da sala, criando um círculo perfeito. As tochas revelam o que se escondia na escuridão, um navio pirata feito de carne humana retorcida, com dentes e ossos encrustados no casco, o mastro é uma coluna vertebral com um crânio servindo de gávea, as velas são feitas de pele humana esticada, tão esticada que é possível ver nitidamente as veias, em sua proa tem um enorme crânio de olhos brilhantes, como se fossem faróis, o crânio está conectado ao navio por meio de nervos e tubos de carne.

Com as luzes acessas, Synth consegue enxerga Leopoldo e Joe os dois estão a salvos dentro de barcos de madeiras pequenos, enquanto ele está em cima de um grande pedaço de madeira, que antes servia como um piano ou armário, a sala está repleta de destroços como esses, eles servem como plataforma para os aventureiros se moverem. O comandante da macabra embarcação aparece no convés, um homem sem cabeça trajado com a clássica roupa de pirata, escura, suja e fedendo a rum. Na mão esquerda, o pirata segura seu poderoso sabre. Enquanto na direita, ele carrega a própria cabeça.

- Synth, o aventureiro ganancioso. Com ajuda do puro osso você conseguiu trapacear no primeiro teste, porém dessa vez você terá de superar o seu medo ou irá descansar para sempre no fundo do mar.

- Eu, CAPITÃO BROCK: O pirata sem barba, me certificarei disso.

O pirata bate com a perna de madeira no chão de carne, isso faz com que dois barris saiam da boca da caveira, sentado nos barris estão dois cadáveres azulados, cheios de cracas pelo corpo, esses cadáveres naufragados tocam instrumentos musicais, violino e sanfona. Os marinheiros desafortunados tocam uma alegremente assustadora música de pirata, que chama os membros da tripulação ao convés; lagostas vermelhas do tamanho de cavalos, vestindo shorts, caranguejos gigantes usando destroços de embarcações como armadura, camarões bigodudos e homens peixes segurando arpões.

Pranchas em forma de língua surgem nas laterais do navio, as criaturas usam a língua como trampolim e saltam, fazendo posses, na água. Synth observa tudo muito assustado, pela primeira vez ele está sentindo medo de verdade, um medo tão forte que destruiu a sua força de vontade. Uma criatura nada em direção a Synth, ele está completamente imóvel, incapaz de puxar a darkwave para se defender.

- SYNTH CUIDADO!!! Gritou Joe.

No entanto, o aviso de Joe foi inútil, o caranguejo emerge da água e prende os braços de Synth nas suas enormes pinças, o caranguejo então começa a puxa-lo para dentro da água, Synth tenta resistir, mas aos poucos os seus pés vão escorrendo. Leopoldo remar em direção ao amigo, porém é impedido por um homem peixe que pula na frente do barco e dispara um arpão contra o esqueleto, o arpão deveria ter rasgado o intestino delgado de Leopoldo caso ele tivesse um.

Leopoldo rapidamente corta as mãos e a cabeça do homem peixe, ele tenta rema, mas percebe que está entrando água no barco devido a um furo no casco causado pelo tiro de arpão.

- Maldita Sardinha.

Enquanto isso, Synth continua sendo arrastado para a água, quando um arpão atravessa a cabeça do caranguejo o matando.

- SYNTH! SYNTH! VOCÊ ESTÁ BEM? Gritava Leopoldo, pulando pelos destroços em direção a Synth.

- Sim, você o acertou em cheio.

- Ahhh! Ainda bem, eu não tinha certeza em quem o arpão e a pegar.

- Você atirou na sorte? Disse Synth, assustado.

- Bem, sim, mas as chances de acerto eram de 50%

- Ei! Vocês dois estão bem? Perguntou Joe, chegando no barquinho de madeira.

- Sim, estamos bem.

- Me desculpe Leopoldo, a água ainda é um verdadeiro boss para mim, tenho tanto medo que não conseguir sacar a minha espada, esse lugar é muito perigoso.

Leopoldo dá um soco na cara de Synth que o derruba no chão.

- Cheguei em um mal momento? Perguntou Joe, com os olhos esbugalhados.

- Sabe Joe, a um tempo atrás eu conheci um aventureiro que jamais diria que algo é muito perigoso, para ele tal palavra não existe, no lugar dela devemos sempre dizer que algo é muito divertido. Esse é sem dúvidas o aventureiro, mas legal que conheci em toda minha vida.

Synth abaixa a cabeça, envergonhado – Olha, eu sei que você está com muito medo, por isso suba naquele barquinho e vá pra longe, eu e o joe damos conta desse pirata, agora vá embora.

Leopoldo dá as costas para ele e saca sua adaga, joe tenta pergunta o que está acontecendo, porém é interrompido por Synth, que levanta -se do chão dizendo.

- Tem razão Leopoldo, eu não posso deixar o medo se apoderar do meu coração.

- Até porque, lutar numa arena aquática, sem saber nadar é divertido pra caralho.

- Você mudou de opinião bem rápido. Disse Joe.

- Mas é claro, esse é aquele momento em que o herói precisa urgentemente superar os próprios medos para proteger os amigos.

- Ai! Você já está indo longe demais, pois eu consigo me proteger muito bem sozinho.

- Sei.

- Está duvidando? Quem foi mesmo que perdeu o duelo, hein?

- Você deu sorte ali.

Os dois começam a discutir sobre quem é o mais forte, isso deixa Joe ainda mais confuso.

- Ehhh! Vocês fizeram as pazes?

- Hahaha! Mas nós nunca brigamos.

- Bom, então por que você deu um soco no Synth?

- O soco de Leopoldo me deu coragem e dor, agora eu estou pronto para descer a porrada nesse pirata feio, a proposito seu nome não deveria ser ‘’ Brock: O pirata sem cabeça’’?

- Não! Eu tenho cabeça, só não está ligada ao pescoço, agora barba – O pirata ergue a própria cabeça, revelando um rosto bem liso, sem nenhum pelo.

- Isso realmente não importa pra mim, vou deitar você não porrada com o sem barba.

- Ohhhh! Se está me provocando é porque já superou o seu medo, sendo assim a minha segunda fase começa agora.

O pirata bate com a perna de madeira no chão novamente, o navio vira de lado revelando bocas humanas, com lábios bem avermelhados, no lugar dos canhões. Essas bocas atiram globos oculares do tamanho de balas de canhão, e ao invés do som imponente de um disparo de canhão, ao atirar as bocas fazem o som de ‘’Pow’’.

- MORRAM!!!

Homens peixes pulam da água e tenta atirar arpões nos aventureiros, ao sacar a Darkwave, Synth elimina três dois cincos inimigos, Leopoldo e Joe se encarregam dos outros dois. Não a tempo para descanso, outros monstros marinhos vão pra cima dos aventureiros, os camarões bigodudos trocam socos com Synth enquanto Leopoldo batalha ferozmente contra um caranguejo, Joe usa o seu machado martelo para destruir a carapaça resistente das lagostas. O capitão Brock percebe rapidamente que a sua tripulação não será capaz de parar os destemidos aventureiros, ele então sinaliza com a cabeça para os cadáveres naufragados, que até então estavam tocando a mesma canção alegremente assustadora, mas ao verem o sinal do capitão, os dois começaram a tocar uma nova canção mais lenta e assustadora.

A canção tem o poder de criar pequenas ondas, mas conforme a música elas vão ficando cada vez maiores. Synth mede forças com um homem peixe, a disputa estava acirrada até o momento em que o aventureiro usa o poder das manoplas para subjugar o homem peixe, com um poderoso gancho de esquerda.

- Hã! Volta pra lata, sardinha.

Synth sente uma forte corrente de água passando por debaixo do pedaço de madeira, ele olha pro lado e ver uma enorme se aproximando – Fudeu.

A onda engole o aventureiro, Joe e Leopoldo entram em desespero temendo pela vida do amigo, felizmente toda essa preocupação vai por água abaixo, quando a onda passou Synth estava ajoelhado sobre o pedaço de madeira, ele havia ficando a Darkwave no destroço e segurado nela com toda a sua força. Synth levanta-se, sacode o corpo pra tirar um pouco da água salgada e cospe um peixe, que estava se debatendo dentro de sua boca.

- Argh! Odeio peixe cru.

- O velho lobo do mar ainda tem truques na manga – Disse joe.

- Esses cadáveres criando ondas vão dificultar a nossa vida, precisamos derrota-los logo.

- Ou não – Disse Leopoldo. – Pensem, o objetivo do Capitão Brock é nós derrotar pelo cansaço, não param de chegar novos monstros a sua tripulação aparentemente é infinita, por isso devemos focar no coração do navio.

- Spawn infinito de mobs puta que pariu, é sempre uma merda enfrentar um summoner. Sua ideia é ótima Leopoldo, mas como vamos chegar no navio?

Joe arremessa um camarão bigodudo ao mar com seu martelo machado e diz – Arf! Arf! Eu posso levar um de vocês até o navio.

- Então eu irei.

- Não! Eu vou, você ficar aqui que é mais seguro.

- Não! – Synth aponta a Darkwave para Brock. – Isso aqui é mais do que uma luta, é um teste e para passar eu preciso dar fim a vida desse maldito pirata decapitado.

Synth embainha sua espada – Fique tranquilo, o medo nunca mais irar se apossar do meu coração, confie em mim, Leopoldo.

- Bem, já que está tão decidido, boa sorte meu amigo.

Synth acena com a cabeça, ele agarra a cintura de Joelsun e os dois saltam, graças ao grande impulso inicial joe precisou gastar apenas mais um pulo para alcançar o navio. Synth larga o amigo em pleno ar e cai com a Darkwave em mãos, Brock apara o golpe com o seu sabre.

- Calma lá marujo, não vai querer perder a cabeça HAHAHAHA!

Joelsun pousa no deque, espera até o próximo tiro de canhão e usa um dos pulos para chegar silenciosamente até as costas do capitão, mas infelizmente ele é pego de surpresa por um homem peixe, que sai do chão de carne e se joga ao mar abraçado com o mercenário verdinho. Ante de cair, ele arremessa o machado martelo no capitão, o pirata decapitado percebe o objeto se aproximando e o para com seu sabre.

- JOE!

– Que girino sagaz, porém seu esforço final foi inútil, deveria ter guardado seu machado para confrontar as horríveis criaturas que os aguarda no fundo do mar, mas não tem problema – Ele chuta o machado martelo para Synth. – Você irá se juntar a ele em breve Hahaha!

Synth morde o lábio inferior e joga pequenas gotas de sangue nas manoplas, assim ativando o modo réquiem.

- Por que você mordeu o lábio de uma forma tão sensual?

- CALA A BOCA! Eu vou chutar a sua cabeça tão forte mais tão forte, que ela vai navegar pelos 8 mares sozinha.

- Mas para isso acontecer precisa pegar ela primeiro, venha, teste a sorte aventureiro medroso.

A luta se inicia, Synth avança com tudo para cima do pirata, seus golpes reforçados com o poder das manoplas, não dão a minha chance ao oponente, ele rasga o capitão Brock em vários pedaços sem muita dificuldade. Em seguida, embainha a espada e corre até o lado do navio a procura de Joe, para sua alegria o seu novo amigo verdinho está vivo, lutando ao lado de Leopoldo contra um caranguejo gigante.

Synth joga o martelo machado de volta para Joe – PEGA O MARTELO AÉ JOE!!!

Sem olhar para trás, o sapinho pega a sua arma de volta e a usa para dar o último golpe no caranguejo gigante.

- Como é bom revelo Joe, quando você caiu do barco eu pensei logo o pior, por isso exagerei aqui em cima.

- A água é a minha casa, eu nunca perderia uma luta dentro dela, mas sua preocupação alegrou meu coração.

- Synth, tu já derrotou o chefe? Perguntou Leopoldo, limpado a adaga.

- Sim, sim, o maior problema era a água, mas graças as vocês eu superei o meu medo e desci a porrada nesse boss fraco. Agora será que você poderia vir me buscar, joe?

- Ué! Se você realmente superou os seus medos, agora é mais do que capaz de vim para cá sozinho.

- Hmpf! É-é claro que eu consigo chegar até aí sozinho, mas não tô afim de molhar a minha linda armadura de diamantes.

- Aé, Joga a armadura então, eu seguro ela pra você.

- Não!

- Hahaha! Tudo bem meu amigo, eu vou te salvar, perdão, te acompanhar de volta para cá.

Joe salta e durante o seu pulo, homens peixes pulam pra fora da água e agarram as pernas do sapinho o levando ao chão novamente, em seguida, vários caranguejos gigantes surgem ao redor do pedaço de madeira onde estão os aventureiros. Synth se desespera, coloca o pé em cima da mureta do navio para poder pular, porém, ele sente uma presença maligna nas suas costas e vira-se rapidamente dando um golpe giratório, assim cortando novamente a mão do pirata.

- Hã! Na segunda vez nem doí tanto, devo admitir que você tem bons reflexos, marujo.

- Eu te rasguei em pedaços, como ainda pode estar vivo?

- Achou mesmo que aquele miserável ataque de fúria iria me matar? EU, O GRANDE PIRATA SEM BARBA!!! Não, é preciso muito mais para me derrotar.

Um tentáculo de sague ergue-se do chão, pega o braço do pirata e o liga de volta ao corpo. O pirata encara Synth, com o seu sorriso amarelado e diz.

- Ainda deseja lutar contra mim ou prefere morrer ao lado dos seus amigos?

Synth perde a cabeça e vai pra cima do pirata, novamente a sua força monstruosa consegue subjugar o inimigo, Synth aniquila totalmente o pirata, deixando o corpo dele em frangalhos. A batalha parecia finalmente ter acabado, porém tentáculos de carne saem do chão e conectam-se ao corpo do pirata, os tentáculos bombeiam algo para dentro do corpo, aos poucos o corpo mutilado vai voltando ao normal.

- Não importa quantas vezes você me mate, enquanto o coração do navio bater, o meu baterá na mesma sintonia.

Nesse momento, Synth teve uma epifania - ‘’ Coração do navio’’ Agora eu entendi tudo, bater em você é um desperdício de tempo.

- Sim, eu venho falando isso faz tempo, seu tapado. Desista de uma vez.

- Eu deveria ter focado toda a minha força bem aqui.

Synth dá um soco no chão do navio isso faz com que a carne se retrai, assim abrindo um pequeno buraco no chão, revelando um coração pulsante lá embaixo, porém ele o vislumbra por pouco tempo, pois os tendões se ligam rapidamente.

- Parabéns, você descobriu o meu ponto fraco, mas isso de nada adianta se você não é capaz de pular lá embaixo. Tente! Você ficará preso dentro do chão de carne.

Synth ergue os dois braços e usando todo o poder das manoplas ele as bate contra o chão, o impacto retrai o piso do convés inteiro jogando os dois dentro do navio. E então, Synth fica cara à cara com o horripilante coração do navio, ao palpitar, a asquerosa bola de carne retorcida expõe o rosto dos aventureiros derrotados pelo seu poder implacável, a expressão em seus rostos é de desespero, sofrimento e ódio. Synth levanta sua espada, determinado a dá um fim a tudo isso, quando Brock o intervém dizendo.

- ESPERE! Se você destruir o coração sua vitória é certa, mas o navio irá afundar e junto com ele você irá. Seus amigos ainda estão lutando contra a minha tripulação, acha mesmo que eles são capazes de nadar rápido o suficiente para te salvar do terrível fundo do mar?

Synth para por um segundo e então abre um largo sorriso – Eu confio nos meus amigos!!!

Após dizer essa frase com tanta plenitude, Synth cortou o coração do navio dando início ao naufrágio. As paredes de carne começaram a se desfazer e logo o local rapidamente encheu-se de água, assim como os pulmões do aventureiro. Synth tentou nadar, porém enquanto tentava desesperadamente chegar à superfície, ele foi atingindo na cabeça por um pedaço de carne que não havia se desfeito e acabou perdendo a consciência.

Esse parecia ser o fim do lendário aventureiro ganancioso se não por uma coisa, os seus amigos. Depois de colocar Leopoldo em local seguro, Joel pulou na água para salvar Synth e após procurar por um tempo ele finalmente conseguiu encontrar o aventureiro desmaiado.

Leopoldo rapidamente tirou a armadura de Synth e começou a fazer massagem cardíaca e respiração boca a boca para reanima-lo.

- DROGA! Não está funcionando, eu não consigo mandar oxigênio para os pulmões dele.

O esqueleto passa as mãos no lugar onde deveria estar os seus pulmões – Será que os meus estão vazios?

- Isso não é hora para piadas, Leopoldo! Chega pra lá, deixar eu tentar.

A massagem que Synth recebeu de Leopoldo demorou para surtir efeito, mas no fim foi eficaz pois o aventureiro conseguiu recobrar a consciência, bem a tempo de ver a gigantesca boca de Joelsun se aproximando da sua. A primeira reação que Synth teve foi gritar, gritar tão alto que acabou assustando e fazendo Joel e Leopoldo gritarem também.

- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Synth senta no chão – Eu tô bem! Não precisa disso, não precisa.

- SYNTH! - Leopoldo o abraça, chorando. – Sniff! Sniff! Por um minuto pensei que iria te perder, cara.

- Hahaha! Vai com calma Leopoldo, o Synth quase morreu afogado dá um espaço para respirar.

Synth nota que está sem o seu peitoral e que joe está encharcado - Obrigado, graças a vocês dois eu conseguir superar o meu medo e passei no teste de determinação. Sinto que fiquei mais forte, agora... Onde está a nossa querida relíquia?

Joe e Leopoldo trocam olhares – Nós não sabemos – Disse Joe.

- Com o chefão derrotado, a sala começou a encher de água e tivemos que sair as presas.

- Então a relíquia tá no fundo do mar?

- Sim, me desculpe.

- Você não deve se desculpar de absolutamente nada Joe, e nem você Leopoldo. Estamos vivos e é isso que importa, perdemos uma relíquia, mas não faz mal encontraremos outras pela frente.

Synth levanta do chão, nota a cara de desanimo dos amigos e diz – Não fiquem assim, quando chegarmos em casa prometo fazer uma sopinha bem quentinha e deliciosa pra gente melhorar o ânimo, agora vamos lá.

Joe e Leopoldo sorriem e concordam com Synth. De repente, os aventureiros escutam o som de descarga vindo da sala do chefão, movidos pela curiosidade os três decidem ir ver o que está acontecendo. Ao abrirem a porta novamente, os aventureiros notam que o volume da água está baixando e, após o escoamento total da água, o tesouro dos piratas é revelado. A tristeza dos aventureiros é levada embora no momento em que vislumbram o imenso mar de moedas de ouro que forram o fundo da sala, os três mergulham de cabeça no mar de ouro.

No centro da sala, rodeada por baús de ouro, está a estátua de uma seria muito feia erguendo os dois braços aos céus, segurando a relíquia e o mapa da próxima dungeon. Um peixe espada coberto por uma grossa camada de gelo.

Joelsun salta e pega os itens, ajoelha-se e diz – Pegue, você derrotou o capitão pirata, portanto deve ficar com a relíquia.

Synth pega o peixe espada – Obrigado, mas o mérito por essa vitória não é somente meu. Aqui, você merece essa relíquia mais do que eu, Leopoldo.

- Que isso Synth, foi você quem mais se esforçou nessa batalha, tendo de superar os seus medos para poder vencer.

- Eu só conseguir isso graças a você, se você não tivesse me carregado a força naquela ponte eu não estaria nem aqui. Aceita essa relíquia vai, você merece e além do mais tu não tem nenhuma ainda.

- Falando desse jeito você vai me deixar envergonhado – Disse Leopoldo, escondendo o rosto, com as mãos. – Tudo bem! Eu aceito Hahaha! Nossa, estou muito feliz é a minha primeira relíquia.

- Hahaha! Parabéns Leopoldo, as informações dela estão todas aqui no mapa, o que acha de saber o que ela faz?

- Por favor, pode falar Joe.

- Pois bem, ela se chama ‘’Tilápia Enrijecida ’’ Essa espada causa dano de gelo e água, quanto mais hits você acerta no oponente mais lento ele fica, além disso você também pode disparar o nariz dele que tem nível 3 de Pierce, é uma espada muito boa, mas que possui um desagradável debuff.

- Debuff? Perguntou Synth.

- Caso a batalha perdure a espada começara a perder a grossa camada de gelo, liberando assim o seu péssimo fedor de peixe cru.

- Isso é mal, peixe fede e fede muito.

- Mas é delicioso. Eu estava doido para fazer essa pergunta, a gente pode comer esse peixe, Joe?

- O que?! Você não vai comer a minha espada.

- Calma, só estou perguntando pro caso de algum dia a gente ficar sem comida na dungeon. Não precisa ficar arisco hahaha!

- Bem, aqui não diz nada sobre poder comer a espada portanto não sei te responder, Synth.

- Tudo bem, vamos descobrir isso algum dia – Disse Synth, encarando Leopoldo, com um sorriso malicio.

- Vem! Que eu te meto a peixada na cara.

- Só estou brincando com você Leopoldo, eu nunca faria uma coisa dessas hahaha!

O peixe espada é bem grande, o que faz com que Leopoldo tenha de carrega-los nas costas. O esqueleto coloca as mãos na cintura e ergue o seu queixo pra cima, fazendo a posse de um herói.

- Hehe! To me sentindo o rei de Atlântida, com essa espada.

- Hã! Tá mais para um pescador, que virou jantar de tubarão hahaha!

- Pode rir, sei que isso é inveja da minha espada maneira.

- Pessoal, como vamos carregar todo esse ouro? Eu sou trouxe um saco.

Synth abre o saco sem fundo da antiquaria – Você disse ouro? Pode deixar comigo, meu querido amigo verdinho.

Fizemos a limpa na sala levamos até mesmo a estátua da sereia feia, com os bolsos cheios de dinheiro é ouro de voltar pra casa, espero que Ayala tenha conseguido pegar o ladrão. Rapidamente retornamos ao início da dungeon, agora apenas uma ponte de água me separa da liberdade. Leopoldo percebe a minha hesitação em atravessar a ponta e diz, em tom provocativo.

- Quer que eu te carregue nos braços novamente?

- Não! Respondeu com um singelo sorriso. – Não será necessário dessa vez.

Após a batalha contra o pirata o poder da coroa retornou, mas decide não usá -la aqui, preciso fazer do jeito certo desta vez. Fechei os meus olhos, respirei bem fundo e dei o primeiro passo, foi de grande alivio ao abrir os olhos novamente ver que meu pé continuava em cima da ponte. Para comemorar, fiz alguns passos de dançar e encerrei, com um giro fazendo pose.

- Agora estou pronto pra qualquer parada.

Nesse momento, a ponte de água se desfaz e os aventureiros caem dentro do abismo. Joe se prepara para saltar em direção a saída, certo de que Synth irá voar levando Leopoldo com ele, porém ele nota que seu amigo deixou a sua coroa cair no abismo.

- SYNTH! LEOPOLDO! ME ABRACEM AGORA!

Os aventureiros abraçam Joe, ele então usa o poder das pantufas para dar saltos no ar, porém o pulo duplo não foi suficiente para chegar até a saída, Joe então atira sua lança que se enrola numa estalactite. Os três ficam pendurados pela língua de joe.

- Eu não acredito que vou morrer abraçado com um sapo – Disse Leopoldo.

- Leopoldo, rápido pega a minha mochila, dentro dela tem uma corda, suba lá em cima e jogue ela pra gente.

- Por que eu tenho de subir na língua do Joe? Isso é muito estranho cara.

- Você é mais leve por isso não vai causar tanto dor ao Joe, agora vai lá.

- ALDASDLADAADDWQS! – Por conta da sua língua esticada, não da para entender nada do que Joe fala.

- O que foi que ele disse?

- Pra você calar a boca e ir rápido!

- Tudo bem, aguente só mais um pouco Joe.

- LPOPKKMLJIN!

Leopoldo pega a minha mochila e sobe, ele estava indo muito bem quando do nada uma de suas mãos escorrega, isso faz com que Leopoldo se desequilibre e quase cai, mas felizmente meu querido amigo de osso consegue se agarra a língua de joe novamente.

Leopoldo olha para baixo e vê algo que o deixa aterrorizado até o osso - Synth... Aquela ali não é a sua coroa?

- O que? A minha coroa - Quando eu olhei para baixo, vi uma enorme boca saindo das sombras do abismo, uma boca enorme que cobre toda a caverna, e sobre a língua da criatura está a minha coroa.

- QUE PORRA É ESSA!!! SOBE RAPIDO LEOPOLDO!

O esqueleto assustado sobe o mais rápido que pode, mas não consegue chegar no topo a tempo e é engolido junto com os seus amigos, por uma gigantesca baleia rosa, usando um barquinho de papel como chapéu. Ela engole os aventureiros e continua a subir pela cachoeira ao contrário. 

Compartilhar:

© 2024 Zinnes. Todos os direitos reservados.

Feito com ❤ por BYCODE AI