Bem-vindo!

Vamos juntos compartilhar mundos.

  • Simples para publicar
  • Rápido feedback
  • Compartilhe com o mundo
/

Ou logue usando:

Esqueceu a Senha?

Capítulos (1 de 19) 06 Dec, 2019

Capítulo 3: O Mercenário Verdinho

Após derrotarem Lyde, os aventureiros esperavam ansiosamente a sua recompensa, qual relíquia eles iriam conseguir de Lyde, o corpo do coveiro aos poucos foi desaparecendo, porém nenhuma recompensa apareceu no lugar.

- Isso só pode ser brincadeira!

Synth retira da mochila um globo de cristal, com uma fogueira dentro - Calma Leopoldo, Lyde deu bastante trabalho quase nós matou, mas ele não passava de um maldito mini chefe. Apenas chefes dropam o tesouro mais valioso, fique tranquilo pois em breve vamos conseguir a relíquia.

- Eu estou calmo Synth, e o que me preocupa não é ter conseguido a relíquia, mas se estamos preparados para os desafios à frente ou não? Afinal, essa é a dungeon de um deus ... Talvez não estamos fortes o suficiente.

- Claro que estamos! Desde que não envolva água eu estou pronto pra lutar com quem quer que seja, enfrentarei até mesmo o próprio Tanokhan... Olha! Eu estava morrendo de medo daquela ponte nada me faria atravessa-la, porém você disse para confiar em você, eu estava relutante no início, mas resolvi acreditar em você e atravessei aquela ponte, agora confiei em mim estamos preparados para os perigos que viram.

- Você se recusou a atravessar, eu tive que te pegar nos braços à força.

- Isso são detalhes, no final eu atravessei a ponte e agora estamos aqui, enquanto estivermos lutando lado à lado nunca seremos derrotados!

Synth estende a mão com o globo de cristal, o globo brilha tampando a visão de ambos os aventureiros, quando a luz finalmente some uma fogueira acessa surge diante dos dois.

- Por agora vamos descansar, tirar todo o estresse da batalha, recuperar as forças e continuar prosseguindo com cautela.

- Cautela? Hahaha! Eu nunca imaginei ouvir essa palavra saindo da sua boca ... Eu confio em você, Synth.

- Obrigado, agora toma aqui o seu leitinho para recuperar as forças.

Por causa daquele primeiro teste eu achava que essa seria uma dungeon aquática ou algo do tipo, com vários monstros marinhos, homens peixes e outras criaturas abyssais, felizmente eu estava errado. Seguindo em frente, nós deparemos com um corredor de estética totalmente diferente, o chão é coberto por um longo tapete vermelho, nas paredes há quadros de belas mulheres, fotos medonhas de crianças e, famílias inteiras, também a imagens bizarras que não consigo se quer descreve-las. Os corredores são iluminados por lamparinas a óleo, elas não iluminam tudo, porém é melhor isso do que nada.

Mesmo com Lyde morto, os seus fantasmas continuam a nós aborrecer, sem as ordens do seu mestre eles atacam a esmo congelando tudo que entra em seu caminho, não é uma tarefa difícil derrota-los ainda mais em um corredor estreito, onde eles não podem escapar com facilidades. No entanto, devo me cuidar para não acabar sendo congelado por completo, pois caso isso aconteça será o meu fim, Leopoldo não possui força suficiente para quebrar o gelo fantasmagórico. Eu estaria completamente tranquilo se tivesse trazido o meu aspirador de pó, já que ele é arma perfeita para matar fantasmas, porém como não imaginava ter de limpar a dungeon eu o deixei em casa.

Derrotamos os gasparzinhos e seguimos enfrente, não demorou muito para novos inimigos surgirem, entretanto não eram fantasmas dessa vez, mas sim três armaduras de Mithril. Armaduras azuladas, portando machados de duas mãos e maças. Os seus elmos estão cobertos por um manto de teias, mas não uma simples teia de aranha, ela parece ser feita de um material reluzente, como a prata. Esse manto prateado se estende, em uma camada mais fina, pelas ombreiras e segue até um pouco abaixo do pescoço do cavaleiro.

Coloquei a mão sobre o cabo da Darkwave – Espero que as aranhas que fizeram isso com eles não venham atrás de nós também.

De repente, sem nem ao menos sacar a minha espada, uma das armaduras atirou a sua manopla em minha direção, com a velocidade e força iguais a uma bala de ganhão, a manopla de mithril agarrou-se ao meu pescoço e me puxou para perto, em seguida, as armaduras restantes foram em direção a Leopoldo.

- As aranhas que nós esperem, temos que cuidar desses caras antes.

- Hahaha! Vieram logo dois pra cima de mim, sabe o que isso significa, Synth?

A armadura solta o pescoço de Synth, ele massageia o local brevemente e responde, com um sorriso confiante:

- Não se ache tanto, você vai acabar pedindo a minha ajuda primeiro.

- Eu duvido, aposto que será o contrário.

- Hã! Aposta aceita.

Durante o golpe eu não havia percebido, mas agora vejo com clareza, a manopla de mithril não se soltou do resto da armadura e voou em minha direção, ela continua ligada ao corpo por intermédio de vários fios grossas feitos de teia prateada. Puxada pelas cordas a manopla volta para o corpo, se ligando novamente ao braço.

Surpreendentemente, as armaduras possuem uma coordenação motora excelente, são bem ágeis e flexíveis. A armadura sabe a hora perfeita para defender e atacar, seus golpes possuem uma força prodigiosa, tive de ativar o poder das manoplas para segurar suas investidas ou acabaria sendo esmagado por sua imensa maça de ferro, se eu cometer algum erro à armadura não iria perde a oportunidade de ceifar minha vida.

Eu estava totalmente imerso na batalha, quando ouvi Leopoldo gritando.

- Abaixe-se!!!

De repente, uma aranha, com o desenho de caveira prateada no abdômen, voou em minha direção, mas graças ao aviso de Leopoldo eu consegui me abaixar a tempo. A aranha então bateu de cara com o espelho na parede assim o quebrando, ela cai no chão e é ferida mortalmente pelos cacos de vidros do espelho.

- MAS QUE MERDA É ESSA?

- As aranhas estão controlando as armaduras! Quando eu apunhalei o coração da armadura e rasguei o seu peito, essa aranha saltou do elmo e foi pra cima de você.

Do rasgo no peitoral da armadura sai um monte de aranhas pequeninhas, correndo para longe da gente, deixando um rastro de prata para trás.

- Essas pequeninhas controlam o corpo usando os fios de prata, enquanto a rainha lidera tudo do elmo. Essa coisa é um inimigo colônia.

- Então esse manto de prata é para proteger a rainha?

- Não se engane meu amigo, isso que você está vendo parece com prata, mas não é. A primeira coisa que tentei fazer foi cortar a cabeça fora, porém esse manto é feita de um material muito resistente, eu tentei corta-lo incontáveis vezes, mas a minha adaga não fez nem arranhão.

- Para derrotar esses ‘’ Cavaleiros Coloniais’’ Precisamos atacar o corpo, os fios que as arainhas usam para controlar a armadura é feito de outro material, menos resistente, talvez só a aranha rainha produza a ‘’ Teia de prata’’.

- ‘’ Cavaleiros Coloniais’’ ‘’ Teia de prata’’ Você tem uma imaginação bem fértil.

- Não gostou dos nomes?

Synth tenta esconder a sua cara de desdém - ... Vamos conversa sobre isso depois, agora precisamos acabar com ... Tem certeza que só a rainha produz essa ...

- Teia de prata?

- Exato! Não tenho certeza ... Você tá querendo capturar uma né?

- Com toda certeza, não posso deixar essa aranha das teias de ouro fugir!

- Arf! Como eu sei que é impossível de ti convencer a desistir, tudo que eu posso dizer é, toma cuidado cara, a rainha vai saltar na sua cara ao se sentir ameaçada.

- Obrigado pelo conselho, mas não precisa se preocupar, eu pretendo captura-la sem me machucar no processo.

Voltamos a lutar. Assumi uma posição mais defensiva, esperando o momento certo para capturar a aranha, ela continuava a atacar da mesma forma, com golpes poderosos e rápidos, geralmente na diagonal ou na horizontal. Eu me aproximei da armadura, no momento em que ela se preparava para dar o golpe na diagonal, eu agarrei o seu braço e o destruir, em seguida dei-lhe um soco na barriga, o soco não foi capaz de atravessar a armadura, mas teve força o suficiente para matar as arainhas.

O corpo de metal parou de se mexer, as arainhas começaram a sair do braço quebrado e de outros buracos, o elmo começou a balançar, é a rainha preparando-se para dar o último golpe. De repente, o elmo de mithril saltou na minha direção, mas eu já estava esperando por isso, antes que a aranha pode-se sair de dentro do elmo eu dei um tapa lateral, com as duas mãos, entortando o elmo, o que a impediu de fugir. Coloquei o elmo perto do ouvido e escutei a aranha fazendo barulhos estranhos, não sei o que eles significam, mas pelo menos ela estava viva e é isso que importa. Peguei o manto de prata e enrolei no elmo só para ter certeza de que ela não vai fugir.

Ao virar-me em direção a Leopoldo, acabei sendo pego de surpresa por uma cena terrível, meu pobre amigo estava envolto da teia prateada. Os fios de prata, que saem do braço da armadura, se enrolaram a cintura de Leopoldo, o impedindo de se movimentar.

Leopoldo rapidamente tenta corta os fios, porém é impedido por mais fios de prata que saiam do outro braço da armadura. Com suas mãos e pés amarrados, Leopoldo estava completamente imobilizado, certa da vitória, a rainha sai de dentro do elmo e caminhou sobe os fios, em direção a Leopoldo.

- Calma ai dona aranha, eu sei que pareço muito apetitoso, afinal de contas quem é que não gosta de roer um osso?! Hahahahaha!

A rainha levanta as patinhas em um tom ameaçador, das suas presas biga gotas de veneno. A aranha se prepara para pular em Leopoldo, porém antes que pode -se fazer isso, Synth joga o manto prateado em cima dela, em seguida dá um nó.

A aranha se debate dentro do manto, Synth dá um tapa de leve para acalma-la e diz:

- Eu, Synth Ketchum, capturei o meu primeiro monstromon.

- Ufa! Essas aranhas deram um puta trabalho, tem certeza que é uma boa ideia levar elas pra casa? Tipo, você nem ao menos consegue se comunicar com elas, então como pretende dar ordens a ela?

- Isso é o mais simples de resolver, Ayala deve conhecer algum feitiço que me permita falar com animais, caso contrário eu só devolverei elas a natureza. Agora, sobre ‘’ dar ordens’’ Leopoldo, você me entendeu errado amigo. Eu não quero ser o dono delas, mas sim o chefe.

- Hum!? Explique-se.

- Eu quero que essas belezinhas aqui trabalhem para mim, eu irei trata-las com todo o amor e cuidado do mundo, do mesmo jeito que criei os meus filhos. Dá uma de ditador e força-las a trabalhar pode afetar na qualidade do produto final.

Leopoldo ouve tudo, com a mão segurando o queixo, após o discurso do amigo ele o aplaude e diz:

– Sabias palavras meu amigo, você é um ótimo empreendedor, talvez de certo o seu plano.

- Hahahaha! Obrigado pelos elogios, isso me deixa muito feliz, agora só falta decidir a coisa mais importante, qual será o nome da nossa firma de aranhas? Temos que pensar com calm-

- Que tal ‘’ As teias de prata do Synth’’?

- Você gostou mesmo desse nome hein?

- Sim! Vamos seguir em frente.

- Espera ai, antes eu tenho que guarda essas armaduras no sac- AHHHH! Tem algumas arainhas nessa última armadura, elas entram dentro da minha armadura, agora estão entrando em regiões estranhas ... Até que não é tão ruim.

- Cara, por que você não veste uma delas? Sua armadura está muito danificada.

- Não dá, essas aqui são tamanho GG, eu uso M. Mas não se preocupe com isso meu amigo, ‘’ O Saco sem fundo da Antiquaria’’ É infinito, por isso fiz questão de guarda algo muito especial nele.

Synth coloca a mão dentro do saco e puxa um peitoral de diamante – Graças a nossa última dungeon, eu consegui dinheiro suficiente para comprar a minha tão sonhada armadura de diamante.

- Parabéns! Mas por que você só pegou o peitoral? Não é melhor trocar todo o set, para ganhar o bônus do set completo?

- Bem ... Eu acabei descobrindo depois de ter comprado a armadura ... Que não upei força suficiente para usar o set completo. O máximo que consigo usar é o peitoral sozinho ou a saia e as botas, juntas.

- Que belo investimento, hein?

- Não me julgue, todo homem ama diamantes – Respondeu, com o rosto corado. - Que culpa eu tenho se essa armadura é tão chamativa e provocante, ela estava implorando para que eu a compra-se. Coisas brilhosas são o meu ponto fraco.

- Você é pior que um goblin ... Arf! Tudo bem, não precisa se culpar tanto, todo mundo tem uma fraqueza, menos eu, é claro. Já que você não vai usar o set completo, passa as manoplas pra cá

- Tem certeza? Eu estou falando sério, quando digo que essa armadura é pesada.

- Relaxa, eu sou mais forte que você.

- Se você diz.

Synth equipa Leopoldo, com as manoplas de diamante, de início nada acontece parecia mesmo que o esqueleto tinha força suficiente para usar aquele equipamento, porém, logo seus braços começaram a tremer e em seguida caíram no chão.

- Hoho! Mas veja só, parece que alguém aqui não é tão forte quanto diz ser.

- Eh! É isso que dá parar de frequentar a academia ... Synth, você poderia por favor, recolher os meus braços?

- Mas é claro, meu amigo.

Caminhando pelo corredor, Synth começou a escutar um som estranho e continuo vindo da parede, ele então se aproximou da parede e encostou o ouvido nela, o som era de cascos batendo no chão repetidas vezes, aquilo por si só já era estranho, mas o que veio em seguida deixou Synth muito assustado. O som dos cascos batendo parou, ouve um pequeno silêncio antes de um relinchar demoníaco tomar conta, Synth tomou um susto com o barulho e saiu de perto da parede.

- Ei! Leopoldo, você escutou isso? Perguntou assustado, olhando para a parede.

- Isso o que?

- Esse relincho vindo da parede.

- Não.

- Tem certeza que não ouviu nada?

- Synth, nós estamos enfrentando coveiros, aranhas dentro de armaduras e fantasmas, um barulhinho dentro da parede é o menor dos nossos problemas agora. Não se preocupe, se for algum inimigo novo ele logo irá aparecer e aí a gente desce a porrada nele.

Eu tenho certeza que ouvi algo demoníaco e seja lá o que for que tenha sido aquilo, ela sabe que eu fiquei assustado, mas mesmo com medo eu não posso dar para trás.

Essa dungeon fantasmas possui peculiaridades, se já não fosse estranho o bastante a sua arquitetura de mansão assombrada, essa é a primeira vez que entro numa cozinha, limpinha e bem arrumada, dentro de uma dungeon. Os utensílios de cozinhas ganharam vida e vieram pra cima da gente, mas é claro que conseguimos derrota-los facilmente, afinal o que um cuscuzeiro poderia fazer contra a minha espada. Da cozinha entramos no salão de dança, onde fantasmas humanos dançam valsa, a orquestra é composta por os fantasmas lençóis de Lyde, que tocam a ‘’ Valsa das flores’’. Quando estava prestes a entrar na dança, segurando a Darkwave, Leopoldo pegou no meu braço e disse.

- Fique quieto, esses fantasmas ainda não nos notaram aqui, veja, eles estão concentrados na dança, vamos apenas passar por eles sem chamar atenção.

Leopoldo está certo, lutar contra todos esses fantasmas irá levar muito tempo e nós desgastará demais, além disso eles estão apenas dançando, que mal isso poderia fazer. Demos alguns passos dentro do salão e logo descobrir que mal uma simples dança pode nós causar, os fantasmas outrora sorridentes, agora possuem uma expressão de repulsa em seus olhos virados diretamente para nós. Os casais espectrais começaram a dançar envolta de nós, logo o ar ao nosso redor começou a congelar, era questão de tempo até ficarmos congelados, lancei minha mão em direção a espada e, novamente Leopoldo me impediu de desembainha-la.

- O que foi dessa vez?

- Eles não querem nós atacar - nesse exato momento, o braço de Synth começou a congelar.

- Largue o meu braço Leopoldo e saque sua adaga, prepare-se para o combate!

Leopoldo colocou a mão direita no ombro esquerdo de Synth – Eles querem que a gente dance também, esse é o único jeito da gente passar por esse salão.

Synth de início nega a ideia, os fantasmas notam a rejeição do aventureiro e tornam a dançar ainda mais perto do que antes, assim acelerando o congelamento do braço de Synth. Vendo que não resta outra alternativa, Synth põem a mão esquerda no ombro direito de Leopoldo.

Com um sorriso nervoso no rosto, Synth diz - Haha! Eu estava mesmo com vontade de dançar.

- Você sabe dançar valsa?

- O meu forte é matar monstros não dançar com eles.

- Sendo assim, deixa que eu conduzo a dança apenas tente não pisar no meu pé. Se soubesse que iria dançar valsa teria trazido os meus sapatos de dança.

Leopoldo começa a conduzir a dança, se movendo para frente com o pé esquerdo. Os fantasmas abrem espaço para os aventureiros, as luzes do local focam exclusivamente nos dois dançando livremente pelo salão, em direção a saída. No entanto, Synth é um completo inútil na arte da dança, o aventureiro pisa constantemente no pé do pobre esqueleto, que grita de dor sempre que isso acontece. De pisada de pé em pisada de pé eles finalmente chegam na porta de saída, porém ela está trancada.

- O que eles querem agora?

- Eu não sei, mas acho melhor a gente continuar dançando ou eles irão nós atacar.

Os fantasmas só iram liberar a passagem, caso a valsa dos aventureiros os agrade, porém a forma desengonçada como Synth dança é tão engraçada, que fez os espectros gelados caírem na gargalhada, o ataque de risos foi tão forte que acabou liberando a passagem, os aventureiros então começaram a correram em disparada para fora do salão e continuaram a correr, sem olhar para trás por um bom tempo, eles só pararam de correr quando tiveram certeza que estavam longe o suficiente daquele lugar.

- Arf! Arf! Arf! ... Aqueles malditos fantasmas, rindo da gente eu deveria ter matado eles desde o início – Disse Synth, com as mãos apoiadas aos joelhos.

- Não havia nada que pudesse ser feito naquele momento, eles tinham vantagem numérica. Se acalme meu amigo, eu partilho da sua fúria e desejo me vingar daqueles malditos espectros, mas pelo menos sairmos vivos de lá.

- ... Tem razão, por agora eu irei tentar me acalmar, mas quando tivermos a relíquia em mãos eu voltarei para aquele salão e dançarei sobre os corp- Digo, ectoplasmas deles. Para onde vamos agora, Leopoldo?

- Vejamos – Leopoldo abre o mapa. – Oh! Veja só, estamos perto da sala de descanso.

- Que maravilha! Isso significa que o chefão final está muito perto, vamos lá Leopoldo!

Felizmente os caminhos que vieram a seguir, não apresentaram nenhuma maluquice como os anteriores. Tudo corria tranquilamente, os inimigos apareciam em menor quantidade o que significava, que o fim estava próximo. O mapa nós levou até uma escada em espiral, para baixo, começamos a descer e quanto mais voltas eu dava na escada, mais enjoado eu ficava. Depois de ter quase vomitado em Leopoldo, chegamos no final da escada onde não havia nada além de uma porta de madeira comum, abrimos a porta e entramos numa sala feita de pedras. No meio da sala tinha uma fogueira, que havia sido apagada recentemente, além de algumas migalhas de pão no chão.

- Sabe o que isso significa né? Perguntou Synth.

- Aventureiros! Será que eles chegaram na sala do último chefe?

- Não, a fogueira foi apagada recentemente, provavelmente eles devem estar por perto. Vamos andar com mais cautela a partir de agora, não sabemos quantos eles são e nem como iram reagir aos nós ver. No entanto, sabendo que o prêmio por completar a dungeon é uma relíquia poderosa, devemos tomar bastante cuidado para não sermos apunhalados pelas costas.

- Claro que esse não é o nosso caso, eu chamaria o adversário para um duelo, valendo a relíquia. Afinal somos todos aventureiros, apunhalada nas costas é coisa de ladino - Disse Leopoldo

- Concordo plenamente. Bom, se eles estão por perto acho melhor a gente seguir em frente logo, estou curioso para conhecer nossos novos amigos.

Synth abre à porta da frente - Ou inimigos.

O corredor a frente é normal, paredes de pedra e sem nenhum tipo de iluminação, não possuí a estética de mansão abandonada vista anteriormente. Acendi uma tocha para afastar a escuridão e as coisas que nela vivem, Leopoldo e eu andamos com as armas em mãos. Eu não esperava encontrar outros aventureiros tão rápido assim, essa é só a segunda dungeon que exploramos. Sinceramente eu não quero lutar contra esses aventureiros, eles só estão explorando e matando monstros para ganhar uma recompensa no final, iguais a gente, por isso não quero machuca-los. Entretanto, se eles ficarem agressivos, não terei outra escolha a não ser lutar.

Caminhávamos tranquilamente, quando o vento trouxe o som de metal se chocando até nós, isso significa que os aventureiros estão ainda mais perto do que imaginamos, corremos até o fim do correndo onde encontramos uma parte da parede totalmente destruída, tiramos os detritos da frente e entramos no local.

Leopoldo e eu tomamos um susto ao ver quem está se enfrentando na sala, uma linda mulher nua, com longos cabelos negros que cobrem os seus seios avantajados, achei um pouco desnecessário esse ecchi. Porém, toda essa beleza acaba por aí, já que da cintura para baixo ela possui o corpo de um gigantesco escorpião, com duas caudas. A mulher escorpião segura uma Glaive de lâminas negras, ela utiliza essa arma para se defender dos ataques de seu adversário, um sapinho trajado como um mercenário.

O mercenário verdinho se veste de uma forma peculiar, peitoral dourado, reluzente, por baixo da armadura ele usa uma roupa azul, semelhante aos trajes de um bobo da corte. Ele usa luvas bem grossas para segurar um poderoso martelo machado, a lâmina do machado possui um fio branco angelical. Há um símbolo estranho na capa em suas costas, porém, por ele está lutando é impossível identificar que símbolo é aquele. Outro detalhe peculiar é o seu elmo, a cabeça do sapinho é tão grande, que faz com que o elmo em sua cabeça parece mais um chapéu de arqueiro, com uma pena de pavão do lado.

Porém, a parte mais curiosa do traje do sapinho é, sem dúvida alguma, as suas pantufas de gatinho, inclusive, toda vez que o sapinho dá um pulo os gatinhos começam a miar.

- Isso me lembra de uma antiga fabula – Disse Leopoldo. – A floresta estava pegando fogo, os animais morriam no fogo e os que tentavam fugir acabavam morrendo afogado no rio. Um escorpião, temendo por sua vida pediu para que um sapão o levasse nas costas até o outro lado do rio. O sapo sem pensar duas vezes recusou pois ele temia que o escorpião o matasse, o escorpião retrucou dizendo que não havia sentido em ele fazer isso, pois caso o sapo morresse ele iria junto.

- Após pensar um pouco, o sapo topou levar o escorpião até o outro lado, porém no meio do caminho o seu passageiro picou as suas costas, antes de morrer o sapo conseguiu juntar forças para perguntou por que o escorpião fez isso, o escorpião respondeu dizendo ‘’ – Está na minha natureza, foi mal aí.’’

- Essa é uma ótima história de ninar, ela ensina as crianças a nunca darem carona a escorpiões. No entanto, acho que dessa vez o sapinho vai sobreviver.

- Não tenho tanta certeza disso, essa mulher escorpião é muito gosto- Forte, ela parece ser muito forte ... Os golpes do sapinho não infligem dano nenhum naquela carapaça, o único ponto fraco é a parte humana da criatura, porém ela consegue se defender muito bem usando o Glaive e cuspindo veneno pela boca, o sapinho consegue dar vários saltos no ar, mas chegara o momento onde ele ficara encurralado.

- Muito bem, sendo assim – Synth saca a Darkwave. – Vamos ajudar o sapinho! Não deixarei um mercenário tão elegante virar comida de escorpião, e, eu também quero saber aonde ele comprou essas pantufas de gatinho, minha filha vai adorar elas.

- Você notou aqueles pulos malucos no ar? Acha que ele pode ter alguma relíquia?

- Ainda não tenho certeza, mas de uma coisa eu sei, sapos não consegue dar pulo triplo no ar. Talvez as pantufas sejam a relíquia, de todo modo só vamos descobrir isso após derrotar o escorpião e salvar a vida do verdinho.

- Vamos lá! Leopoldo.

O sapinho dá um pulo e se posiciona para frente, em seguida voa em direção a mulher, porém ela consegue defender a investida inimiga e contra-ataca de imediato usando os seus dois ferrões, o sapinho rola para o lado e usa um impulso para fugir dos ferrões. O mercenário desiste de tentar atacar com os pulos e parte para o combate corpo a corpo, ele troca golpes poderosos contra a Glaive do escorpião, a mulher não se deixa intimidar pela força de seu oponente, pelo contrário, ela sorrir e ,logo em seguida abre a boca, atirando uma gosma verde venenosa. O sapinho consegue esquivar mais uma vez, porém no processo o escorpião consegue retirar o martelo machado da sua mão, ele dá um salto para trás e passa a mão sobre a katana presa na sua cintura, porém o sapinho hesita em saca-la e isso acabou custando a sua vida pois nesse momento de hesitação o escorpião perfurou as suas costelas, com um dos ferrões.

O mercenário verdinho começa a ter espasmos, suar frio e salivar muito, após esses sinas o seu corpo fica dormente e ele cai no chão, de frente para o seu inimigo, que passa a língua cheia de veneno na lâmina da Glaive, ela gira a arma e à alinha perfeitamente com a cabeça do sapinho. O sapinho aceita a derrota, ele fecha os olhos, pronto para receber o último golpe, a mulher levanta o Glaive e o abaixa com tudo.

É possível ouvir o som da lâmina rasgando o vento, descendo furiosamente em direção ao pescoço do sapinho, porém antes que ela pode-se chegar até o seu destino, a sala é tomada pelo som estridente de dois metais se chocando.

Em pé, na frente do sapinho, está Synth empunhando a sua poderosa Darkwave contra a Glaive da mulher escorpião.

- Ai! Sapinho, pode abrir os olhos, você não vai morrer hoje!!!

Leopoldo levanta o cabeção do mercenário e saca uma poção de cor verde musgo, ele abre a boca do sapinho e despeja a poção dentro, aos poucos ele vai abrindo os olhos.

- Ufa! O antiveneno fez efeito, por um momento pensei que tínhamos chegado tarde de mais, eu disse que a gente deveria ter intervindo logo, Synth.

- Relaxa, o veneno desse tipo de criatura não mata as presas, apenas deixam elas paralisadas, no máximo ele terá problemas para andar por um tempo. Além do mais, ninguém gosta de ser interrompido durante a luta. Agora cuide dele enquanto eu termino o serviço aqui.

Com a voz fraca ele faz uma pergunta - Qu-quem são vocês?

- Eu me chamo Leopoldo e aquele ali lutando contra a mulher escorpião, é o Synth.

- Por ... Que vocês me salvaram?

Leopoldo põem a mão no peito e diz de forma heroica e gloriosa.

- Está na nossa natureza.

Enquanto isso, Synth continua lutando contra a mulher escorpião, o aventureiro precisa tomar cuidado para não ser atingido pela gosma venenosa que sai da boca da criatura, além da sua glaive com lâminas envenenadas e os seus ferrões, é uma batalha difícil, onde um erro pode custar caro. O veneno do escorpião se propaga de forma diferente quando entrar em contato com a pele, a área atingida ficará dormente e aos poucos o efeito se espalha pelo corpo, por isso o escorpião usa o giro da Glaive para lançar o veneno no corpo do herói. Synth levanta voa para fugir da rajada venenosa, mas antes de tirar o pé esquerdo do chão, ele escuta um som vindo de cima, é um dos ferrões da criatura vindo em sua direção, ele tenta esquivar pro lado, mas assim como fez com o sapinho, a criatura lança o seu outro ferrão pela lateral, porém dessa vez ela não contava com as manoplas indestrutíveis de Kozure Itto, que o nosso herói possui. Synth destrói o ferrão da lateral utilizando o poder das manoplas e, corta o de cima com a Darkwave, o veneno começa a sair descontroladamente das caudas, Synth então voa para longe.

A mulher grita de dor, enquanto uma mistura de veneno e sangue sai das suas caudas, Synth mesmo sabendo do risco que é avançar para cima dela nesse momento, ele não hesita e voa o mais rápido possível com a intenção de decapita-la, porém antes que a Darkwave pode-se sentir o gosto da pele macia daquela mulher, duas pinças enormes saem da sua cintura e agarram as mãos de Synth.

A mulher pega uma das caudas cortadas e vai aproximando-a lentamente do rosto de Synth, quando o liquido verde limão está quase tocando o nariz do aventureiro, alguma coisa toca no seu ombro e logo em seguida pisa na sua cabeça. Leopoldo, usa a cabeça de Synth como mola e voa na direção do escorpião, usando toda a sua força ele grava a adaga de ouro na testa da criatura, assim matando-a.

- Tsc! Tsc! Tsc! Não posso deixar você sozinho por um momento, que já quer morrer. Precisa upar mais força, hein!

- Fui tudo estratégia, eu deixei ela fraca para você dar o último hit e ganhar o exp, afinal é você quem precisa subir de rank. Como tá o verdinho?

Antes que Leopoldo responde-se, eles escutam o som de algo sendo arrastado no chão, o sapinho usou o martelo machado com um apoio para se virar, depois ele tenta ficar de pé e com muita dificuldade ele consegue, os aventureiros encaram o mercenário verdinho, em pé, cambaleando para frente e para trás. Ele aproveita o balanço do corpo e ao tender para frente começa a andar, igual a um bêbado, em direção a Synth e Leopoldo.

- Verdinho, tu acabou de tomar uma dose cavalar de veneno e ainda consegue ficar de pé?! Hahaha! Eu estaria desmaiado nesse momento, você tem fibra sapinho!

O sapinho para na frente dos dois, ofegando bastante, aos poucos a respiração dele fica normal, o sapinho armazena o máximo de oxigênio nós pulmões e bate, com o punho fechado no peito esquerdo.

– Eu me chamo Joe- Antes que pode -se termina sua apresentação, ele desmaia.

- Prazer em te conhecer, Joe – Disse Leopoldo.

Agora sobe a luz, Synth consegue enxerga com clareza o símbolo na capa do sapinho, tal símbolo deixa o aventureiro surpreso.

- Esse brasão ... Hmph! As dungeons de Tanokhan estão repletas de surpresas. Leopoldo, temos que levar esse sapinho com a gente.

- Ainda bem que você disse isso, porque eu não planejava larga-lo aqui desacordado. E Pode deixar que eu carrego o Joe nas costas, descanse um pouco, afinal você quase morreu para esse escorpião fraquinho.

- Durante a luta eu só conseguia pensar em você e no sapinho, o quanto vocês estavam desprotegidos por isso o escorpião me deu tanto trabalho, se eu estivesse 100% focado teria solado o escorpião facinho. Mas ... Obrigado pela ajuda, você chegou no momento exato.

- Não vem com essa não, você apanhou para o escorpião porque ela era muito forte, o que me faz pensar, se eu matei o cara que te derrotou isso significa que sou 2 vezes mais forte que você?

- Isso não faz sentido, seguindo essa lógica qualquer um que saiba nadar é mais forte que eu. Agora chega de papo vamos embora desse lugar, precisamos levar o sapinho para a sala de descanso.

- Qual o motivo desse seu súbito interesse no sapinho?

- É Porque o pequeno Joe aqui, carrega um imenso fardo nas costas.

Leopoldo joga o sapinho nas costas - Sei como é.

Compartilhar: